21 de out. de 2011

Devaneios de Partida


Devaneios sublimes do alto da primavera avistam tentativas estranhas, denotando que cursos poderiam atingir novas metas no verão, mas se não, melhor assim explicar dialogando, sem gritos, perseverando a boa companhia e a graça de obter quem se gosta sempre perto.

Sendo assim...

- Ei, ei, abre essa porta, abre essa porta, preciso urgentemente falar com você! Sei que está dormindo e sei que odeia ser acordada as pressas, mas preciso dizer muitas coisas que ouvi ali no bosque! Eles estão querendo, eles estão!

O menino de verde gritou e bateu na porta, mas nada de ter retorno, sem volta, sem volta. Acordar fadas é tarefa complexa demais para garoto hiperativo, ansiedade e pensamentos alem do alcance permitem pouca garantia na compaixão das silabas.

- Sino! Abre essa porta por favor, tende ouvir as minhas palavras, essas que são menos minhas do que das pessoas e bocas que ouvi dizer. Ouvi, ouvi e devia ter passado despercebido, mas ouvi, por favor me atende, por favor! Estava todo mundo gritando e acho que era guerra em inicio, amplitude de fatores entraram em colapso e disseram coisas absurdas que teremos que fazer. Agiremos contrários as nossas vontades e mesmo assim não me atende?!

Cada vez mais aflito, cada vez mais forte batia na porta, mas nada de levantar, nada de escutar. Quase que desistindo, sentou-se. Afinou sua vontade, desacelerou a respiração e tentou se acalmar como podia. As vezes os ouvidos são como antenas e nossos corações liquidificadores burros, misturam tudo e enganam quem precisa realmente filtrar nossas verdadeiras sensações. Cabe ao coração compreender as medidas certas e condensar o devido para sempre caber no copo.

A paz exclamou-se, abstendo-se de exclamação. Largura alguma mediria corretamente a complexidade desse momento, certos fatores encaixam-se somente em expressões pré-dispostas no antigo, do tempo que pensar era algo valorizado por nobres e fieis seguidores da verdade e do respeito. Mas quando as pessoas gritam, fica difícil de entender, são palavras disparadas e não palavras ditas. As bolas quicam pelo quintal e definitivamente, nunca encontram o caminho do gol. Mas mesmo assim, manteve-se agora sentado, desistindo dos gritos e escalou a paciência, pois se gritos não acordam, possivelmente o tempo há de acordar, como há de passar, como há de vir o mais tarde que já está logo ali. Só depende da paciência do expectador e do vigente personagem que ali sentado começou a sussurrar.

- Permita-me presenciar o futuro Senhor. Permita-me encontrar no reflexo desse ser cada mudança necessária para evolução coletiva de todos os irmãos que precisarem das minhas mãos, idéias e força. Aflito corri perante a gritaria e cá estou a suplicar humildemente, permita-me ficar mais um pouco e ver a corredeira virar cachoeira e o calor trazer o mar para perto das nossas canelas no verão. Permita-me perceber, diferentes dos que não vem, permita-me ouvir, diferente daqueles que se distanciam. Estarei perto, estarei sempre bem perto, no devido espaço que for limitado o meu viver e o meu ser estar. Sem complicar, faz com que aquelas pessoas se acalmem e parem de dizer o que tanto dizem. De longe não sou o mais certo, de longe estou longe de ter razão, mas vim para errar, tropeçar e levantar, era esse meu intuito desde o sempre que me foi aceito permanecer e estar, eis então que suplico e peço em nome de Seu filho Amado.
...
A vida segue em barcos de marés alternadas, de pessoas que vão em vem. De dias e noites esquecidas nas cartas de outros que passaram e deixaram recado em folha de papel, molhou-se na chuva que passou e as letras ficaram manchadas, sobraram apenas os sentimentos, esses que devo carregar com firmeza para compreender sempre o que precisa ser feito, perdoa-me se errar, perdoa-me se disser demais, pois as horas vão passar e assim vai acabar, como já vi em filmes e relatórios que dizem que funciona mais ou menos assim quando a paciência é congelada junto com as misturas da geladeira.
...
ouvindo orações, seus ouvidos arrepiaram-se e coçaram lentamente. Foi susto que fez a fada se jogar já de pé e de prontidão abriu a porta e se deparou com o menino de verde ali sentado, desolado, sozinho, quase com dó, foi e o atendeu.

- Sonhei que gritavam, gritavam muito. Batiam em minha porta e nem pude atender. No sonho eu não conseguia atender, não conseguia, mas juro de toda jureza que parecia real demais. Batiam, batiam e Toc Toc Toc que não parava. Ui que sonho Estranho!

- Era eu Sino a bater, mas em sonho pesado não ouviu e cá fiquei a te esperar, por que preciso muito conversar e te dizer coisas que estão para acontecer, isso se for verdade os gritos que ouvi pelo bosque, gritos horríveis, demais, de vontade aguar as minhas retinas.

- Gritos? Que gritos? Do que fala Peter?

- Toc, Toc, Toc, não querem mais Peter perto da Sino! Não querem, querem me levar para lá e me afastar, para lá para crescer e ter que te abandonar aqui. Toc, toc, toc! Querem gritar comigo para ver se as contas consigo pagar e as filas consigo enfrentar. Toc, Toc, Toc, estão dizendo que preciso ir bem em matemática e ser fiel ao meu chefe e estão dizendo também que preciso voar menos e apreciar mais as letras enfileiradas nas bulas dos remédios.

Em minuto de silencio que se diz quase tudo, dizendo mais do que até podia entender, esticou a sobrancelha e fez cara de espantada, assustada, pálida, cara bem pálida. Acho que faltou sal na sua bolsa, acho que faltou, mas logo se recuperou e veio a repercutir sonoramente sua opinião.

