26 de fev. de 2013

T.oddy e não Nescau.


É engraçada a vida adulta, os prazos, horários, compromissos e as responsabilidades. Estranho treinar brincando de fazer a barba até quando não se tem pêlos e depois perceber que era o que você menos queria ter. Colocar a gravata do pai, fingir que fala como aquele que odeia acordar cedo e vestir a rotina, girando em círculos, propositais que possivelmente podem levar a virtude do amadurecimento. Hoje acordei cansado, nessa idade dormir não relaxa o corpo, faz ele ficar todo dolorido, nem mesmo esticar as costas no chão resolve mais e toma algum analgésico, energético e enfrenta os males da mesmice, mas confuso estar por reclamar vendo esse sol no céu azul que brilha tanto, mas me faz querer o frio, pois assam meus pensamentos essas calças chatas.

Brinquei de ser Peter Pan e desenvolvi escudos contra meu medo da vida, mas percebo, não tão tarde, que estive errado por essa temporada inteira. Afastei as pessoas que já disse que estariam comigo pela eternidade. Afastei sorrisos e amigos, não foi proposital, tentei remediar, mas já estava em outro barco, me odiando cada vez mais e eu aqui, reclamando, mais uma vez, Leonardo, reclamando, falando mal da vida, falando mal de tudo, por que criou escudos e percebe quase perto do outono, que foi a coisa mais falha que podia fazer.

Cabe mesmo essa tristeza em meu coração ou mereço viver esse dia? Percebo que sentir-se derrotado é a minha maior arma para voltar de cabeça levantada, mais uma vez, pois só foi mais um jogo, tão pessoal nesse texto, preciso dar a volta por cima e sei que não estou sozinho. Quero só ver com mais alegria esse sol e comemorar mais um dia dessa vida e nada mais.

Mas adoraria só estar atrasado para mais uma aula de matemática.

Leo

16 de fev. de 2013

_13'_Descansando o coração.


Acha que é proposital a cobrança, devido as palavras denotadas naquela nota deixada na última jornada, tão pouco ouviu, que já reprimiu e preferiu sair afastando logo de perto para se machucar menos na próxima estação.

Outono logo vem, março, abril e penso estar mais próximo quando inverno chegar. Me preparo como se fosse disputar vaga no mais concorrido vestibular, para estar pleno e completo de saúde, melhor saber que seus olhos não passeiam por estas ruas, vira surpresa e prefiro assim.

Eu não sou esse menino ruim que tanto fala, que julga, que olha com desdém e só quando deseja a pessoa que fala sua língua, se aproxima pra me machucar e correr para o lado que desejar. Sou diferente disso e disseram que estava a brilhar, de outros amores, mais verdadeiros.

Decoro clichês para te dizer, mas minha timidez estraga tudo, abaixo minha cabeça e saio andando. Aproveito os dias do verão que restam, brinco no sol e sujo a sola dos meus pés, andando descalço e só, por que prefiro a solidão do que a falta de exatidão desse teu sorriso.


Mesmo duvidando, anoto para não esquecer
Os telefones úteis para me isolar
Prefiro minha falta de sorriso do que lágrima ao te ver
Escorrendo desnecessários sentimentos desse falso “amar”
Prefiro meus dias quieto

Admiro o silêncio
Olhando as horas para o teto
Sem sofrer por abstinência
Com a cabeça baixa, continuo reto.




Leo Fonseca

11 de fev. de 2013

_13'_Baile de Carnaval depois do fim


Prefiro deixar de lado esses machucados e me preocupar só depois do carnaval, ocupando as lágrimas em derrotas menos úmidas, na seriedade de quem nunca sorri, porque explicação já deu, mas no final do baile, seu par lhe abandonou, para cair em colo desconhecido pela graça de te ver caído e nada mais.

Solenes gritos tentadores entre arcos da Lapa e nuvens cinzas do alto do prédio que despedem a vontade estar só para eliminar amargura do neutro coração que esqueceu como sentir saudade, amor e paixões corriqueiras. Prefere dançar a valsa do silêncio, sem as rusgas do primoroso amor adolescente ou beijo perdido no escuro brilhar das estrelas caídas.

Cadê você que prometeu estar aqui para me ajudar organizar todos os meus pensamentos e extinguir essa insônia devastadora que confunde as nuvens e o sol. Onde foi parar o limite das nossas conseqüências, das bobeiras ditas no telefone, dos sonhos tão doces que soavam inocentes, como criança que perde os dentes e sorri a falta de liberdade, mas pouco importa, tem tudo ali pela frente, no “ali” que sei pouco como explicar a direção, mas aponto, não me importo, nem me canso.

E se assim for para vencer, prefiro estar só, pra não me comprometer.


