20 de jan. de 2011

#2011 - Recreação ponderada da hora do chá na Terra do Nunca

Participante da ordem das seqüências, partiu sorrindo para que denotassem com astúcia atual capacidade de transparecer leveza deixando o mínimo de rastro entre as nuvens, que foram para o Canadá nos últimos dias, banhados por verão bom de viver. Crachá de felicidade, simplesmente apurado por um júri de especialistas, que expressam em poucas sílabas e denominam “Alegria”. Por felicidade. Peter sorria.

De verde, ao fundo, com cabelos brilhosos e giros pelo ar. Sininho. Aclamando a liberdade do ser, surtindo como purpurina, surgiu declamando interrogações pelo espaço:

- cantante então Peter Pan? De onde vens para estampar assim, em sua face, a possibilidade de estar a sentir o que vejo? Cantante e duvidante, só pode ser um tratante. Te enganastes e agora volta chacoalhando esses seus dentes.

- cedi o necessário para que a plantação surgisse como vida e agora canto feliz. Independente dos tons e da responsabilidade de estar certo. Só percebi que era verdade e realmente tem cor e gosto. Passe o pior adiante, ele não me escolheu dessa vez. Sorte de principiante.

Estranhou em primeira ordem todas as palavras ditas nos Cordel de vacas magras, expostas ao cubismo literal das lentes que não enxergam. Entendeu? Tão pouco que se irritou pensando como manter o diálogo por hora.

Então. Dedicou a calar-se, escutando o silêncio. Rumaram ao caminho do Leste, passando por balsas e barcos, encostados onde as ondas estão mais baixas. Faria marcas na areia se meu trabalho não comprometesse a agenda rotineira. Dos fatos cabidos de uma mesma forma onde o cru também possui calor.

Peter Pan partiu frente sobre o vôo, aguçando velocidade. Postando nas nuvens todos os desenhos que fazia com seu corpo. Coelho, cachorro, cavalo, esquilo e um iglu. Dois braços atrás. Sininho tentava passar a marcha, mas a gasolina estava adulterada e o que dava para o momento era aquilo. Algo como sessenta quilômetros por hora voltando pela Castelo.

- moleque de mau jeito com a companhia que te segue. Preferia ir só, se soubesse da distância que tu crias para simplesmente caminhar. Vai-te na frente e esquece-te do caminho feito por outras pernas. Não vim para te seguir e sim, para te acompanhar. Indigesto esse teu gesto.

- estava a divertir o meu corpo e passei despercebido pelo filo necessário, mas por ventura, amenizo por aqui, evitando constrangimento, ressentimento e ainda a possibilidade de passar para o caminho errado a falta de eficácia das cordas vocais.

Diziam estar bem, importando isso até aqui.

- sempre uma resposta Peter Pan. Sempre uma, preparada, largada na barra da calça só para não ter erro. Esconde nos bolsos e eu não acho impossível, garotos são todos assim. Diferentes pela denominação pessoal, mas em conceito, o manual foi copiado e colado para todos os presentes.
- exagera e anula hábitos por não qualificar com proeza o próprio banco de dados. Acostumei com a ida só e participando muito pouco de caminhadas em dupla, alarguei meus passos para caber mais novidades em vinte e quatro horas. Deu certo e dá para ver desde que reparei o último reflexo. E para equivaler os meus atrasos, justifico como perseverança essa base onde estaciono meus pensamentos e desejo junto com as novidades que estão por vir.

- pensas demais menino, pensas demais. Resume da próxima vez e continua voando.

Antes dos primeiros momentos da noite que chegava. Já conseguiam avistar o destino com mais precisão. Estava logo ali. Segundos sincronizados ditam em números pares onde deverão ser os primeiros passos dessa nova região. Mais para o Leste, trazia areia e ondas médias. Latitude imensa de possibilidades de encontro entre cores. Tons. Vermelho. Verde. Azul. Regendo orquestra para os pares apaixonados. Encantados pela leveza de um novo abraço.

Em riscas grossas de giz pastel, surgia ao fundo o encontro entre o horizonte e o sol que está partindo para outro continente. Chamado pelas revistas de moda como “Pôr do Sol”.

Extasiados com a dimensão de um só acontecimento que chega agregar muitos sorrisos. Pararam ali os dois de proclamarem maus dizeres e perceberam diferente algo que até então parecia peculiar, mas emoldurado. Mudei de opinião.

- parte teu olho para o lado de lá em conjunto aos meus que consumidos estão. Diga como é tão belo esse nosso retrato estampado no sorriso da imensidão de chances que destina o mundo a nos fazer feliz. Por horas caído estive e recuperei. Adianto que estou onde estou, graças ao Tudo que cedeu de teu coração para que não faltasse combustível nos momentos obscuros. E eles passaram. Todos. Foi-se e baixou em um canto que não afeta mais ninguém.

Sininho acelerou e dois segundos à frente, desenhou com brilho de fada. Pelo céu que lá estavam. Disciplinada espalhou amor pelo ar. Iluminando com paixão a vida dos que necessitam de paz.

Enquanto as últimas vogais eram distribuídas em séries perante uma média de consoantes que impõe extensão do nosso vocabulário. O amor condizia como um escudo contra o mal que a vida pode trazer aos despercebidos. Equilibrados em pensamentos positivos.

- Sininho!

- Peter Pan?

Dois e só o pensamento que saia pela orelha.
Dizendo em poucas palavras.

É aqui o melhor lugar do mundo



Leo.

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