- Se for, vou com você!

- Mas e tudo isso que tenho que aprender?

- Aprendo com você!

- E as dores do amanhecer de segunda feira?!

- Fichinha!

- E os engravatados gritando e gritando?!

- Moleza!

- E as chuvas que intermináveis?!

- Podemos dançar até ficar ensopados, pegamos sabonetes e fazemos bolhas e mais bolhas, dançamos lá, lá, lá e ré, ré, ré! Mais nada alem de dançar. Quem dança espanta tudo que da tristeza, faz molejo virar bobeira e a bobeira paga tudo que faz ser chato daqui, então estou fugindo com você!
...

Se preciso de 10 e estou em 2
Só preciso de 5
Se preciso ter 1 tanto e estou em 2
Só preciso de 1/2 Tanto
Preciso só de meia dor
Preciso de só uma colher
Só um prato
2 sabores e 2 bocas
Só preciso dividir
Só preciso multiplicar para ter mais e sempre mais
E para não faltar amor?!
Só preciso do meu somado com o teu!

Que somado, dá o Maior Amor do Planeta Terra.


Mais ou menos assim, pelo menos por enquanto.


Leo Fonseca

5 de out. de 2011

Carta_ Devido Amor Polinizado

Acompanhado na altura da cintura, jogava a milhão quando o ponteiro marcava quase duzentos quilômetros por hora. Vacilação tamanha, mas proteção cabida ali jogados sobre a motoneta, seguiam firmemente. Rumo norte, bussolas apostas cantarolando o lado certo da onda do mar que há de bater, devido o tempo que agora ganhou juros acumulados do montante antigo, dizendo que teria sorrisos a mais para trazer na volta para casa. Anulo tal assunto providenciando o enredo da historia que está a seguir descrever-se por si conjugada em verbetes acostumados com as linhas de todas as historias de amor, mas essa devo dizer a você leitor, devo adiantar, que é a mais bonita de todas as historias que já conheceu. Cansaria de contar linhas no final da redação, tentando explicar o lado certo que começou, tentando contar quão belo foi o caminho da motoneta, vou direto ao assunto de maneira breve, para esclarecer ao máximo. Desculpa se esquecer de descrever aquela parte lá, mas é que foram tantas as partes, que nem mesmo maior historiador de todos seria capaz de agrupar simbolicamente tudo em um tiro só de pensamento. Desculpa também aos envolvidos, mas de maneira egoísta, protagonizarei junto a minha donzela as linhas que virão e fica para a próxima, pelo menos dessa vez.

Enquanto isso, logo ali, bem logo ali no mundo bem parecido com o nosso, mas diferente na maneira do tempo passar, se é que o tempo passa.
...


- Veste seu chapéu menino bobo! Esqueceu da ultima vez e a pena ficou a te procurar, verde como ela, jogada aos cantos procurando algo para contribuir a sua leveza, pois se for esperto como diz, esquece menos e voa mais.

- estridente demais para justificar seu atraso, do lado de cá deixei tudo organizado. Se o Tic contasse o Tac, estaria tão menos encontrada quanto a minha pena voadora. Sabotadora de lares de fadas complexadas, vamos pois já é hora, grita de mim, mas dos seus atrasos tu nunca melhora.

Preparando para partir estavam, ambos de verde, combinando com as arvores, leves como penas. Preparados estavam, tirando os devidos atrasos decorrentes da preguiça acumulada e da mania do tempo passar estupidamente estranho quando unidos na mesma ação. Seria incapaz de explicar como funcionam os relógios quando estão juntos, ainda mais desse lado que o tempo passa quando quer.

Arrumados saíram voando pela janela, para facilitar e deixar a chave da porta já na bolsa.  Passaram-se jardins, morros e vales. Rios, lagos e crianças. O mundo parece muito menor visto de cima. Lá de cima se vê tudo, lá de baixo, se via os dois, percorrendo com as mãos unidas, puxando para apressar.

- Pra que se apressar agora? Relaxa essa cabeça e aproveita a vista! Verde! Amarelo! Vermelho! Rosa e azul! Quantos pomares? Suficiente, serpente e sorvete. Criado mudo falante e calouros reprimidos, repletos de vergonha, olha Peter, que mundo louco ali embaixo! Num pouco de tudo, tudo num pouco do tudo ali de baixo. Debaixo da ponte vivem crianças, pobres. Cantam e se divertem ali. Japão, Capão, gargalhadas.  De pouco em pouco percebe-se, mas bem de pouco memo.

- Confunde o caminho acelerando meu pensar, nessas horas que preciso pensar e refletir devagar. Se errar, logo irá me culpar, gritar e cantar para todos que o culpado foi eu, mas se dizer, vou negar e se protestar, durmo e espero acalmar toda a questão. Se bem, que vendo daqui, vejo que a culpa nunca é de ninguém mas é sempre nossa, a culpa é daquele que tenta, mas errado é tentar de menos, ficar parado, engordar a preguiça e desejar sonecas alem do suficiente. Mundo enorme cheio de fatos e ocorridos simultâneos. Constante faz criar e faz querer entender, cabem nos livros, mas nem todos os escritores souberam de tudo aquilo ali.

Percorriam campos enormes, verdes. Crianças brincavam com bola, meninas pulavam corda e os meninos contavam piada. Coração aprendeu a se apaixonar e envergonhou-se, correu pelo bairro e tentou entender a palpitação acelerada, ritmada como musica circense e o menino se jogou da corda, de cabeça furou o lago com maior mergulho de todos os tempos. Enquanto se voa, se observa. Se enaltece a alma vendo tudo que se falta, esclarecendo os esquecimentos repentinos dos ônibus lotados e do transito atrasado dessa megalópole assassina de olhares justos. As contas vão se pagar, elas aprendem bem o caminho do banco, tal qual menino que abotoa calça e amarra seu sapato sujo, batido de tanto brincar. Assim amou mãe.

