Escolher trilhas
parecidas é de extrema importância quando teu objetivo é retomar antigos
hábitos. E uma vez certa voz me aconselhou seguir repetindo por dezessete dias
para conquistar uma nova rotina. Acordar cedo, se exercitar, estudar, ler antes
de dormir e agradecer sempre. Mesmo que a gente enumere, sempre fica alguma
coisa fora da lista e o corpo vivido sente, seja por um gole a mais ou uma
noite bem dormida a menos. O efeito sincronizado é tão rápido quanto a nossa
capacidade de perceber o tropeço curto que damos, e por hora, deixamos que
partes do nosso corpo sinta a influência do oxigênio e do universo, pois somos
de carne e osso, mesmo esquecendo isso todos os dias.
Endeusamos
companheiros cansados e repetitivos e nos enquadramos numa mesma leva, jogando
necessidades fúteis numa listinha e colocando para andar junto com as nossas
promessas de Ano novo. Queremos ser iguais as pessoas que vivem rotinas
maquiadas, e por vezes, fazemos sem perceber, pois nos cobrimos por da falta de
pensamentos necessários e criamos banalidades para focar. Esquecemos de viver,
de estar vivo, de olhar, de respirar.
Vivemos em trilhas
diárias, mas não prestamos a devida atenção como se deve, pois bastando como
metáfora, os caminhos da vida não torcem os nossos joelhos com a mesma precisão
dos galhos soltos no caminho, mas podemos sentir a ausência da atenção devida quando
sutis marcas tomam o teu corpo ou o rumo sai do prumo. A curva quadrada e mal
modelada que construímos para chamar a nossa rotina de "vida". E
ansiosamente julgo ao meu redor aos que desejam estabelecer uma outra
velocidade, e cá estou, percebendo o quão falho sou por tentar imitar aquele
que não sou apenas por ter preguiça de tentar criar algo que seja totalmente
meu.
Falo por mim, por
quem conversa alto dentro da minha cabeça, mas é um desenho generalizado de
cópias parecidas e de um reflexo que pode ser tão teu que daremos um novo nome
a cada nova associação.
Precisamos conversar
mais.