26 de dez. de 2008

E assim foi 2008 aqui em casa

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O que você fez em 2008? Eu perdi minha mãe, me apaixonei e perdi amor. Conheci e desconheci mil vezes meus melhores amigos. Vi tristeza de perto, gente chorando. Abraço falso tentando fazer paz dentro de um coração que não queria estar batendo naquele momento. Momentos que eu preferia ter pulado. Dias que não são bons de lembrar, me faz essa pessoa que agora escreve aqui. Não sei qual a sua imagem sobre a minha pessoa. Criei várias dúvidas idiotas dentro da minha cabeça no decorrer dos dias desse ano que está acabando. Vi-me e continuo me vendo de diferentes formas. Duvido de tudo que vejo e vejo mais uma vez, só para ter realmente a certeza que aquilo que está em minha frente é de verdade. Fui ao paraíso e conheci a babilônia. Tenho vergonha de alguns dias e alguns eu não conto todos os detalhes. Não sei como seus pais me aceitariam dentro da sua cabeça se soubessem como eu sou louco e pirado. Não sou a melhor companhia para você, pelo menos me vejo assim. Repito demais as palavras que digo sempre e quase nunca consigo terminar uma frase que tento começar. Não sou tão engraçado e muito menos tive as melhores notas do colégio. Esse ano não estudei, fiz estudos! Criei métodos e manias visuais. Fiz do meu jeito e realizei da minha forma. Esse ano eu realizei sonho, mas não um só! Esse ano eu vivi vários sonhos antigos. Esse ano eu fui mais alto! Sozinho, no que eu digo, competência minha. Esse foi ano dos meus grandes amigos.
Comecei o ano me atrasando como sempre. Não consegui aprender a seguir corretamente o relógio em 2009, não aprendi muita teoria também, fui prático e agi quando foi necessário somente. Comecei errado e meio torto, como todo bom moleque bobo. Ver-se no mundo adulto ainda me deixa confuso demais, não é tão fácil se ver “grande”, ainda mais eu que nem cresci tanto assim. Esse ano não cresci, mas acho que nem tinha como crescer também. Já sou assim e assim vai me ver durante grande parte da sua vida. Talvez meu rosto ganhe rugas e engorde mais alguns quilos, mas muita coisa vai se manter assim. Orelha, cabelo, olho e nariz. Sorte a minha de estar bem ainda. Vi meus amigos envelhecendo e meu rosto pouco mudar. Acho que o estresse diário deixa as pessoas mais velhas e cansadas. Até chego achar que engorda se cansar demais. Cansa trabalhar, logo, engorda demais trabalhar. O estresse é a grande chatice da vida adulta. Mas em 2009 não me estressei tanto assim, foi tudo acontecendo com calma, no seu devido lugar do roteiro. Acontece por acontecer. Nem sempre é tão fácil, ou você luta e nem percebe. Já estão tão acostumado a correr atrás das coisas dessa vida, que não consegue se ver aproveitando os frutos daquilo que lutou. Lutei e protestei esse ano, muito e sem perceber também.
Esse ano me apaixonei e criei um escudo contra o amor também. Esse ano conheci pessoas bonitas demais para continuarem em meu mundinho corrido. Que na verdade nem é tão corrido assim, mas não tem espaço para pessoas que não sejam lunáticas. Que vivam nesse mesmo mundo meu, estranho e só meu. Não aprendi a dividir direito o espaço. Tem loucura para tudo que é lado e às vezes ainda faço-me de pessoa normal, para me levarem para ver os seus pais e amigos mais velhos. Tenho vergonha também. Sou menino, sou criança, sou sonhador e isso me deixou com muito medo esse ano. Tive medo de não crescer. Estacionar em lugar errado e não conseguir mais tirar o carro. Achei que veria o mundo crescendo do lado de fora da janela e não colheria nem ao menos um dia de alegria para os meus futuros próximos anos de vida. Tive medo do marasmo, tive medo da mesmice. Tenho medo de depender tanto de mim. Não é tão fácil cuidar de si mesmo, não queria conhecer tão rápido como é limpar o meu próprio nariz. Não têm mais café na mesa e almoço no prato todos os dias. Não tem conta pensada e paga no fim do mês e precisei descobrir como se faz o Imposto de Renda.
Em 2009 eu escrevi. Cansei todos os meus dedos da mão ao mesmo tempo, falando sobre amor, preguiça e tudo aquilo que me vinha na cabeça. Aprendi a falar sem usar algumas palavras. Aprendi a falar realmente o que eu sinto, sem pensar muito, sem ter vergonha de ir tão longe às vezes. Quem vai sou eu e deixa que eu cuide de descer. A Bebedeira é minha e quem cuida disso sou eu, mas esse ano eu aprendi a fazer arte. Arte de fazer sorriso no olho de quem vê. De fazer orgulho dentro do meu coração e fica bonito dizer que o filho é meu. Que veio de dentro de mim, pensado, desenhado e ensinei jogar bola. Tomara que torça pelo mesmo time que eu! Esse ano meu time foi campeão uma vez, mas isso não importa mais tanto na minha vida também. Esse ano não pratiquei esportes com regularidade e faltei várias vezes na academia. Esse ano eu descansei!
Esse ano vi desenho meu ilustrando a televisão. Assisti na maior televisão da casa, procurei meus jogadores prediletos, fiz arte e ninguém percebeu. Fui longe, graças aos meus amigos. Esse foi o ano que me vi abraçado durante grande parte pelos melhores seres humanos da face da Terra. Esse ano conheci meus melhores amigos. Reconheci meus eternos companheiros e vi tristeza ir embora graças aos papos bestas que sempre costumas ter. Durmo embriagado em algum bar, me acorda com um tapa e fala que é hora de ir embora, mas festa não termina assim. Festas nunca deveriam terminar de verdade. Esse ano eu festejei para não entristecer, mas comemorei a minha vida que ainda continua ativa. Comemorei para não estar triste e comemorei mais quando estava feliz. Esse ano te fiz apaixonado por mim e não percebeu. Beijou-me e acordou com dor de cabeça e desculpa quando eu digo que não lembro mais o seu nome. Não me lembro ao menos de ter perguntando o seu maldito nome. Não que seja realmente maldito, mas não me recordo de ninguém de amor neste momento. Não me lembro de muita coisa, porque respondo tudo dizendo que estava bêbado e bêbado não se lembra de muita coisa nunca.
Esse ano eu senti muita preguiça, mas aprendi superar em grande parte também. Sou útil quando ativo, percebi que faço algumas coisas bem, não sei ver tão bem nada que faço. Encontro sempre as respostas das minhas perguntas nas bocas dos meus amigos. Do meu pai! Esse que se tornou o maior espectador da minha vida. Depois que perdi minha mãe no começo do ano, aprendi a dar mais valor a quem está perto de mim e quero que ele veja as coisas que faço e que ando fazendo. Trago sempre uma novidade para casa, mesmo que não vire festa, mesmo que nem sempre tenha algo coerente a ser ouvido no momento. Adoro criar essas loucuras dentro da cabeça do meu pai. Ele vai desenhando um mundo novo comigo, como se fosse possível ter mil vidas e mil mundos dentro de uma vida só. Vivi em vários mundos durante esse ano todo.
Conheci outras casas e visitei outros lares. Fui para cidades distantes e conheci pessoas que nunca teria conhecido. Conheci minha mãe em uma dessas viagens perdidas. Visitei sua melhor amiga de adolescência. Perguntei detalhes e fui sonhando. Vi minha mãe sorrindo, ainda menina. Esse ano eu senti tanta saudade e acho que poderia repetir essa frase durante o texto inteiro. Esse foi ano que não ouvi direito a voz da minha mãe, essa que só vou ouvir em gravações, mas ainda tenho tanto medo. Esse ano ela fez muita falta.
Enquanto você cresce os pais ficam no banco de reserva, assistindo o jogo e comentando algumas jogadas. Quase nunca entram diretamente em jogo e quando jogam, nunca é partida inteira. Entra no final só para acompanhar a vitória ou consolar junto uma derrota. Titulares foram quando era criança ainda na foto. Quando tinha bolo de aniversário e várias crianças em volta. Sempre roubei brigadeiro antes do parabéns, minha mãe me fez assim, errado e torto. Ela deixou ser o que queria ser sempre. Herói e bandido, preso e solto. Herói e vilão, da sessão da tarde ou de algum lançamento do cinema. Deixou-me ser Leonardo, ela que me fez assim. Não sei falar sobre as minhas qualidades, só sei as ver como loucura, só vejo da maneira que acho melhor. Pode parecer infantil, mas sou assim e não tenho medo de assumir. Sou pessoa pensante e criativa, chato e megalomaníaco. Sou pequeno e penso grande, penso como menino e não tenho noção do tamanho dos meus braços. São tão pequenos, mas minha mãe disse que eu poderia abraçar o mundo um dia. Minha mãe me ensinou a ver o mundo desse jeito, quase sem querer, mas sou do jeito que ela sempre quis ser.
Sou artista, escritor, dançarino, sou cantor
Sou diretor, roteirista e editor
Sou teu amor e teu maior inimigo
Sou só um menino
Sou só um menino
O mundo cresceu e não esqueceu
Fez dia para você comemorar
Ano Novo que chega
História minha que fica
Para você que me conheceu
Esse ano já acabou
Esse ano que começou
Estranho e ficou
Esse ano já deu!
Se foi!
Ano se vai para vir o próximo, para viver um dia novo, uma novidade e um monte de coisa que não viu no ano que já se foi. Esse ano vai vir para dançar, de roupa de festa e tudo que for novo. A moda será outra e a tendência talvez mude. Não sei e ninguém sabe, mas ainda gosto de ter essa sensação de coisa boa vindo em minha direção. Talvez seja esperança de Ano Novo, como todas as promessas, mas esse ano não está tão longe de mim para que eu consiga pensar diferente disso. Esse ano está aí! Semana que vem e alguns dias só! Esse que vai ser a sequencia desse, mesmo que seja lógico, mas esse ano está vindo para ser o melhor da minha vida. Mesmo que ano passado eu já tenha dito isso, esse sim! Esse SIM Leonardo! Esse vai deixar marcado, esse vai ser maravilhoso. Se prepare! Está apenas começando a festa!
Vamos pintar o céu com as cores mais legais do nosso estojo e pintar a lousa inteira com as nossas idéias loucas. Vamos ser loucos para uma vida inteira, vamos ser o que quisermos ser. Vamos dominar o mundo e tirar da mão dessas pessoas chatas que não sabem rir das coisas idiotas da vida. Se levam tão a sério que eu nunca vou chamar para a festa de aniversário das minhas crianças. Tudo bem! Não quero ter crianças em 2009, ainda está um pouco cedo! E vou continuar escrevendo da maneira mais idiota e repetitiva do mundo, porque assim aprendi a ser legal. Me deixa em paz!
Esse foi o meu ano e espero que o seu também tenha sido tão louco e arrepiante.
Se não foi... Espera!
Semana que vêm já está aí!
Feliz Ano Novo
Em 2009 a gente se vê!