- Se deixasse de ser fada, seria grande moça, pra prestarem mais atenção na voz que necessita ecoar. Diria aqui de cima usando megafone: Vocês precisam prestar mais atenção! Deixem as bulas de lado e partiremos juntos para a praticidade dos acontecimentos! Decorem menos musicas e cantem mais! Pintem mais o mundo, mas não usem tintas! Conversem e deixem os assuntos em casa! Renove e mova, mova e traga o novo de novo, para aqueles que não sabem, a conexão caiu e não adianta ir ate ali procurar, porque ele não vai te explicar. Se deixasse de ser fada, contaria que estou apaixonada. Suavemente assim, transcenderia minha paixão. Seu samba tem bordão, fica fácil de seguir na leva desse bloco complexado. Animo aqui e grita comigo daqui.

- Se deixasse de ser Menino Perdido, me encontraria. Andaria por todos os cantos explicando que estão fazendo errado, mas posso explicar! Trata ele bem que ele volta. Faz direito que sempre irá de ter. Faço necessário para tédio existir em vocabulário somente dos que menos necessitam sentir, espalharia democraticamente, ninguém sentiria as margens do cabível. Maçãs, garrafas com água e sorrisos. Roupas largas e pastel na feira na hora do almoço. Se marcassem suas responsabilidades em horários alternativos, carro atrás de carro nunca mais viraria ibope de jornal. Aos falidos, basta bailar e pra lá que vamos com tanta pressa. Justifico a falta da minha grana a nossa vontade de dançar, mas se realmente precisar, estou disposto a dividir o pouco que me resta, vem comigo ser meu par!

As porcentagens justificam a incapacidade de somar, agregar e ludibriar o necessário. Impostos justificam a crescente ignorância nas administrações desse mundo. Imagina contar quantas ondas estão a se formar? Imagina sorrisos contabilizados em tarde inesquecível? O necessário não se conta, é bom transbordar os bolsos e permitir o débito automático. Perde-se menos tempo, lembrando-se a barba que vai surgir, mas os problemas devem se extinguir. Se disser que é história de monge, de louco, admito sua certeza, sua coerência. Está certo! Se disser que é impossível, logo em seu rosto, retorno dizendo que a possibilidade existe, se amanhã virá e existirá, deixo ao próprio tempo a resposta, mas no estante presente, assumo com postura meus  lemas e digo que sim, podemos voar.

- se tenho três, chamo oito amigo e faço dezesseis. Pão e leite a todos, festa até o anoitecer da semana que talvez virá, se entardecer, culpo o Tic Tac que comeu demais e ficou indisposto para bailar com sapiência sem estremecer. A rigor estão, devidos, elegantes, respostas terão. Com o fechar dos olhos e o abrir de seus corações sentirão, prometo que sim. Se não? A negatividade gera o negativo, envolto dos possíveis acontecimentos, prefiro acreditar que sim. Prefiro sambar, festejar, anular enfraquece a possibilidade. Escurece com suas mãos e esquece do mundo lá fora. Samba e joga para roda, que se der certo essa magia, meus amigos logo chegarão com cuíca e agogô, cavaco e violão. Levem essa canção para suas residências, espalhem a boa nova e permitam-se encantar, vamos nos envolver com o interessante e te amar para que tenha mais espaço para amar.

- as pétalas cheirosas emanam a gratidão silenciosamente e cobram mais brilho, compenetradas ao estabelecer harmonia aos ouvidos e sentinelas polinizadoras das novidades que jornais excluem das páginas principais. As notas coloridas aprenderam a falar a língua dos barbados e dizem lá de cima que estão no poder, sendo que gritos resolvem menos que cada pétala desapercebida. Desacredito no seu crédito, no seu banco e na sua conta. Desacredito no seu jeito, desacredito na sua festa vazia, repleta de bebidas que matam a sede de gente triste. Te alegro tropeçando e comprovando que estou sempre errado. Empresto minha pena verde, quem sabe aprende a errar também. Joga a culpa no meu peito que eu domino e chuto para o gol. Comemoro com a torcida e tenho a melhor companheira do mundo para admitir que amor pouco é loucura.

Contrabalança da esquerda para direita, pé e mão. Explico que amor está nascendo e para ter conclusão, aos jovens, direi poesia, pois o maior amor do mundo voando está para imitar abelha e florescer flautas doces ao redor do planeta verde, azul, amarelo, rosa e cinza quando chove. Deixo poesia, deixo esclarecida, deixo cortesia, minha metade pode ser teu inteiro, parto tudo para ti para haver mais que se pode contar e se conter, pode desperdiçar.
...

Joga o pó mágico e parte a voar / Fecha os olhos e estremeça o pensamento / Lá de lá pedem sentimento / Se pesado estiver, leve deve ficar / Esquece mania de apressar / relógio quebrado precisa se conter / Abster do desnecessário / Bolsos pesados fazem barulho / Jogam para baixo e fazem balburdio / Meninos devem somente lembrar / Que sorriso é moda / Que alegria é vida / Contradizer é passado / Está ao meu lado / desfecho atenuado / simplificado em quatro linhas / expressas essas que sabem explicar que as fadinhas / Que o amor precisa se espalhar / contagiar / disseminar / Se este deixar de ocorrer / Esse aqui deixará de ter o que contar.




Seja Bem Vinda Primavera.



