30 de jun. de 2013

Em junho te descobri e em junho te redescobrir

Aos olhos que combinam com meus sonhos.
Da voz que me segura bobo a cada palavra,
do teu jeito que é muito meu,
O Planeta Terra que consegue ficar inerte ao seu lado
E nossas besteiras e a mania do tudo engraçado.

Estranho sem olhar te encontrar,
seguindo o cheiro enfileirado pelo ar.
Rumando caminho, guiando até achar,
com sorriso do tamanho de dois,
sem vergonha, seu nome gritar.

se passasse a fase e não anotasse,
seria passível de esquecer os detalhes,
mas esse quero sempre guardar.
Como momento que se deve ter consigo,
para sempre e todo sempre.

Andar em sua direção e te abraçar,
sentindo de perto o calor do seu corpo
seu cheiro e perceber como os minutos,
mesmo que corridos por demais,
ainda podem parar.

Me encantar, por quem já quero tanto
Aprender a me reencantar
Pela antiga e mais bela novidade.
De Todo amor do Mundo que não cabe em um pote,
mas que me faz ser mais forte.

Lembrei pela manhã o que era sorrir ao amanhecer,
comemorar dia nublado, colorindo dia cinza que ficou
e reaver todos os sentidos e caminhos ao entardecer.
Só queria mesmo anotar, para desse final de semana não esquecer,
como já disse, ter você para sempre muito além desse anoitecer.

Sem novidades nas linhas
mas com muito calor no meu coração.



feliz por ser inverno.



13 de jun. de 2013

Erros progressivos e ocasiões


(ouça enquanto lê)


Solo canto matinal
Atravessado por dias cinzas,
Desaparecido perante esperança
Recobrada por joelhos que pediram
Sol por dias mais animados.

Compreendo pouco sobre cores,
Valores, fatores e opositores;
Instalados na última versão
Que partiu e nem me deixou pedir perdão.

E hoje veio perceber.
Mas só hoje? Hoje por que?
Fez falta pela manhã,
Também antes de dormir,
De novo, foi e nem me deixou vê-la partir.

Assumo a falta e recebo cartão vermelho,
Relembro-te com as dedicatórias do espelho.
Dias somados, contados, aos montes soletrados,
Juro que queria ser mais esperto e tê-los guardados.

Quando estou triste escondo canções,
Fotos, momentos e para vida faço versões.
Essas de mundo que não sei viver ,
Falta-me esperteza quando tento, de mim te esconder,
Pois espalhou-se pelo meu ar e por todos os refrões.

Coitado garoto cresceu tão rápido e perdeu-se na bula
Explicações técnicas demais
De sentimento que nem sempre explica
Mas que faz joelho ralado ensinar

Da topada antes ignorada
Fazem sentido na Terra do Nunca
E a esperança precisa ser retomada
No constante giro do Planeta Terra

Pois sem ar não sei viver
E do que é bom, não quero mais me esconder.



Tenha um bom dia.



Leo




3 de jun. de 2013

O último sorriso da Terra do Nunca.

Para ouvir lendo:




Multidão de garotos gastaram dias construindo balões e espalhando estrelas cadentes por todo céu e delimitações da Terra do Nunca, pois houveram dias escuros e preocupantes e seu principal menino perdido encontrava-se ausente desde o último sorriso do despertar e mais do que contas atrasadas, isso era mesmo algo com que se preocupar.

Foram dias que andou abatido, cabisbaixo, soando poucas palavras e preferindo estar só, evitando contatos, diálogos e brincadeiras, como de costume nos dias de sol. Espelhos refletiam a causa, mas da sua boca não se via expressar nenhuma lógica matemática ou motivo previdente. Seus olhos abrigavam medo do mundo e penso ter sido isso que lhe impedia de abrir o coração e contar o que se passava, as vezes é duro dizer, explicar, só faz doer mais. Quem vê de fora, o filme parece muito mais simples do que para o roteirista que tenta encaixar palavras certas, argumentos, movimentos e continuidade. Foram deixando garoto calado, até perceber que no meio do feriado o céu deixou de brilhar e com isso, ficou impossível lhe encontrar.

O balões iam se espalhando por todos os pontos cardeais, via-se de longe imensidão iluminando a Terra do Nunca e a tristeza do garoto começou a minar o peito dos seus colegas, companheiros e amigos, pois desentendidos, sem questionar, acabaram-se afetados e trocando olhares de poucas palavras indagavam-se. O último sumiço de Peter teria sido causado por uma briga, essa que devo pular sem citar, para pouco relembrar erros do passado, mas garotos realmente erram muito. Somos seres apressados e ansiosos, logo ficamos confusos e espalhamos de forma errada as necessidades em suas seqüências. Eu sei, está difícil de entender, mas nós garotos as vezes maltratamos sem perceber, é a coisa mais tonta do mundo, porque gostamos, amamos e como baralho desorganizado, ficamos atrapalhados e cometemos mais erros ainda e o pior, o pior mesmo, é quando se percebe que é bem tarde para se reparar o que fez. Sinto nós apertados fazendo-se dentro da minha garganta a cada vez que enumero meus erros.