19 de dez. de 2008

Drogados não tem coração

Maldito coração que bate no meu peito. Queria ter te esquecido, queria ter te vendido. Queria ter ido embora para um mundo que não existe sentimento. Lembrei tarde demais desse escudo que não funciona mais. Lembrei tarde demais que sou humano, que sou você, que sou como ele, que sou como qualquer um. Não queria ser assim. Queria sorrir a falsidade das coisas escrotas da vida. Queria ser escroto. Queria ser idiota. Queria ser tudo aquilo que realmente deveria ser. É confuso. É confuso demais, mas penso menos de hoje em diante. Vou andar nas manhãs e vou me cansar até esquecer tudo que não quero dentro da minha cabeça. De tanto querer o oposto de você, preferi me internar sozinho. Não é amor, não é alegria e muito menos compaixão. Sou eu sozinho aqui, levando a vida como um samba sem enredo. Vou cantando e seguindo a linha que me parece ser melhor e vou me perder. Perdendo-me, encontro! Encontro a paz que não veio me ver hoje e tudo aquilo que já foi motivo para festa.


Bebo e esqueço teu nome em alguma boca perdida. Envolvo-me em algum corpo sem nome. Estou pouco preocupado com os detalhes da vida essa noite. Quero só esquecer tudo e voltar limpo para casa. Mesmo que a minha cabeça gire mais de mil vezes antes de sentir dor de cabeça. Bebo água e ligo a TV. Acabo com a minha hiperatividade com algum programa de sábado de manhã. Alguma criança idiota deve apresentar as mesmas babaquices que me fizeram ser o que sou hoje. Vão ter vários bonecos como eu em um futuro próximo. Cuidado! A festa acabando e minhas pernas estarão cansadas. Será tanta dor que não serei capaz de dizer seu nome mais alguma vez.