Leo

24 de set. de 2011

#_Dialética Contrapartidária


Cicatrizando embrenhou-se diante da primavera pré-datada, dos juros acumulados e o Risco País que agrega novos valores perante especulações do Fim do Mundo. Novidades enfileiradas nas vitrines, das mesmas taxas, agora endividadas, falam somente o necessário para expor menos a prótese meia boca que o financiamento pode garantir. Complicado ser Rei no país dos interessados em pouca cultura, do umbigo farto e da mediocridade subsidiada pela máfia conspiratória. Deve ser filho de pai mal criado pelo avô, apanhou demais e mesmo longe da ditadura, ainda vive os resquícios de burrice acumulada, sonhou em ter vídeo game de última geração e só depois de velho percebeu que não cabem dentro do seu próprio corpo, mesmo que esse adentre possível orifício. E perguntando em sussurros a quem deveria dirigir o protesto chulo do menino de prédio? Acho que já errei tanto que perdi o direito de reclamar, mas os dias no deserto me fizeram bem. Desisti de emplacar hits, desisti de ser a moda, desisti de ser o mais alto ali da turma do fundo. De tudo aquilo que tinha discursado, desisti e antes que o mais truculento venha ofender, desisti dele também, junto com a lista de falências múltiplas que estão a seguir, em capítulos próximos e de fácil entendimento, pois averiguando pequenos detalhes, discorri subliminarmente sobre meus próprios feitos, para não jogar a culpa em ninguém e discutir sobre a primeira pessoa do singular.

Por três anos senti muitas dores nas costas e no pescoço por ter olhos somente para o meu umbigo centralizado em minha barriga. Algumas foram as bactérias que passaram por ali e fizeram amizades e trouxeram para turma vasta lista de ilustres idiotas. Vícios, manias, hábitos e desculpas esfarrapadas. Tonturas, colapsos e falta de percepção. Cego que não escuta e surdo que não vê por pura preguiça. Existir pode parecer um dilema, mas fazer de conta é o pior. Se acostumar com o dilema é pior que carregar crachá de troxa. Bater a mão nas costas depois do abraço, chamar de amigo e depois falar mal. Ter pouca opinião formada, por ainda estar captando informações suficientes para falar sobre a vida alheia. Meu umbigo realmente estava muito sujo, continua, mas cabe ainda o veredito supremo, passando por investigações, esqueci de afirmar que continuo errando, mas sem as pupilas dilatadas, percebo que meu cérebro voltou a funcionar forçando menos. Impulsionando por vontade singular, alinhado ao vocabulário decifrado em anúncios de supermercado e sábias palavras encantadas pelo tempo, por exato momento, subverti.

Agradeço diariamente cada dia dessa estadia, meus braços, minhas pernas, meu corpo e minha alma. Agradeço os pássaros que levam sementes, pelos frutos e pela capacidade de aprender. Gol aos quarenta e cinco do segundo do tempo ainda vale! Gosto daqui, mas deixei de aceitar. Parecia extremista chegar nesse ponto de percepção, mas agora, aos quarenta e sete minutos, simplifico a direita e alio a esquerda, padronizando o obvio de maneira clara, pois excluo impostos e taxas, crio o underground para os meus feitos. São os meus shows e o meu público. Seja a senhora que dança sozinha com a vassoura ou o garoto que passa os seus olhos por aqui agora e tenho a graça de dizer que estamos juntos, pois devemos contrastar novos pensamentos. Seu digestivo não me alimenta, me corrompe e me destrói, faz mal e dilacera qualquer possibilidade de assinar as probabilidades dos meus feitos e não faço parte junto da sua turma de umbigo sujo.

O sistema destrói, manipula, corrompe, estupra, dilacera sentimentos e cria sonhos corruptos para mãos em crescimento. Sereis advogados e lutarei por leis falsas. Combaterei aliados e atirarei contra o espelho. Sois vândalos de seus lares, pichadores de muros erguidos por vossos pais, declarados no imposto de renda, INSS ou os dez por cento que nunca vão para a família do garçom. Trabalha até tarde e faz tempo que pegou no sono pela última vez, deve até o leite que está para beber e se ainda há de beber, é por que sente fome e explica com a falta de sono a vontade de sumir. Maldita hora que decidiu ser o mais rápido na corrida dos gametas. Agora enfrenta a barbaridade que é existir e a escolha foi de um terceiro do singular pouco ousado, fissurado por notas retangulares, feitas com o mesmo material que fabrica o higienizador de orifício e que trocando em miúdos, concluímos que o valor, perante o real significado, que mal lavado também é sujo do outro lado, só está a falta de postura daquele que no dia que a luz brilhar, sentirá muita vergonha, pois aquele que sabe realmente, averiguará até a cor de suas unhas e se falhar, voltará para o final da fila.

É só protesto calado da indignação sem aliados, se valesse a pena, se realmente valesse a pena, preguiça deixaria de ser pecado e aprenderia que ter menos méritos na vida que é o importante. Processo retroativo degrada a existência dessa raça que se julga superior, mas mesmo com tantas descobertas e tramóias tecnológicas para vender telefones, o ser humano esqueceu de aprender o básico. Escovar os dentes, alimentar-se adequadamente, andar com um passo atrás do outro. Respirar, respeitar, conversar, admirar. Sem óculos 3D, efeitos especiais e explosões programadas. O Básico me agrada e foi nisso que falhei tanto, mas assumo a culpa da má administração desse barco. Assumirei os remos com mais disciplina nas corredeiras próximas e garanto que piscarei menos meus olhos.
Se fosse fácil, perderia a graça.


Bem vindo a Primavera.


Mao Tse Tung

6 de jul. de 2011

#CONTO - Asteróide e caixas de fósforo queimadas.

