9 de jul. de 2012

Teoria abstrata de sobrevivência

Sussurrei ao vento doze palavras nítidas, mas de complexa compreensão em primeira leva de pensamentos virgens, cabíveis potes de margarina usados como reserva de feijão temperado. Mas se te explicar pouco vai entender, sendo que daqui pra frente nada vale, se nada vale, nada cabe nesse pote, compreendendo que tudo pode, mas tudo pode na medida do cabível, dentro das medidas sugeridas na embalagem o obvio é o simples e o simples cabe no pote, mas está fora de moda, depois que surgiram tantos métodos exóticos de explicar os problemas do mundo, compostos de remédios e tragos amargos que deixam fora de si os nossos corações. Mesmo assim, quem vai querer saber realmente?!  Estão todos preocupados com seus umbigos peludos e enrustidos com seus ouvidos levantados, mas compenetrados nas mensagens de celular, dizendo que vai se atrasar para ver o repetido filme que passa todos os dias, mas que dessa vez, vai demorar cinco minutos a mais na rua, porque vai olhar para um sorriso que não é o teu, mas não vai se apaixonar, por um instante talvez, mas deixado o devido motivo, diz para quem estiver a esperar na mesa da janta, que o feijão caso queira esfriar, melhor requentar ao microondas e forrar com farinha, para engrossar o caldo da conversa assistindo TV, tão repetida quanto esse relacionamento falido que tenta agregar com os deveres do serviço que chama de trabalho, mas que só cumpre tabela, pra passar menos fome na vida, pois fome de comida é o fim da picada, nessa alma que só se alimenta de vazio e condensado ar que pouco deixa respirar.

Esquece do termo e aprende a rimar, para chacoalhar todos os sentimentos, remetendo crianças e seus atrevimentos, comprimentos e saudações, com menos emoções, pois suas contas chegaram e encaminharam ao seu sorriso uma leve preocupação, difícil de esconder, estampada em seu rosto cada palpitada do seu coração, que dificilmente sabe mentir, nesses dentes amarelos cobertos de desejos de ficar, dizendo em voz baixa que precisaria ir, hoje mais cedo do que ontem, antes que as luzes o foquem, debaixo dessa incapacidade de caminhar adiante, querendo mais do que tudo silêncio e estar distante, desligando o relógio por um tempo para haver menos comprometimento com horários e dívidas. Mas quem se importa com você e a cor do seu uniforme, seu crachá e todas as formas colocadas no forno, para que o bolo asse e nada passe do mesmo, do igual e do menos parecido com o diferente, para ter em mente, que tudo tem uma formula robusta, mas te digo: é tudo mentira!

Menti para mim mesmo para não entrar em pane mais uma vez, porque prefiro assim. Fazendo de conta que colocar o pó para debaixo do tapete faz menos mal do que inalar toda essa fumaça sub-alterna. Julgados como vacas, emprestados como fitas VHS antigas, somos um pouco do lixo comestível que se oferece em redes de Fast-food, englobados e generalizados em chamadas, diagnosticados como números e estatística, mas se você ainda se interessa em entender, procure outro lugar. Compreender é pra quem realmente tem tempo para filosofias, no concreto das nossas contas, estamos todos devendo, então vale pouco a pena tentar colocar numero sobre numero para encontrar o denominador comum dessas variáveis. Mas mesmo assim, tentaremos ser um pouco melhor todos os dias.

Leo