Escondo dentro meu nariz, não sou inteligente. Sou um drogado disfarçado de bom moço. Sou um perdido bem educado. Sou mendigo de casa coberta e alguns pares de roupas normais para serem utilizadas no dia-a-dia. Não sou o garoto mais legal do mundo e tenho costumes diferentes dos que você vê em seus amigos. Mas não se preocupe! Não escrevo para você e muito menos para ninguém. Não se vanglorie, não é tão importante assim. Para aquele que somente lê e não usa do seu coração, não entende, passar despercebido e só conclui com uma idéia banal, todas essas palavras que vou acumulando no decorrer de todas essas linhas. Se os teus olhos se sentirem cansados, por favor, pare por aqui! Pois mesmo que não queira, vou dizendo e vou dizendo para mim mesmo. Não me importo com a sua falta de entendimento ou coisa parecida. Odeio me explicar e odeio dizer as coisas de maneira clara. Sou complexo!



Tyler Durden!

11 de dez. de 2008

Só mais um estudo.

Não utilizarei: eu, você, ele, ela, nós, alguém, não, sim, talvez, então, dele, dela e nenhuma possível variação no plural.


Tema: Tristeza (momentânea, passageira, derradeira, minha)


Saudade dói. Diria-te em voz alta todas as vezes que senti o aperto desse sentimento dentro do coração. Parece a dor de agulhas farpadas que adentrando a alma e jogam para baixo tudo aquilo que deveria estar de pé. Diversão vira marasmo e mar deixa de refrescar verão. Virou tédio e esqueceu-se de banhar criança feliz. Pulou onda e hoje pulo acontecimentos. Tento encontrar entre os prédios alguns sorrisos que já se foram. Estão em algum outro lugar, diferente desse, longe, perto. Ninguém realmente sabe.


Explica-me a tristeza Deus. Fala-me o sentido correto de sentir tudo isso. Essa confusão mental que adentra os meus pensamentos e só sai quando durmo. Quando tento esquecer daquilo que sempre vai estar ali. Dor permanente, dor sem cura, dor eterna. Vejo-te em todos os corredores dessa casa ainda. Nem que se façam tudo diferente durante o roteiro dessa vida que levo, estaria ali. O seu rosto.


Já me disseram que a gente aprende com tudo que acontece durante a vida. Realmente! Tudo tem um motivo, mas alguns motivos deveriam vir prontos de ser digeridos. Vindos de fabrica, no preparo inicial das almas. Pularia as aulas de terapia ocupacional para aproveitar os dias de sol e veria resultado em outros cursos. Mas faria de outra maneira tudo que fosse me ajudar neste momento.


Desenho teu rosto no espelho do banheiro. Uso o vapor que sai do banheiro quente e com a ponta dos dedos e me lembro de tudo que está guardado dentro de mim. Preferia viver mais e pensar menos, agitar mais os dias e ouvir grito seu pela casa. Xinga-me mãe, quantas vezes quiser. Fala de todas as minhas notas baixas e recrimina algum ato adolescente. Faz de novo e pode fazer quantas vezes quiser. Queria ter voz para combater essa vontade, mas preferia mil vezes agora estar chorando de culpa por toda revolta que já tive por idiotices na vida.


Molhe os meus pés onda, me trás sensações que deixei de sentir. Que me esqueci de sentir, que sonhei e vivi pouco. Adquiri grandes sonhos e escondi tudo que queria ter. Besteira minha, besteira jovem, besteira de todos os que preferem fazer do seu jeito e deixam de ouvir a voz que tem sempre a razão. Somos de realidades diferentes, mas somos daqui!


Queria ser poeta hoje e menos humano, menos quadrado e mais amoroso. Queria ser mais capaz e menos pensador. Queria pensar menos, pesar menos, esquecer mais. Queria mudar de nome na verdade, queria ser outra pessoa. Só queria ser por ser e mais nada, além disso. Explicar é para as pessoas pacientes e hoje só quero confundir.




Leonardo Fonseca

2 de dez. de 2008

Valsando sozinho

Eterno foi o seu sorriso, como é bom admirar essa extensão labial incrível! Fico preso, como um cachorro vendo o giro emocionante do frango na sua televisão enorme. De plasma e com alta definição de imagens, seu sorriso é maior que todo mar que eu já vi passar. Nessa minha vida de marinheiro sem mar, sem uniforme e diferente dos atores americanos. Talvez por ser um pouco alheio as coisas comuns, consegue ver nesse meu sorriso não tão gracioso, a graça do seu “boa noite”, mas juro que ainda tenho tanto medo de assistir esse programa e gostar demais.


Gostar é um esporte estranho e nem sempre compreendo muito bem as suas regras. Tem hora para começar e sem motivo algum, às vezes esse acaba. Como fim de campeonato sem time vencedor. Como se não tivesse uma taça para levantar no fim da temporada. Correu e cansou, mas não atingiu êxito, não tem o que contar para os amigos que te viram afastado do mundo. Treinou demais e não tem nem história para contar. Tem medo de lembrar e chorar no canto. Escondido de todos que condenam a sua tristeza. Se não chorar, tudo bem, o peito ainda está apertado demais para tentar em um próximo ano, se aventurar em mais um jogo qualquer. Está tão acostumado a perder que o congelou tudo por dentro de si.


Esse grito congelou tudo aqui dentro e parece estagnado esse tempo que não passa. Mesmice diária e assuntos repetidos. Não são tão sensuais e a não agrada muito continuar. A cerveja esquenta e os olhares se perdem em mesas próximas. Amanhã vai dizer que saiu com uma pessoa muito chata e que não quer ver até o verão do próximo ano bissexto. Acende um cigarro para falar menos, não está contente, não está feliz com aquilo que cerca o seu momento. Momento chato, cenas em câmera lenta. Queria ver em velocidade rápida, adiantando alguns capítulos só para ver logo o caminho de volta para casa. Provavelmente estará bêbado e caindo pelos cantos. Suas costas estão doloridas e quer esquecer todas as palavras que ouviu.

