13 de mai. de 2014

Droga, não param de sair palavras da minha cabeça!

Acelerei na contramão e perdi o ponto de vista, no escuro, acertei meu coração. Detalhei tudo para seguradora, mas diante dos fatos e do levantamento da minha apólice, todos os verões passados de maneira alguma seriam reconstituídos, pois nem o maior de todos os funileiros seria capaz de refazer as histórias guardadas nos sentimentos mais profundos que ali foram destruídos. Isso por certeza me deixou desolado demais, cabisbaixo, peguei meu cobertor e deitei no sofá da sala, transitando por canais da TV durante a madrugada, me apaixonei por um tapete persa e a nova fritadeira sem óleo, que por vez pudesse vir fazer companhia, assim esqueceria todas as colisões destruidoras de sonhos, dos nomes de filhos que já cogitamos e dos passeios que insistem em ficar guardados em fotos no meu HD. A vida realmente é simples demais para termos sentimentos tão complexos, mas gostaria que seus olhos passassem por aqui e entendessem que isso faz parte de uma nova argumentação e nada mais. Amor, aqui se faz monografia sobre batidas do coração e no alto da minha tese, digo a ti, que nada faz sentido quando se está cego de amor.

Enquanto argumentava preparei a dose de camomila da noite, acalmando meus ânimos para cabeça falar menos na hora de encontrar-me com sonhos profundos. Esses se tornam raros quando a idade passa dos vinte, tal qual a consistência dos amores irrecuperáveis que montam balaustre de fronte aos móveis, para impedir que as novidades cheguem ao tecido nervoso, captando versículos da mente mais complicada desse bairro. Eis então por vias de fato, te contarei o que acontece aqui de maneira mais clara, parando com os nós que já construi.

Viver a era adulta é a rapsódia mais insensata de todas, acho eu, que nem mesmo Platão indagou sobre, pois estava ocupado a namorar outros filósofos, perdido entre prazeres que desconheço. Estranho sentir falta, mas querer estar só. Esperar, mas querer que o tempo corra. Distrair-se compenetrado, passando os olhos pelas legendas, assimilando o contexto da obra, examinando as figuras, cantando baixo as rimas e levando ao interior o necessário, esse que nem é muito. Na superficialidade troca-se os valores e admite-se estar disposto a perder seus minutos pensando nas cores que mais combinam com seus tênis novos, do que analisar a beleza dos dias.

Sim, tenho medo do tempo passar e esquecer como se ama, tal qual esse texto, perdido entre explicações inexatas e lógicas inconclusas. Equações e expressões que não encontram denominador comum. Mas incomum? Acho que não! Muitos esqueceram como se ama, mas aprenderam bem a mentir. Passam tardes no shopping escolhendo camisetas novas para eliminar depressão. Viram noite embriagados entre notas de músicas da moda, repleto de amigos que nunca andaram de meia na sua casa. Sim, tenho medo de me tornar esse ou aquele, sem expor nomes, mas refletindo em mim, os Leonardos que não quero para aquecer alma do inverno.

E aos curiosos, não é só do amor de beijos que digo, mas que entendamos o amor que devemos ter pelos passos, pelos sonhos, pelos encantos diários das novidades gritantes e do alto do gigantesco monte que habito, vejo que há muito o que amar, sem desatar nós, pro tempo proceder a favor da maré que transporta. Ao som de qualquer tom que seja leve, tomo meu último gole de chá e vou dormir.


Boa noite mundo.



Leo

Um comentário:

Anônimo disse...

Calma Peter o dia logo amanhece, e o sol vem pra nos aquecer