Exaustos da busca, foram acomodar suas colunas em colchões confortáveis, mas a pequena fada, aquela que vocês já conhecem, resolveu sair do casco. Essa que por hora teria só descansado, despreocupada aparentemente, saiu e foi tomar nota do que acontecera e que causara tantos balões no céu. Arrancou com velocidade pelo ar e chegou até o mais próximo Garoto Perdido e com sua doce voz irritante indagou-lhe:

- Que carnaval, que festival, que banal, que estabilização!

Ela demorava sempre para encontrar as palavras desejadas, dava voltas, mas encontrava-se próxima da última curva.

- Por que raios tantos balões, emoções e sentimentos espalhados pelo espaço? Nem é dia de festa e estão todos a voar feito loucos, pirados, escancarados por todos os lados!

Quanto mais falava, mais aproximava-se do Garoto, parecia mais estar a brigar do que questionar e assustado, logo veio com a resposta...

- Senhora Sino, como não sabe? não sente pelo ar a falta de ar mais leve que antes aqui rondava?

- Acho que aqui, só eu posso rodopiar com pensamentos e me enrolar antes de explicar para chegar no finalmente, por favor, seja concreto, reto e objetivo!

- Senhora Fada, Peter está sumido desde antes do último sorriso, deixou de responder mensagens, sinais e esclarecimentos, desligou as luzes e deixou-nos todos preocupados.

- Esse escarcéu todo é por causa do garoto mimado? Ficou chateado foi pensar e logo se armou esse circo? Já vi motivos maiores passarem batidos e agora vem dizendo que é isso?

- Senhora Sino, por favor repare na falta de estrelas do céu e como o ar tem se distanciado, temos medo do sorriso se perder e logo se encontrar com quem não deveria, só isso!

- Ah! Vá caçar o que fazer!

Estripulias e giros pelo ar marcaram a partida da brilhante fada, que seguiu torcendo o nariz, despreocupada com o objetivo dos balões. Sobrevoou incomodada, analisando a movimentação do começo da noite e aplicou fuga em caminho oposto. Vendo de fora parecia estar fugindo da situação, motivos deve ter, mas esse deixo para responder depois quando souber enfileirar palavras com mais precisão, fadas são complicadas demais.

Poucos sabiam, mas ambos teriam se distanciado e nem foi por briga, foi por tontura mesmo. Coisa de gente tonta que sabe pouco sobre a vida, que desliza sem motivo e depois tem orgulho de voltar atrás, de pedir perdão e de retomar de novos capítulos. Se brigas compensassem, ganharíamos dinheiro a cada grito, mas fora experiência e acumulo de tropeços, as rusgas só trazem novas rugas e o resto é balela da oposição, que quer ver corações tristes e separados. Acumularia melhor meu tempo passado se desse, pois olhar para trás e só poder fazer somas abstratas é pior que pesadelo que te faz acordar cansado. Esses dois eram craques em abandonar sorrisos para se aventurar e as luzes se apagavam cada vez mais e nem mesmo todos os balões da Terra do Nunca seriam capazes de possibilitar enxergar os sentimentos como eles realmente são.

E os dias foram passando, nem todos os balões continuaram com força e muitos abandonaram a busca. As luzes diminuíram e o cansaço era evidente, os garotos estavam esquecendo como era o sorriso, pois última alegria já fazia desaniversário descontente, que era para ser diferente, mas sem Peter, as coisas pareciam pela metade e a Fada dava o ar da graça nos crepúsculos, buscava gotas de orvalho, mirava os olhos nos balões, sussurrava e se resguardava, citando a quem percebia, que essa voltaria no dia seguinte, mais uma vez.

Você entende de tristeza? Como explicaria em desenho simples e de cores primárias seus sentimentos mais profundos e a falta que faz a luz em nossos dias? Esses que passam tão depressa, ontem vira antes de ontem com tanta voracidade que o medo só aumenta e de tal forma, foi assim que todos sentiram-se, depois que o logo ali virou passado e já acostumados, tocaram sem sorrisos a rotina, seus cursos, caminhos e afazeres.

E a fada apareceu novamente, regrada ao mesmo compromisso de horário pessoal dos dias anteriores e saiu para o mundo, mas dessa vez o choque foi diferente, pois já não haviam mais balões no céu e o corre-corre teria cessado, de ficar assustado, deixado de lado o tal Peter, que já fora Pan no último sorriso que compareceu e preencheu de azul imensidão de solidão inexistente da ótima paixão por estar vivo. De tocar o coração de qualquer ser, mesmo que esse seja o do nariz torcido, da voz estridente, que também foi capaz de achar falta de alegria naquele ar que estava carregado de tristeza, de dar moleza, de vontade de ficar embaixo das cobertas reclamando.