Mas vou contar um segredo em voz baixa, para só os mais interessados ouvirem. Não vou manchar a minha história com cores fora da moda de novo. Encontrei uma pessoa diferente no meio de todos esses rostos conhecidos. Encontrei um sorriso diferente, um caminho, uma vida, uma loucura e um monte de coisa nova que posso contar para todo mundo e sempre ter um assunto novo para agradar a roda de amigos. Cansei do futebol e cansei de todas essas festas com gente feia. Achei alguém para fazer minha noite virar dia e meu tédio parecer engraçado. Tropeço e vejo alguém rindo. Isso é motivo de felicidade e se aparecem várias palavras repetidas... Não ligue. Estou eufórico!


Sim! Ainda sei escrever, valsando sobre o teclado e falando tudo aquilo que está dentro de mim. Preso e esparramado. Como personagem gordo preguiçoso de filme besta. Daqueles que passam à tarde para agradar criança de férias. Mas vou deixando de cantar por aqui. Quieto e pronto para dormir, te ver em um sonho e talvez sonhar mais um pouco. Não é para entender, não é para pensar. É para ir bailando até a direção do seu próximo par. Navegue com as ondas e espere pelas novidades. Essa é a maneira mais eficaz de ver de perto essa pessoa que caminha dentro da minha cabeça tem uns dias.



Passar bem



Leonardo

29 de nov. de 2008

Mesmo sem te ver, já gosto tanto...

Como é bom apreciar um sorriso, fecho os olhos e não esqueço dele, nem por um segundo, a noite toda, só penso nisso, estou aflito pensando somente naquilo tudo que não saia da minha cabeça de forma alguma. Não entendo por que brincar assim comigo, coração sério, duro e de concreto, gelado como inverno em São Paulo, mas durante a madrugada, quando o vento bate frio no estomago, te deixa gelado de corpo inteiro, seu pé congela e seu cérebro quase não funciona. Acende mais um cigarro ou um do bom, daqueles bem verdes, perfeito para fechar em um close a deusa da sua noite, ou talvez da sua semana, não sabe explicar, acontece, não sempre, mas acontece.


Mas sou sincero dizendo que guardo dentro de mim muito medo de várias coisas, cair, se machucar, vejo perigo em algumas curvas desconhecidas ainda. Não entendo perfeitamente de onde vêm tudo isso. Se for algo que passei, se foi algo que não vi passar, mas marcou, foi rápido. Como resfriado de meio de semana, que só serve para matar um dia de aula ou trabalho, depende da idade e da obrigação. O importante é pagar todas as contas e ficar certo tudo, não dever, não falhar e sempre fazer a barba, parecer um ser social e mais um engravatado e de crachá de cidadão. Nasci diferente e isso já me causa muito medo. Não gosto do “tão normal” assim, gosto da diferença e das diversidades engraçadas. Risos que nunca ouvi e histórias que nunca se passaram pela minha cabeça. Gosto das novidades do mundo e também adoro ouvir sobre aquilo que passou. Vou adorando de palavra para palavra. Crio poesia dentro da minha cabeça e esqueço todas as coisas ruins do mundo. Sei, sei sim, amigos, eu sei! Já passei por algo parecido e cai, chorei e passei mal, mas o verão volta, graças a Deus! O verão sempre volta.


De verdade só queria que me explicasse como faz para me acalmar tão bem assim. Quem te ensinou a ser assim? Eu não entendo a perfeição. Talvez por não ser perfeita, por ter vários erros e medos como eu. Vi-me em você várias vezes e achei tão curioso tudo o que você diz. É bonito e às vezes soa como poesia. Poema bem contado de poeta experiente. Daqueles que sabe ganhar coração de gente que se esqueceu de nascer com um, ou esqueceu de vez onde ele está e deixou dormindo por muito tempo. É você e só você mesmo, do jeito que a vida preparou, desenhou caminhos diferentes e foi juntando aos poucos, só para não parecer tão padrão. Não acharia ruim desfilar ao seu lado, vendo sorriso em cada novidade que com certeza será você capaz de trazer para minha vida. E se estiver errado, por favor, avise! Porque tenho dentro de mim uma certeza tão grande que às vezes assusta. Parece certo e já tão correto. Sem falhas e uma história que pode não ter fim, mas se estiver, que demore um bom tempo. Só queria aproveitar a minha vida.


Antes que me esqueça, estou vendo o dia começar agora, como tínhamos combinado, lembra? Falando um monte de besteira, bêbados e embriagados, falidos, porém, felizes até o fim de uma verdade que ainda não se conhece. Mas digo com muita certeza que conhecerei e serei parceiro, de dias, noites e tudo aquilo que você quiser. Falo sem dizer o nome, falo para quem quiser ler. Pode ser uma que ainda não sei o nome, ou aquela que já se encontrou em todas essas palavras. Essa é a minha nova maneira de ver uma relação. Se vai ser feliz, ninguém sabe, mas que seja eterno o dia seguinte e nada mais.


E o sol está nascendo lindo, entre todos esses prédios paulistanos que estão em minha frente. A janela é alta, a cidade é alta! Acendo um cigarro e vejo você, do meu lado e pedindo para o tempo parar, por favor. Só agora!


Gosto tudo de você

Medo, medo, medo

Não sei assumo

Sei lá se grito

Mas te vejo

E não demora

Bem perto de mim!


Tomara que aconteça.






Leonardo Fonseca

5 de nov. de 2008

Esse, eu fiz sem pensar...

Falando baixo pelos cantos, vai cantando até o começo da sua rua, vê menina bonita e se despede da cama. Fez tudo bem cedo, café, pão e margarina. Uma ou duas passadas pelo pão, tanto faz, gosta de um pouco de gosto ao amanhecer. Poesia que convence muito pouco ao que assiste, mas tudo bem, começa assim o dia, terminará não distante do mesmo, mas está tranqüilo por ver final de semana chegar.

Respirou tristeza por uma noite inteira, queria amor, queria um pouco de paz e talvez essa que ainda não encontrará no café. Procura sorriso, procura cochilo pesado no ombro, mas não encontra. Normal, muito normal. Os corações estão escondidos atrás de suas contas atrasadas. Preocupa demais e vive tão pouco. É de dar pena. Anda tão sozinho e os amigos estão todos ocupados amando suas namoradas.