Estranho Asteróide 25, menos gritos pelas ruas, comportado e quieto. Olhando pra frente e só pra frente. Sem poesia, anarquizando o mínimo para estabelecer mais tempo para outras funções tradicionais desse pequeno pedaço de espaço perdido no lugar errado. Redundante e remando caminhos complexos e obscuros. Sei que é triste identificar logo de cara algo tão pesado, mas em primeira estância, é o que vem a florir as frases dessa descrição lúcida. Estudado pela NASA, numerólogos e cartomantes renomadas. Dizem muito sobre a mística das teorias inventadas por Leonardo Fonseca, ou por alguém ai que quiser dar o nome pra chamada. Asteróides assim vivem em rota de colisão. Entre estrelas e a solidão. Soldados expulsaram todas as vidas espertas do pequeno espaço, mas esqueceram um grande tesouro ali dentro e com força de vontade, precisariam mandar um bom especialista para trazê-lo para o Planeta Terra e largar de vez pelo universo esse Asteróide doidão. 25 criou missão dedicada, interpretando da sua forma que paralisa e deixa burro, inconstante e até cruel. São dúvidas gritadas para o espaço e não respondidas pelo Eco. As palavras ficam espalhadas em labirintos de vídeo-game, Pac-Man e coisas de Nerds da geração passada, que hoje habitam outros territórios, indiferentes nessa parte da história. Encontrar esse tesouro seria uma missão bem complicada.

Muitos se inscreveram quando os órgãos responsáveis proclamaram a necessidade de recrutas aptos para voar bem alto, para o desconhecido. Disseram em Nota Oficial que no mínimo deveriam ter muita coragem. Crédito também para aqueles libertos de amarras e pensamentos fixos, recrutas desprendidos. Ágeis em conversar e espalhar boas ideias. Nem sempre as melhores ideias, mas pronto para debater e encontrar uma solução justa para tudo sempre. Aborrecimentos acontecerão, então, ele deve ser tranquilo, respirador.

- ouvi minha voz perdida no tempo, pouco captado. Simplificado em termos simples. Explicando em gestos que o belo é ser simples, ser tão leve. Julgador somente dos próprios atos. Observando de olhos fechados o coração, cantando pra dentro alguma canção que acalme, que faça bem. Que não faça nada além da alegria. O movimento coletivo faz mais efeito quando esse sorri. Quando esse caminha junto, empolga e motiva com o desprendimento das amarras chatas dos vícios dessa vida. Se for pelo bem, vale duas vezes mais a pena. Mantenha o respeito sob o silencio e o compreenda sem usar de vozes da sua mente. Elas gritam demais e é só respirar.

Buscando o infinito dessa jornada, antes debatidos em rodas de chá, agora o bem do mundo depende do mistério do tesouro. Capturado em terras desconhecidas, abandonadas, completadas por novidades em fase de construção. Alicerce constante da evolução necessária para prosseguimento da nossa elevação. Para isso escolheram um Astronauta, embarcado em um foguete amarelo, depois do almoço. Durante o programa de esporte, que foi interrompido para todas as televisões mostrarem a mesma cena. O foguete cor de gema subindo e cortando levemente todas as nuvens atrevidas do caminho. Desenhava os oceanos e os continentes, americano, oriente, ocidente, Oceania e o Paquistão misturado com a orelha de coelho. Ao desaparecer das linhas terráqueas, as transmissões voltaram ao normal.

O Marujo estelar subia sozinho, respirando lentamente para subverter o nervosismo, estendendo a mão, buscando energia. De olhos fechados, concentrado em estar vivo. Estufou o peito e concentrou-se em três puxadas de ar. A primeira foi bem forte, puxou o máximo de oxigênio que seu pulmão permitia e segurou. Soltou o ar só depois de cinco segundos contados por ele mesmo. Na segunda vez, não deu tempo de pensar, uma explosão fez a respiração entrar em segundo plano. Tudo voou pelos ares.

De braços abertos pelo universo, remando como se fossem ondas do mar. Gigantes como do litoral norte, de braçadas curtas. Desacordado. Flutuava entre as estrelas maiores, Ursa Polar e constelações aleatórias. Todas as vezes que encontro as Três Marias, peço por você aqui e um pouco mais de sorte nessa vida. Flutuar e não estar morto é sinal de sorte e a sorte vem em carreto firme para quem é de percepção forte. Seu corpo boiava, mas ao abrir os olhos, sentiu-se deitado, ergueu o pescoço se encontrou no Asteróide 25. Vestido com uma camiseta branca e uma bermuda preta. Esqueci de descrever o menino, ele é normal igual a você! Tem cabelo, rosto e cotovelo, tem pensamentos e até torce por algum time. Abstrai algumas loucuras do mundo e sempre está de bem com tudo. Ele é você quando está tudo bem. Quando os problemas parecem só lombadas e não muros na rodovia. Fazem parte do Processo todas as explosões e rupturas na espaço-nave.

Fielmente a maturidade me engana, o lado adulto do mundo continua assustando as linhas das minhas conversas internas, dizendo sobre coisas que me assustavam muito quando mais novo e que agora vejo no meu Asteróide desmitificar esse tesouro e encontrar a salvação de várias coisas interessantes. O interessante se perdeu, seus cabelos caem e o sorriso some. Deveria dizer que está errado, mas sua voz que deve cantar em seu ouvido sempre, antes de qualquer termo fixo que torture longamente. Espere em silêncio tudo se acalmar, concentrado na positividade, cremos com esperança que o estado evolutivo permita perceber as nossas capacidades. Largando o vazio, completando com endorfina e noites bem dormidas, ataques viscerais em sonhos gostosos de lembrar quando acordar.