Com minúsculos nós imperceptíveis entrelaçados na garganta a Fada resolveu voar pela Terra do Nunca e isso te fazia pensar. Andar na rua a noite, ouvindo musica, faz relembrar muitas coisas e se for esperto, colocamos a frente os pensamentos bons, mas quando  o dia está cinza, esse faz dor na beirinha do coração. Ela percebia a falta de animo e que as cores estavam ficando fracas ao ponto de estarem desbotadas e questionava-se quantos sorrisos seriam necessários para criar coragem nesse povo.

Algumas pessoas se conhecem muito, mesmo estando distante, continuam a conhecer da mesma forma. A troca de olhar, de palavras alteradas, conviver é desvendar mistérios que resumem em movimentos que nem precisam de nomes e a fada sabia do sumiço e compreendia o motivo de tudo isso, mas de si escondia, porque era muito mais fácil assim, mas acho que a tristeza afetou-lhe e seus vôos pareciam abatidos e seu brilho estava pela metade.

Por instinto caminhou até o velho deck a beira dos montes e cachoeiras, onde havia enorme queda d’água que costumava passar por ali junto com seu grande amigo Peter Pan. Ali eles gritavam, contavam estrelas e decidiam como mudariam o mundo quando fosse a hora certa. Lá, sentou-se e encarou com tristeza aquela noite sem estrelas que começava a brotar. Lembrou de tantos sorrisos, que sem querer colocava riso no canto da boca e gotículas lacrimais brilhavam no canto do seu olho esquerdo, mas olhou para os lados, limpou-se. Saudade aperta tudo por dentro, mais que tênis novo ou roupa abaixo da numeração e já repararam que parece não ter concerto?

Sinto saudade da escola, da minha mãe e dos meus amigos que esqueceram o meu nome. Sinto saudade das bobagens e das férias de verão, dos dias na piscina, das rugas na pele de tanto aproveitar. Sinto saudade de descascar a pele depois de tomar sol sem protetor. Sinto saudade de sentir vergonha de dizer que estou morrendo de vergonha. Sinto tanta saudade, que deveriam inventar outra palavra para comprimir novos sentimentos derivados que conheci nessa última temporada. Tem gente como a fada que sente saudade e sabe guardar, ou transformar em passatempo, saídas esporádicas e amizades que logo se vão, só para os dias passarem, mas Peter, Peter era um menino tonto.

Sentada ali, pensava de chegar longe, de nem perceber mais onde estava, mas o silêncio foi quebrado com susto de arrepiar os pêlos do braço.

- Ei menina tonta, estou morrendo de saudade.

- tonto é você! Tonto é você mil vezes mais.

- Posso só ficar calado e te admirar sentada ai e me perder pensando em tudo que já passamos juntos por aqui?

- Cala boca, seu menino tonto!

Sorriso simultâneo colaborado por relógios que coincidiram forças e resolveram acertar-se logo ali, aplicando estrelas que surgiram em um piscar de olhos iluminando toda Terra do Nunca, fazendo o último sorriso se tornar o penúltimo, perdendo a vez por diversos que estariam por vir nas próximas horas.

- Podemos acertar as linhas e recomeçar do jeito certo?

- Você não sabe de nada mesmo, acha que sabe, mas não sabe de nada.

As idas precisam de motivos, mas as voltas, é melhor se aproveitar colorindo com balões e sorrisos junto das estrelas do céu. E mais nada.



Leo Fonseca

Bem vindo de volta sorriso da manhã



(dê o play e ouça lendo, veja se faz tanto sentido como fez para mim)



Apanhei sonhos da hora do almoço
Nem precisei rimar
Encantando-me ao observar
Estrelas caídas que voltavam para o ar

Estranhas situações pós desjejum matinal
Possibilitam organizar livros em fileiras
Desinteressantes aos que complicam as cores
Os títulos, autores e ficções

Situações aleatórias aos quais
Desejam explosões sentimentais
Enquanto contento-me com soneca
Pois lágrima só fez-me desperdiçar

Frações refratárias de corações partidos
Despedidos com “até logo” quase cinza
Espero que volte e te conto de tudo
E se sobrar sorriso, mantenho-me aguardar

A fada de todas as fadas
O amor de todos os amores
Do que quero para sempre
De felicidade subseqüente

Que vem para vida para somar
Guardar, acordar cedo
E ter por toda eternidade
Esse teu lindo sorriso para admirar.


Confuso, mas eu sinto saudade.



Leo.