Aos sábados consigo sentir solidão, só aos finais de semana. Quando o telefone deveria tocar, chamariam para o almoço de família. Reveza! Cada um em uma cada. Final se semana aqui. Final de semana que vem, lá! Vão alternando e revezando alegria então proporcionada. Dão risada de algum filme, se amam, se encolhem. Dormem e resolve-se que não vão acordar. Hoje é domingo e pouco importa a velocidade do mundo.

O relógio fica sem pilha e peço para Deus para o mundo não andar. Vá devagar vida, só hoje, amanhã, não sei! Capotado, caído e jogado. Com a mesma roupa e muito cheiro de preguiça. Preguiça que gosto, preguiça que amo essa que não precisa sair de mim ao final do dia.

Começa a semana assim, silenciosamente, com calma e devagar. Amei demais, cansei tão pouco e assim prefiro viver a vida. Como se todos os dias fossem domingo. Como se tudo fosse repetido, não me importo. Escrevo da maneira que me for mais cabível. Converso e sigo dialogando. Mesmo que seja um monologo. Não me importo com regras enquanto tento encontrar algo que me faça ficar concentrado.

Altos serão baixos e o domingo será sábado. Quando resolvo não por regra, faço tudo parecer ebulição. Tira à chaleira do fogo, ela começou apitar e isso atrapalha agora. Não quero ouvir voz alguma. Quero estar sozinho e repetir tudo que eu, eu e mais eu, quiser repetir. Cansei de tudo e de todos por trinta segundos hoje e não pretendo assustar ninguém. Vou parecer repetitivo e você vai detestar. Vai falar para todos que esse de todos, realmente, foi o pior. Mas não me importo. Não acordei para me importar e deixo tudo de férias, no seu lugar, para não parecer cansativo essa desordem. Para fazer alegria no olhar daquele quem o vê. Prefere não ver bagunça e seu coração pede sempre para que tudo esteja no seu devido lugar. Tenho palavras que adoro e gosto sempre da sua companhia. Vão aparecendo nesse par louco de mãos que tenho. Meus dedos não sabem a verdadeira ordem das letras, mas vão se encaixando como deve ser. Se ficar enjoado até aqui. Vejo agora, sim, agora! Uma nova chance de levar você até a última linha. Quando perceber que não leu nada e foi tudo obra de uma perfeita exatidão que realmente, é nula!


L. Fonseca

20 de out. de 2008

Estudo. continuação... "complexando a situação"

Estudo da falta do “eu, seu, meu, teu, você, ele, ela, alguém, quando, onde” em textos de assuntos diversos

Objetivo: Não usar de forma alguma “eu, seu, meu, teu, você, ele, ela, alguém, quando, onde” em todos os textos seguintes. Os textos vão se referir a assuntos diversos, passados, novos e possíveis redundâncias. Quero ver se realmente consigo anular algumas palavras e ainda assim manter uma possível concordância em tudo que escrevo.

Tema: Vivência na pós – adolescência

Plano seqüencial, com som de baquetas ao fundo. Assim cresceu uma pessoa, que hoje veste roupas adultas e se despede diariamente da bermuda. Pendurada em um cabide triste. Carrega nos fones lembranças dos amores que passaram,das brigas e tudo que parecia ser tão errado. Jovens não percebem suas burradas e tudo aquilo que os anula da normalidade. Vontade sair de casa, ter um carro e freqüentar os lugares proibidos para menores. Percebe que a vida até ali foi rápida e tem quase certeza que a outra metade do século de vida, ou quase isso, vai passar tão rápido quanto. O quarto é pequeno, não cabe mais uma vida, segredos e dimensões que só quem vive percebe.

Evolui e esquece como era o sorriso que já amou, as roupas vão mudando também. Normal se encantar com nossas lojas e sentir sufocado no momento em que aperta a gravata da primeira entrevista. Passa tanto perfume que não agüenta mais respirar. Dói à cabeça ser adulto, taxas e juros acumulados e a bolsa que não para de cair. Tudo que caía antes era tão fácil de levantar, abaixava, erguia o braço e estava tudo bem. Mal do mundo era menor do que tudo que passa na TV. Essa caixa quadrada assusta cada vez mais, pessoas que não descansam. Tempestades que alagam olhos durante a enxurrada. Mas deixarei de ser triste e vou erguer minha alma, procurar um novo emprego, perder é tão normal daqui pra frente. Muda e muda, não avisa mais ninguém, esse que vai ter um nome condecorado, seja com um quadro na parede do restaurante de comida rápida ou no posto de presidente deste país. Pode não ser uma pessoa de nome, mas vai pagar todos os impostos, essa aposentadoria da vida é tão atraente.

Bonitos serão os dias que terminam rapidamente, não agüento trabalhar demais, o cérebro trava e perco o caminho de casa. Durmo demais e acordo longe do ponto que devo parar e vou indo, não encontro mais nada e não sei o nome da pessoa que está sentada do lado esquerdo, muito menos do direito, desconhecidos. Tão conhecidos, vejo rostos todos os dias e mesmo assim, é passado que não conhecerei. Cada dia um novo. Penteados diferentes e tom de voz que dói o ouvido. Acorda e me deixa descer no local correto da minha parada. Mesmo sendo mau aluno, crio rituais de gente grande, faço barba e pareço gente nas reuniões com pessoas que estão um pouco menos ricas do que a minha conta bancária. Está no zero mais uma vez, supero no mês que vem, cubro a dívida e torno tudo normal. Dever é complicado, dívidas não são piadas tão boas de contar para os amigos. Sentem dó ao ver moeda contada atrás de moeda.

Crescerei ou cresci, não percebi tanto. Não dói. As pernas crescem, os ossos aumentam e tudo continua do mesmo jeito. Rosto que fica quadrado e começa a ser coberto por uma cor acinzentada. Ficamos velhos do dia para noite. Estar longe da Terra do Nunca e não ser Peter Pan é complexo. Funciona nos gibis, funciona nos filmes, mas comigo não. O mundo pede, a vida pede, todos pedem e parece uma torcida incansável. Mostre os lucros e direi quem és. Esse carro é do ano? Essa roupa já está ultrapassada demais, abaixa esse cinto, por favor?

