13 de mai. de 2011

#BASICNUMBER - Daquele todo borrocado, logo ali, em instantes

No corredor de congelados escolhendo a janta mais barata que fosse possível levar. Encarecido pelos juros, enriqueceu pouco demais na última temporada, desfavorecendo o lucro absoluto e abstraindo assim qualquer cédula que perdurasse em sua carteira desbotada. Envelhecida pelo desmerecimento. Tanto faz. Escolheu a mais rápida. Dez minutos de microondas e a perfeição reinaria. Eu vestido de palhaço, com meu jornal a tirar colo. Cintura fina e um sorriso do tamanho do Planeta. Desfavorecido da merecida beleza terrena e obrigatória, televisivamente falando. Me alimento bem, mas é que as vezes esqueço de comer. Muito normal entres os normais do lado de cá. Entretanto, descreio que essa explicação tornará sua conclusão mais plausível. Cabe aos confusos do canto de lá explicarem melhor suas opiniões sem esquentarem as suas costas com estresse e impedimentos colaterais de contas atrasadas. É tudo tão normal quanto comida barata. E me visto assim, como um palhaço triste, antigo e decadente, perdido de amor por amores que nunca existiram, mas de tanto adivinhar a hora que viria, viciei-me demais e enlouqueci. Pedra atrás de pedra. Reconheci o meu passado esmagando o meu presente momento. Mas que falha é essa, meu senhor? Que maneira mais rude de apresentar vossa senhoria para as pessoas que por aqui passam. És um palhaço triste, humilde em seus laços, acalmado pela lentidão de sua vida. Conformado, levando a devidos passos sincronizados.

Se fosse música, seria lenta, cantada por um vocal grave. Timbres rudes e guitarras envelhecidas, fitas k7 e vinis riscados. Tocando Tim ou Elis, disfarçado ainda assim, cantarolando a solidão de mais um dia, revoltado não podia estar. Entristecido por verbos encalhados em conversa que deveria acabar antes, mas a burrice não permite. Antes das seis é melhor ficar em silêncio, que saudade da sua voz. Sussurrando em dia de sábado, falando pro domingo demorar. Sou viciado em sentimentos pesados, por isso aqui estou. Com esse fardo pesado, de bolas de cores que já saíram da moda. Nariz vermelho, redondo, acabando com qualquer tipo de semelhança agradável. Chorei quando percebi que a única graça que daria ao mundo, era a de não existir,
Sem vocação para dançarino, era um menino tímido na infância.

Certa vez jogava futebol antes da aula começar, devia ter nove anos. Como não fazia parte da aula, improvisávamos bolas aleatórias. Pequenas, de borracha, menores que as de futebol convencional. Só pra passar o tempo que tinha demais pela tão pouca idade. E foi só um chute que me marcou muito e fez a bola voar pelo alambrado, logo, para fora do colégio. Home Run. Cinematográfico, mas o dono da bola não gostou tanto assim. Toda balança precisa de dois lados, francamente, faz muito sentido! Ele correu muito atrás de mim, como se fosse bomba na Faixa de Gaza. Sem saber, fugi. Deveria ter resolvido, mas não resolvi. Sai correndo sem parar.

Triste Palhaço de passos contidos, ocasiões poucas e tantos sorrisos que cabem em poucas mãos. Três no mínimo, mas fracionado, pareceria menos do que é suficiente para garantir que está realmente feliz. Precisa só de silêncio na volta da maré, acalentando refrões simples de entender, para não confundir tanto essa audiência. Você sente comigo? Você consegue sentir isso que está aqui? Cada laço? Cada semelhança? No temor de ser igual, abafando o peso e isso é tão estranho.

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Declaro derrota só por essa noite, volto pra casa calado e deixo alguma roupa por aqui. Só pra voltar amanhã, dizendo que esqueci. Seria motivo pra te ver, certeza que seria, mas atrás dessa cara lavada. Respiro a leveza e a gratidão de mais uma conclusão.

Palhaço vagabundo coração maloqueiro
Mal sabia em quanto tempo, mas hoje chamaria de primeiro
Sorrateiro, Traiçoeiro, Concordou,
Aceitou e disse que daqui pra frente seria diferente
Que coragem
e eu achando que dali só saía bobagem.
Convencido a milhão, percebi o merecimento dessa ocasião
Enfrentar desafios, completar lugares vazios
Eu sei que dá, é só acreditar, mirar e atirar
Encontra a ponta, do outro lado da lança
Fio de esperança, uma mudança
Faz tudo parte da nossa evolução
Dizendo que vale a pena essa situação
Se concordar, vou sim
Juro que eu vou até o Fim. [YO!]



Leonardo Fonseca


[Teste Criativo e Nada Além Disso]

Um comentário:

Juliana Hipólito disse...

Teste??

Buá, estou com saudades :(