Acredito na evolução do ser humano para continuidade tranquila do Mundo onde vivemos. A Evolução é o nosso maior tesouro nessa geração. Pensamos, gostamos, desejamos e temos opções diferentes. Cantos, quadros, pintores e designers, todos espalhados por cantos que antigamente só víamos em livros e hoje descobrimos em cliques e acesso simultâneo a quantas informações você quiser, necessitar, ou só pra matar a curiosidade, temos ainda opções ainda mais rápidas. Creio na percepção, creio no pensamento, na coletividade, no desempenho positivo para conquistas maiores do que as cifras e superávits financeiros. Vida além do capital e da necessidade eterna de comprar ou falar sobre. Da vida vivida, sentida, amada. Abraços e carinhos, sentir a vida. Pessoas falando alto e poucos se aborrecendo, respeitar os momentos felizes. Respeitar os momentos de tristeza também, fazendo deles, momentos de aprendizado e coligações internas que preparam o ser através de certas marcas deixadas pelo tempo. E o Tempo? O Tempo não sabe de nada! Faremos pelo agora que vivemos e isso já considerado ótimo pelos cientistas.

Enquanto o Asteróide percorre o espaço, descubro por aqui alguns tesouros. Guardo e aprendo o que for suficiente, se vim até aqui, foi só por esse motivo. Queria ver o Planeta Terra mais de perto, sentir e viver grudado.

...por você


Leonardo Fonseca

12 de jun. de 2011

- Pluralidade

Acho que a forma mais errônea de proceder em um assunto é ilustrá-lo de maneira meramente ilustrativa, quase que fantasiosa ao mundo real, do concreto e das contas para pagar. Nesse processo, quero avaliar pensamentos sobre a pluralidade, diferenças e todos sinônimos propostos por dicionários e definições da língua portuguesa, tal qual, conceito geral da expressão.

Pluralidade.

No colégio onde estudei tinham vários rostos diferentes. Filho de ladrão, aviãozinho, vapor e entregador de pizza. Professor assalariado dando aula por motivo meramente simbólico, esperando o INSS. Vi menina virar mãe, vi menino do bem fazendo o mal, mas penso claramente no conceito de bem e mal. Visando conceitos Socráticos, ou ética, conceitos gerais de como se agir em meio aos cidadãos que representam a nossa sociedade num todo, devemos não matar, devemos não agredir, devemos várias coisas que não são explicadas, são mostradas, derivando diversas avaliações, essas que em poucas experiência percebi alguma ação. Continuando o processo de pluralidade. Apresento a percepção perante a diversidade, abstraindo raça, religião e gosto musical. Na introdução possibilitada da capacidade de abordar diversos planetas em um só.

Pedem pra que te chamem de racista e não existe raça. Palestinos atiram e dizem que é pelo Alcorão. Motivo para tudo, escritura para as casas e identidades numeradas, cidadão padrão, negociado por curso universitário. Aprendeu na escola que deveria trabalhar e pagar muitos impostos para sua massa permanecer em ascensão, superávit primário, a bolsa de valores indo a milhão. Que conceito você prefere ter ao perceber o conceito que sua civilização está caminhando? Que percebe a diferença maquiada, dessa realidade nula e assustadora que pertencemos. Aniquilados por vícios e sensações geradas por notas, cédulas e preços altos satisfatórios ao ego estranho do corpo humano. Orando e pedindo, ainda acredito tão pouco nessa visão periférica. Persuadindo, contradizendo tantos verbetes. As almas vieram sem crachá e ainda assim vê diferença no rosto do seu semelhante.

Abordagem, maneira de falar, de comunicar, de transpor, de criativamente dedicar-se a ilustrar seus pensamentos, amplos, comunicação, ação, reações simultâneas, ações aleatórias, contraditórias, gosto, desgosto, amor e compaixão, azar e sorte, labirintos e encontros demarcados por horas no relógio. Na Estação Tietê as Oito meu amor deve chegar. Estarei em minha melhor veste, estampando sorriso permanente da felicidade devota dos dias que espero. A vida é esperar e isso é o que mais aflige perante os pensamentos discutidos nas linhas anteriores.

Somos a diferença de nossos sorrisos, graças a Deus.

É Bárbaro imaginar o contrário, a palma de nossas mãos cava o mesmo tanto de terra, independente do tamanho, da cor e da força perante em seu corpo. A necessidade faz o ser humano, a adaptação e a condição. Mire acreditando na percepção, crendo que essa é a chave mestra para sociedades mais sensatas, ajudantes, amigos e companheiros, fazendo a função “comunidade” agir diretamente em todos os feitos. Partindo da base construtiva do Socialismo, abstraindo Stalin ou China Pós-Capitalismo, não é a cor do olho, nem o tamanho do sorriso, minha conta bancária pouco te importa, se tenho é por que construíram essa verdade dessa forma, mas independente disso, somos todos independentes. Criadores do senso comum, partidores de boas intenções.

Discutir se é preto ou se é branco, faz parte de um senso comum muito atrasado, tal qual brigar por time de futebol. Discutir sobre partidos políticos, sabendo que todos são corrompidos e manipuladores de informação. Construindo a verdade televisionada, vendida em jornais para grande público. A democracia vai além do direito de voto ou grito de protesto. Pluralidade, igualdade, construção e percepção da vida. Além das linhas, além das restrições do vocabulário, cabível em dicionário de volume único. Perceber que somos todos diferentes e fazer disso a grande graça dessa passagem.