Longe da cabeça tudo vai parecer mais bonito. Acende mais um, compra mais um pouco e mistura. Essa veio de um lugar louco. Loucos serão os adolescentes que se foram. Adeptos de tudo aquilo que assusta criança que se atreve a assistir o jornal das oito. Não assista! Pelo amor do nosso Deus! Se ouvirem o que faço, por Deus, vão sentir nojo de mim e não vão falar comigo olhando no olho. Está vermelho, é uma alergia e nada, além disso, e não durmo por que não tenho sono. Imagina! Não é nada disso que está pensando! As festas que ninguém dorme são normais, impossível estar com alguma pessoa agarrada na parede. Meninas se beijam, todos amam! É assustador, sei bem! Música alta faz mal para os ouvidos, mas dança. Chegue suado em casa. Chegue drogado em casa, entre direto no banheiro e tome banho. A balada foi boa, mas precisa parecer normal no jantar familiar, se a sua tia souber...

Os pais foram assim, tios, primos mais velhos e qualquer ser que está a sua volta. Nem todos tiveram a mesma coragem de saborear melhor a vida e se alojaram em suas tristezas. Vão levar o país para frente. Pagarão um colégio para os filhos e vão esperar notas boas. Enquanto dancei e vi o mundo louco que gira na madrugada. Machuquei o joelho, doeu, sofri, mas virou história. Brigas, derrotas e meninas que não quiseram me amar. Foram-se! Os ídolos não se pareciam comigo. Não sai na capa da revista de capa cor de rosa e muito menos desejei.

Fiz amigos diferentes e entrei em aventuras do submundo. Fiz e faria de novo, sem dor nas costas. Disposto a andar tudo aquilo de novo. Faria-me e copiaria O novamente é atraente também. Mas dói e sabe o que pode fazer e ainda obter lucros. Todas as paixões com as garotas mais lindas da sala. As discussões por um amanhã melhor. Todos já tentaram ou pensaram em mudar o mundo. Implantar o bem na vida de todo mundo. Revoluções pessoais e cortes de cabelos dos atores. Músicos estampados nas paredes do quarto. Adoradores dos nomes complexos dos filmes americanos. Brinquedos que perderam o sentido e foram fazer a alegria daquele que ainda vê tudo mais colorido. A saturação está mais baixa agora, não entendo. Jogo o contraste bem alto para parecer uma foto alegre. Crescer não é triste, mas estar perto de uma seriedade é complicado. O tempo vai indo, ninguém segura. O dia acaba e já é hora de esperar pelo seguinte. Está por vir, mas mesmo assim as camisas precisam já estar passadas. Comida pronta e tudo já pensado.

Normal é o tédio a partir de agora, não se culpe e não reclame. Faz parte do trânsito. Faz parte do domingo, da segunda e da terça também. Roteiros diários de uma mesmice. Fazer o que? Se fosse escolha, pularia uns dez capítulos, mas como é obrigação, os faço do desse jeito. Baterista de jazz que sola no meio da música e chama atenção para suas mãos. Coloco o cérebro acima e penso de um jeito diferente do normal. Penso do jeito que quiser nesse momento. Estar longe, ser de longe, enfim... Não sei!

Preciso escolher pelo fazer ou deixar de fazer. Arrepender do dia que dormi demais e achar ruim por não ter dormido. Estar sempre em dúvida. As cores são bonitas, mas nenhuma agrada tanto. Olha no espelho e vê barriga. Querer ser criança e afinar o rosto seria uma opção boa para aqueles que sempre desejam parecer mais novos. Impossível! São rugas, marcas, expressões fixas. Esse é o formato adulto do ser que foi criado pelos pais. Talvez tenham imaginado um ator ou coisa parecida. Virou cidadão. Médico, doutor e advogado. Dentista, instrutor e atleta. Cantor das noites perdidas da zona oeste da cidade. Perdedor de amores e vencedor das cantadas sem nexo. Amor que amou e se foi. Casamentos que acontecem nos dias mais claros. Se chover? Vai dar azar com certeza. Perderá a cabeça e ganhará peso. Querer o que não queria e deixar o que não deixaria. Subir, descer, crescer, ser, estar e conseguir.


Capaz será
Custa tentar
Custará e mesmo assim não adiantará

Dias acabarão
Terão sempre outros para continuar
Segue a seqüência

Conhecerá e esquecerá
Paixão se foi
E voltará

O coração uma hora amolece
Vira de paz
Vira de uma nova pessoa
Por quem
Apaixonar-se-á

Tristeza passa
Felicidade também
Não chore
Não reclame

Amanhã...

Só a Deus pertence




Leonardo Tatsuo Arima da Fonseca

11 de out. de 2008

Estudo. Parte dois (deixando cada vez mais complicado)

Estudo da falta do “eu, seu, meu, teu” em textos de assuntos diversos

Objetivo: Não usar de forma alguma “eu, seu, meu, teu” em todos os textos seguintes. Os textos vão se referir a assuntos diversos, passados, novos e possíveis redundâncias. Quero ver se realmente consigo anular algumas palavras e ainda assim manter uma possível concordância em tudo que escrevo.

Tema: Traição e coisas parecidas.


Diz te amar todos os dias, quando acorda, antes de dormir e sempre liga para saber onde você estava e com quem passou parte do tempo que esteve longe. Quer saber tudo que ocorre e tudo que ocorrerá durante as próximas horas. Se estiver chovendo, vai pedir para que fique em casa, se fizer sol, também vai pedir para que fique em casa. Prefere que não veja o mundo, talvez assim não se apaixone por um rosto perdido nos corredores das grandes lojas. Talvez não encontre uma conversa melhor para se perder durante alguns momentos, vendo o sol baixar e tudo escurecer. Vai virar noite e vai buscar na porta de casa. Leva ela para ver o filme que está passando no cinema, novo sucesso de público e muitos efeitos especiais. Não vão comentar o filme e vão lanchar algo que seja suculento. Acho que vão fazer sexo mais tarde. Tudo igual, mesmo corpo, sem novidades, as mesmas voltas, curvas iguais. Sabe sempre onde reduzir a velocidade e veracidade de cada futuro ato. Tudo de novo, nada muda. Às vezes muda alguma coisa, um detalhe, uma lingerie, mas sempre é a mesma pessoa. Quem ama não liga. Quem gosta não liga, mas não é algo para se pensar muito no decorrer do dia.