Leo

6 de fev. de 2013

_13'_Sobre granadas


Explode seus olhos e dança com estranhos, vestida da maneira mais ridícula que pode fazer nessa noite patética, dando velocidade para pensamentos novos que incapacitam sorriso e dormidas bem realizadas. Postura e posições na cama alteram tragicamente o humor da personagem que tenta caminhar mas como estão pesados os sentimentos no dia posterior ao terror implantado pelo sistema maligno do “ser, estar, poder ser e se ferrar”, quanto quiser, por que na dialética construída pelo asteróide em queda livre, o perímetro encontrado para esperar ser sufocado sozinho, é todo meu e ninguém bota mão suja alguma. Fui convidado primeiro para essa festa, trouxe seus amigos de idiota que é, ninguém pediu nada, nem doces ou salgados, servindo a comédia do roteiro infantil que construiu para si e deseja ver mal acumulado na vida dos parceiros antigos, maquiada como palhaça, desenvolve mal o texto para passar por maluca e assim fazer de conta, só fazer de conta mais uma vez, que tudo não passava de um sonho.

As notas fluíram ao mar dos revoltos da noite passada, mais uma vez, vomitaram escrotamente por todos os cantos, destoaram seus vícios de linguagem, preocupados apenas em completar lacunas sentimentais do coitado que precisava de ajuda para levantar, colocar novas metas em sua vida. Escolher novas promoções para gastar seus papeis coloridos e desejar menos revolta, filmes escalados de mesma métrica, apaixonados, caídos, largados e repetidos. Sigo a falha rotineira do ser humano de percorrer caminhos parecidos por todos os dias da minha vida, mas os pais não ensinam, a vida cobra, te chuta, ignora, deturpa e coroa os menos negligentes.

Balança sua cabeça e deixa subir o poder proibido que te faz falar mais rápido, afunda sua raiva nos meus olhos e como agulhas pontudas, espeta meu coração bem longe do teu, pois essas fadas já não existem mais, o menino esqueceu de voar, ficou neurótico, afoito e preferiu ter contas fixas de celular pós pago, do que aperfeiçoar novidades e contar para os surdos interessados em clichês. Impulsos contraditórios, escolas de rimas, explicando que foi por falta de enzimas que calhou esse mau humor, listados entre dragões e apenas outro rumor, ditando regras para o fim do mundo, com as mãos sujas e o corpo imundo, caminhando sozinho para assobiar a canção que quiser, na solidão sentindo qualquer prazer, daqueles ponte agudos, tocantes mas que ninguém pode ver. Só te desejo longe de mim, para possibilitar caminhar, andar para frente, sem tropeçar, sem repetir fatos falidos, pálidos, empacados em sonecas sem sono no decorrer das horas, enrugado feito senhoras, reclamando a falta de assunto e só por hoje, querendo acabar com o mundo.

Só estou com um péssimo humor.

Leo

3 de fev. de 2013

_13'_Conclusões da vida adulta


Se eu pudesse, nunca me despediria dos dias, na tentativa de fazê-los durarem mais. Daria tempo de te fazer sorrir mais vezes e repetir duzentos e cinqüenta vezes os percursos que mais agradam. Contaria a história dos meus dias aos meus amigos e continuaria a dar risadas, mesmo que os motivos parecessem batidos ou alternados. Importar é o de menos, ocupando a cabeça com detalhes que não fossem ponteiros ou limites de horário. Tocar guitarra bem alto, com o volume quase no talo, solando as besteiras dessa vida, pra não perder o costume.

Com o tempo, o tempo passa e ele retrata o que lhe é necessário, aos jogados do canto de lá, o tempo passa batido, como arranhão de queda em meio aos arbustos do jardim, marcando pouco o leve desastre momentâneo. Aos espertos ficam as tatuagens velhas e desgastadas, contando sobre as viagens, passagens e até mesmo as lágrimas que tiraram férias em semanas longas e cicatrizantes.
Meus amigos criaram asas, partiram rumo ao desconhecido mundo adulto, fazendo lembrar como é importante cultivar nossas raízes e colher bons dias, mesmo com nuvens carregadas que contornam as nossas molduras, eles todos estão crescendo e hoje a barba já faz parte definitiva em grande parte dos personagens, contando os gastos, somando os prejuízos, influenciando os novos que se tornarão como nós.

Que tenhamos sempre paciência para guiar os nossos caminhos, que a saudade venha, mas que ajeite os dias que chacoalharem alem do limite das nossas capacidades de nos manter estáveis. Continuo tranqüilo, sozinho, sorrindo, cantando, sentindo falta, mas dentro desses detalhes, encontrei os melhores guias para me ensinar e assim aprender. Caminho com calma, faço do meu jeito e aproveito o grito livre de todos os dias de nossas vidas.

Leo.