Leonardo Fonseca





[escrevi sem ler o que saiu, senti sono e fui dormir, depois corrijo]


10 de jun. de 2011

- Democracia

 
Matem o daltônico que escolheu errado a cor dessa bandeira, exposta na esquerda, de lado no canto para não ter espanto, na hora que perceber que não te perguntaram as horas e já definiram sua partida, não pediram teus documentos, olharam na tua cara, deram tapa na malandragem e só de sacanagem, querendo me atrasar. Parte para ignorância, me chamando de chapado, de tachado, de vagabundo ou sem opção, dentro dessa civilização burra e esculachada que mastiga pouco pra comer rápido e caber mais. Estufa a barriga e sente sono de monte, abaixa os olhos pra passar na fronte, tem vergonha de assumir a postura risonha de um ser mais acalentado, sem talentos, usurpa se precisar, se puder, mantém o bico calado, exagerado. Consome tantas marcas que tem pouco espaço na cabeça pra comentar o cabível em diálogo quente, constante e infinito. Duas horas no telefone e parecia faltar alguma coisa por dizer. Até aqui encontro para discutir mais um ponto, dando proximidade nas teorias básicas da existência cotidiana do Século XXI, maluco e computadores brancos que pensam sozinhos. É mesmo loucura, mas quero chegar ao meu conceito moral de democracia e longe da sua antipatia em parecer mais lógica e sensata do que utópica e inconstante. Ativistas de bandeira, agitam alucinantes, mas penso no tamanho da esfera que vivemos e na possibilidade mutua de adentrar na esquerda predominante de um só sistema. Os dois lados fazem parte de um todo e até as reclamações da esfera pública são programadas.

Democracia:

O filme que escolho na prateleira, o nome do meu filho, a minha capacidade, a minha sanidade, a minha idolatria e a quantia que entrego pra Deus, ou se deixo para depois do almoço, ou se discuto menos preciosidade abrigando capacidade de tolerância estúpida de macaco adestrado em circo que entrega diploma depois de vinte anos letivos. Da primeira até o terceiro e mais alguns semestres da sua vida, parcelados em mensalidades, educadoras. Formatando meus filhos para começaram logo que barbados no mercado de trabalho. Questionando a vaga que viabiliza mais notas para as contas bancárias, rodas brilhantes e colares luminosos. Estrelas caem do céu gratuitamente, meus sonhos em episódios fartos também. Descontento por entender pouco de alegria, subvertido nessa prioritária que confunde tanto os leitores. Ativistas explicaram pra mim outro dia, ali perto da ponte, dando vista para o mar. Diziam que a democracia é teórica e dentro da sociedade não é praticada. Designam favores sociais para ilustrar falsamente a sua participação no meio de um todo, mas é farsa pura. Rosa de papel, fruta de cera e palha, pura palha, sem um tom de verde pra caber mais nessa idéia, afinal, explicar seria possível se todos os caminhos fossem regados por lâmpadas fluorescentes.

Participo da democracia sem líderes, sem razão, percepção e voto secreto. Inventaram o poder de voto para sucumbir seus impostos, dando nome aos bois e rostos, bigode, barba e quase cinqüenta anos de senado. Essa sociedade é falsa e foi rompida logo em sua construção. Perda de tempo associar democracia a partidos políticos e a forma desorganizada de Estado que compõe o nosso mundo contemporâneo, percebe-se que as campanhas são geradas por núcleos de mídia, entende-se logo de cara a participação dentro do mercado visual, cabendo então opiniões constrangedoras sobre o material diário que abrigamos em nossas conversas. Participo da democracia do jogo de futebol, correndo por objetivo, destinado, sem correntes, ser coerente e organizado. Se pode amarrar bem as suas chuteiras, ganha direito de corrigir com calma os seus problemas. Acredito na democracia na resolução de problemas e da idéia unilateral de desenvolvimento humano. Retribuindo sorrisos, plantando e colhendo frutos do começo até o final da rua. Redundante, mas a democracia está no voto de confiança, está na viabilidade de sonhos gerais e menos egocêntricos. A democracia não é egocêntrica, não é invejosa, não é ciumenta, é participativa, indicativa, educadora, apaziguadora. Diferente do conceito político-capitalista gerado no século XX.

A democracia está na viabilidade do sonho maior. Da capacidade de enxergar objetivos grandiosos, sem esmerar jóias raras ou carros importados. Casas de luxo ou supérfluos vendidos em magazines. O volume da fila já não vale teu respeito, cada centavo a mais já não merece mais o meu respeito. Participo da democracia anarquista do conceito literal, idealizado e não o conceito capitalista, dizendo que partimos para desordem quando abandonamos a constituição falha do nosso Planeta Terra, endividando famílias com fome, arrancando empregos e apreendendo a adolescência dentro de casa, dizendo que o mundo lá fora está muito perigoso. A democracia está na possibilidade de aprender no ato de confiar, de ceder o medo mundano, capacitando passos mais largos. Se analisarmos quanto tempo passaremos aqui, entraríamos em desespero ao perceber a falha de comunicação que existiu desde sempre na nossa rotina.

Vários tópicos do sistema abrangem a nossa necessidade chula de caminhar conforme a velocidade do bonde, da métrica inventada e nunca questionada. Do teu protesto programado e aguardado pelos grupos de direita. A Direita e a Esquerda não existem, participam do mesmo núcleo burro, que discutem insanamente assuntos que deverão ser resolvidos na décima evolução da nossa raça. Já vai ser tarde meu amigo, não adianta se preocupar só agora. Privou-se de tantas coisas que o conceito em toda sua vida passou batido, mas não é culpa tua. Jogos de marionetes ensandecidas e você é só mais um.