Tenho um papo mais envolvente e falo tudo àquilo que ele nunca diz. Já disse um dia, mas esqueceu no passado. No momento da conquista onde tudo era novo. Agora ficou velho e faço parecer novela nova. Capítulos diferentes e um personagem proibido dentro de tudo isso. Não quero me parecer com um vilão, mas adoro esse cheiro proibido que circula perto das paredes desse quarto. Quando toca o telefone e diz estar longe, quando finge que nada daquilo está realmente acontecendo. Hoje você me prefere, me ama mais do que qualquer outra coisa. É diferente, sei conversar sobre os assuntos que ele nunca se interessou e sou bonito o suficiente para poder desfilar de frente as suas amigas. Se orgulhar dizendo que roubou um beijo, que foi sufocante, te deixei sem ar, deixei molhada a sua boca. Deixei vontade quente dentro desse corpo. Vontade que nunca quer deixar de ter, nunca vai passar, ato consumado é ato feito e nada apaga aquilo que já está registrado.


Toco as músicas que tanto gosta e ele nunca fez questão de entender. Sei quais são os cantores que te agradam e as drogas que é viciada. Vicio-te mais ainda, tiro nossos corpos do chão e aprendo a levitar. Elevo a nossa alma para os lugares mais loucos do universo. Faço diferente e isso já é o suficiente. Sou o drogado que não serve para namoros fixos, sou o descolado do colégio que as meninas admiram, mas tem um medo absurdo de chegar perto. Não mordo ninguém, a não ser que peça com muito carinho. Para tudo se dá um jeito. É só ser prático e único. Nunca vai esquecer-se de nenhuma palavra minha.


Não fica com medo de ver o próprio coração partido, sabe que por mim não pode se apaixonar. Sabe que não pode sentir amor pela minha pessoa. Já declarou isso a outro rapaz e sou a segunda opção, diversão dos finais de semana. Conversa escondida e sem histórico. Apaga todas as mensagens que mando, ninguém pode ver, ele não pode saber. Se souber o amor vai-se embora e parece dor antes de dormir. Vira lembrança chata e arrependimento. Não fico muito contente, mas entendi porque isso ocorre e continuo caminhando. Ilustro nosso livro com páginas pervertidas. Vai me ofender. Quantas vezes quiser. Chama-me por nomes que em sã consciência tem vergonha de dizer. Posso ser quem você quiser.


Vamos queimar juntos.


Leonardo

6 de out. de 2008

Estudo.

Estudo da falta do “eu” em textos de assuntos diversos

Objetivo: Não usar de forma alguma “eu” em todos os textos seguintes. Os textos vão se referir a assuntos diversos, passados, novos e possíveis redundâncias. Quero ver se realmente consigo anular algumas palavras e ainda assim manter uma possível concordância em tudo que escrevo.

Tema: Sexo (tudo aquilo que dá vergonha de pensar e mostrar aos pais)


Nunca se atreva a tocar no assunto durante o almoço com a família, pode assustas, pode constranger os mais velhos e até mesmo ocasionar uma briga fora de hora. Guarda só para você e se não quiser esquecer, anota em um caderno e esconde da própria vista. Deixa virar passado, sensações, seduções que nunca vão entrar em um lugar vazio dentro de sua memória. Cultive para si toda essa plantação de libido, tem coisas que é melhor não dizer. Não se vende na TV por diversos motivos. Ainda vivemos em uma sociedade quadrada demais para conversar abertamente sobre tudo aquilo que nos transmite prazer. Melhor não pensar tanto.

Danço com os seus cabelos e adoro repetir as mesmas palavras sempre. Essa é a minha forma de fazer o errado aos seus olhos. É a minha maneira, treinei assim, aprendi assim e assim vou fazendo. Não adianta dizer que não vai gostar, vou sentir em seu rosto cada gota de suor. Respirando pudor de uma noite sem dormir. Escolho um final de semana e declaro feriado nacional. Perco um dia inteiro, perderia uma vida repetindo tudo isso. Não pareceria velho, não pareceria com nada que já vi. Coloco todos os pronomes possíveis no subjetivo, no indireto, mas diretamente, caminho para cima do seu corpo e vou decifrando um mapa.

Tira essa camiseta pesada, está tão calor aqui. Vem fazer o seu corpo suar perto do meu. Coloca para fora essa sua vontade de mudar de nome. Coloca para fora tudo aquilo que desejar tirar de dentro de si. Saia de você e seja quem quiser. Seja atriz, seja cantora da minha noite. Faz disso tudo um show, vicioso. Orgulhoso em me ver aqui, nesse momento, por estar perto do acontecimento que sempre espero muito tempo para acontecer. Por isso não perco tempo. Abaixo as suas calças e te deixo com vergonha. É lindo te ver assim, é lindo sentir a sua vergonha me deixando arrepiado. É só para mim e para mais ninguém.

Cada curva desse corpo, cada pelo que arranco com a boca e vou marcando as partes que gosto mais. Adoro ainda mais quando parece proibido, quando fazemos escondido. Alguém vai chegar e isso precisa terminar logo. Não me preocupo com os tempos verbais e muito menos se estou certo em me expressar assim. Alguns cantam, outros desenham. Todos são explícitos dentro de suas artes. Na minha arte desenho com palavras e canto com a boca fechada. Dissertação, narrativa e algo que tenha outra denominação dentro do português, não sei. Ninguém sabe a melhor forma.

Não pretendo transformar as minhas ambições em um conto erótico. Entre os seios e o seu umbigo, uma mordida atrás, na nuca, localizando o seu prazer com um gemido gostoso. Gosto quando parece sujo, gosto quando usa toda sua força. Adoro ver meu corpo vermelho. Esses arranhões que desejo ver sempre em meu corpo, como se fosse tatuagem, como se fosse impossível sumir. Não suma, apareça no verão sempre que quiser. Tem um lugar só seu no meu quarto. No meu coração não, aqui não cabe mais ninguém. Mas o conforto da minha cama sempre te espera.

Faça-me adolescente mais uma vez, menino. Quero perder minha virgindade usando essas palavras e vai se lembrar para sempre. Hoje parece melhor que ontem e disso que você mais gosta. Não precisa assumir, existem outras mil maneiras de descobrir o que realmente está sentindo quando seu corpo está sobre o meu.

Quando quiser
Sabe onde me encontrar



Leonardo

5 de out. de 2008

Estudo.

Estudo da falta do “eu” em textos de assuntos diversos


Objetivo: Não usar de forma alguma “eu” em todos os textos seguintes. Os textos vão se referir a assuntos diversos, passados, novos e possíveis redundâncias. Quero ver se realmente consigo anular algumas palavras e ainda assim manter uma possível concordância em tudo que escrevo.


Tema: Amor (amores, paixões e tudo de clichê que se vende na TV em horário nobre)


Vou dizer por um bom tempo que é de você que tenho sentido mais falta. Ao dizer “boa noite” todos os dias antes do nosso sono de poucas horas. Conversávamos e o tempo não parava de passar e quando víamos já era quase outro dia. Sem programar nada, sem escolher assuntos, era peça sem roteiro e jornal sem pauta, tudo acontecia tão sem querer, que chegava ser impossível não ter uma paixão muito forte dentro desse coração. Acreditava que o mundo já havia parado de fabricar pessoas como essa que conhecia com muito mais gosto do que as outras. Outras que viraram parte de um passado sombrio, lá longe na memória, que a gente só lembra no almoço de domingo, quando revira toda vez o mesmo macarrão. Tudo igualzinho, sempre o mesmo começo e o mesmo fim, mas com você foi tudo diferente, do início e do precoce fim, não foi tua culpa.


Se estiver lendo isso, saiba com certeza, pense dentro de si, que sim, é para você e mais ninguém. Nunca escrevi tanto para uma pessoa só, escolhendo assuntos totalmente diferentes para dizer e impressionar um só olhar. Querer só para mim era um egoísmo muito grande, mais pessoas precisam se apaixonar por esse seu jeito. Puxe o “R” e faça rir outro ser que esteja triste, leve alegria, inocência e tudo que já me entregou de presente. E não posso ao menos reclamar, não tenho um mau dizer sobre essa personagem tão importante dentro dessa fase da história. Não há e nunca haverá, as páginas mais coloridas do livro são inspirações suas. Os risos em voz alta e uma forma mais clara de ver as coisas do mundo. Agradeço por ter me preparado para algumas coisas do mundo, obrigado por deixar participar por dois meses, uma eternidade dentro de mim.


Ofereço para você canções de amor, mesmo que esse já esteja dormindo. Do lado aqui, jogado nessa cama, edredons de lado e uma saudade grande do calor que ela já sentiu. Transformei em roteiro tudo isso e quando quero lembrar, aperto o “play” e vejo como foi lindo, cada momento, cada passo na areia da praia. Dias de calor, dias de chuva, dias de paz. Dias ao seu lado, perto e às vezes um pouco longe, mas sempre bem perto da retina. Essa que nunca deixou de enxergar nada do que passou, está tudo vivo ainda e acho que sempre vai estar. É um amor para nunca ser esquecido. História para contar escondido para o filho. Episódios bonitos dos seriados americanos da TV paga.


Quando tocar uma música com a minha voz no rádio, por favor, aumente muito o volume. Faça com que todas as pessoas ao seu redor ouçam e canta comigo o refrão, fiz para você nas noites que me esqueci da responsabilidade que é dormir, descansar o corpo. Esqueci de tudo e tornou um vício constante, daqueles que só clínica especializada consegue curar. Trazer de volta a normalidade dos fatos e conseguir fazer com que o cidadão em chamas, consiga não sentir tanto calor dentro do seu corpo e relaxar por alguns instantes com algum remédio que não se vende em farmácia.


Hoje consigo respirar com mais calma e não choro mais. Falo de você para alguns amigos e eles dizem para não lembrar mais disso. Falam por saber que o amor dói. Por não querer ver um amigo chateado, meio de lado, com saudade de uma pessoa que nunca mais vai aparecer. Não adianta esperar pela janela ou por mais um recado. Não adianta sonhar, não adianta querer. A novela já acabou e o final foi esse mesmo. Ainda fui capaz de errar quando não podia, falar aquilo que não é da sua boca e sim do ódio de uma derrota. Fiz errado, sei muito bem! Não adianta brigar agora e não adianta repetir a cartilha. Estudei-a por inteiro e decorei tudo, sou capaz de decifrar tudo que foi feito e até o que não podia ser, mas fiz.


Espero que esteja bem agora, queria te ver em cenas minhas novamente, mas tenho a capacidade de saber que agora não pertence mais a essa história. Mudou de canal e vive com um outro mocinho. Sei que não me tornei um vilão nisso tudo e muito menos o bandido da história. Acredito que sou aquele que, mesmo que às vezes, você gosta de lembrar antes de dormir. Por alguns sorrisos que ficaram e um pouco do que deixei escondido ai perto de ti. Chorei, confesso e não foi só uma vez. Durante todas às vezes acreditei que iria ler uma mensagem assinada com o seu nome, não com palavras feias e muito menos copiadas de um livro de fim de relação. Queria ver um incentivo a não afogar minha vida em um mar de lágrimas. Mas já passou, virou primavera.


Continuo caminhando e cantando, esperando por um dia de sorte. Por uma incerteza que ainda é possível. Um presente surpresa dentro de um momento festivo e vou festejar. Chamarei todos os meus amigos e cantarei por minutos o hino da vitória de um coração que vai prometer ser teu por uma vida inteira. Não é só promessa, é palavra minha. Assino embaixo e mostro onde vou estar no próximo fim de semana. Esperando no mesmo lugar que sempre marcamos os nossos encontros. Falaremos de tudo que aconteceu no mundo nesses meses todos. Algumas foram às medalhas na olimpíada e fiz alguns trabalhos nesse tempo. Está passando na TV até, clipe meu no “top” da MTV. Tem até desenho que fiz pensando em você.


É utopia e não me engano assim. Mas que seja sem querer, como gosta. Que seja sem combinar, na procedência de uma semana perdida, depois do carnaval falido. Não sambei, mas te encontrei tão bonita, só para mim e valeu esperar cada dia. Lembro de todos. Ansiedade e contagem de segundos. Foi tão rápido. Se pudesse, teria colocado tudo em câmera lenta, mesmo que fosse cansativo para quem assiste. Mesmo que desse sono, não me importaria mesmo. Conheceria-te em todas as vidas possíveis, em todas as idades possíveis. Seria paixão atrás de paixão, reprisando sempre. Colocaria teu nome em uma filha. Motivo esse para nunca esquecer, de nada e sempre ter por perto, um pedaço da história que nunca vou esquecer.



Leonardo