Definição, democracia:

Julgamento, fornecimento, cabimento, informação, rompimento, fragmentos movem uma nação sem bandeira, sem escolha, sem Natal, Ano Novo, feriados espalhados para dar descanso aos contribuintes, dizimo pago em dia, religião e casamento programado. Amor enlatado, comprado. Vegetais hidropônicos, soja transgênica. OTAN, ONU, Bin Laden e tantos outros personagens inventados para ilustrar melhor o Jornal Nacional. Palhaços assumindo os Três Poderes. Líderes entrando de férias e décimo terceiro salário sendo comido pelo Leão do Imposto de Renda.

Essa é a democracia que você existe.

Definição, prática, de democracia:

Troca, afeto, companheirismo e compaixão. Olhos abertos, evolução, revolução, canção e vozes, violões e harpas, orquestras e índios, variedade. Solidariedade, empréstimos, relevar, elevar, crescer. Crescimento em grupo. Ficar rico sozinho não tem a menor graça, como ter a bola e não ter amigos para iniciar uma partida. Acredito na democracia prática, que me organizo, percebo os meus afazeres como cidadão e como religião, guio os que posso com minhas idéias ajudar e sou guiado por grandes amigos e aliados, sempre do meu lado com toda energia positiva do mundo.


Leonardo Fonseca

5 de jun. de 2011

Introdução


Quatro estrelas partiram-se após violento golpe psicológico, derivado de pensamentos flutuantes, química volúvel e duas colheres de café solúvel em doses homeopáticas de cafeína. Deixo de culpar os afetos para destacar outros sentimentos mais visíveis no cotidiano violento dessa esfera enigmática que ando descobrindo e chamo de vida. Parece engraçado ou vai parecer mais ainda quando algumas conclusões já forem habito. Assuntos anormais que vão se tornar jargões e piadas. Torço muito pela evolução maciça dos pensamentos gerais, da percepção do próprio umbigo em pro da visão periférica, capaz de perceber mais cores que insignificâncias verbais. Dói às vezes perceber a minha existência e a tenuidade mínima que teremos pra prosseguir. As camadas sociais e os separatistas. Os preconceituosos, os viciados em perceber menos. São pequenos detalhes que nos mantém aqui vivos. A maneira que respiramos, a quantidade de sal que você coloca na comida ou os copos d’águas que deixa de beber. O seu comportamento pela existência, a cura do seu corpo não será permanente e a permanência nesse estado de matéria exige cautela em algumas curvas e sabedoria para mais detalhes ainda. Parece chato esse assunto, parece mais concreto do que deveria ser essa idade, mas meus dedos começaram a pesar para um lado diferente nesses últimos tempos e isso tranqüiliza, pacifica e permite mais filtro, até mesmo nas palavras.

Tira esse sorriso pra dançar menina. Sorri de lado e me olha assim, ensina a prestar mais atenção nos pequenos detalhes que posso te levar para conhecer o planeta mais distante que alcançarmos com a força de vontade e competência de existir. Sem tantas regras também, pra não parecer tão premeditado. Agrada-me o desconhecido, mirando sonhos impossíveis ou situações nas quais, eu pobre garoto, nunca tinha imaginado. É assim que quero levar a vida. Prestando atenção nela e só. Preciso ponderar com mais honestidade e tranqüilizar meu coração acelerado, identificando terroristas novos para impressionar a audiência. Iludidos permitiram adentrar uma nova promoção que vendia televisões antenadas pela metade do preço. Deveríamos prestar atenção na programação para compreender a continuidade dessa civilização, doutrinada por motivos interrompidos e colididos em diálogos imaturos, compram brigas com cartão de crédito. Adquirem à postura de seres passivos as estranhezas da vida. Homofobia, racismo, a maneira contraditória que os assuntos são debatidos somente para vender produtos caros durantes os intervalos. Margarinas, leite, Coca-Cola e televisões, para vender mais televisões e vender mais produtos. Debatemos o dinheiro e a sua necessidade, sim ele é necessário, pois precisamos nos alimentar tal qual adquirir educação respeitosa para os nossos filhos. Professor da rede pública já vem cansado pra quinta aula, tem tanta conta atrasada, brigou com a mulher e tem pouco tempo pra aproveitar seu filho recém nascido. Dorme mal já tem um tempo, mas ninguém presta atenção nele. Falam alto e gritam por mais atenção. Deve fazer parte da fase da vida desses jovens, uma hora a garganta cala pela realidade, que necessita seriedade para construir clarezas.

Acho justa a troca financeira ocorrida pelo esforço. Pelo trabalho, considero como satisfação poder pagar pelo serviço tão bem feito de todas as massas que contribuem simultaneamente umas as outras, plantando e colhendo. Espalhando frutos positivos da divisão bem feita de lucros mais sensatos e justos. O que entra em rota de colisão a minha maneira de pensar é perceber a rotina viciante que certas pessoas vivem, da insatisfação constante e maneira traumática que se permitem viver a vida. Sem tranqüilidade ou correndo atrás de um tempo que deixa de existir a cada segundo que nós respiramos e ainda assim dúvida de muita coisa.

Fiquei assustado com a dimensão dessa maré, senti vontade chorar e gritar. Segurando um pouco no oficio da atenção. Concentrado em pensar positivo pra ver aquela situação passar e logo acabar. Ficar despercebida pra não fazer sofrer o coração gritante. Respira com calma que tudo fica bem. Presta atenção até nisso. E fica calmo, vai dar tudo certo.

No Batalhão o Sargento pediu férias, decididas pelas famílias, pois todos programaram férias de quinze dias a dois anos. Compraram passagens caras, hotéis quatro estrelas, internet sem fio e batatinha no frigobar. Chocolates e café da manhã. Frutas e derivados do leite. De vaca ou de cabra, depende do gosto. Em agosto ele volta para outra expedição, dizendo que atual condição é pertinente da gozação múltipla de só uma ação. Longe da segunda, quase que na quarta, para sexta que se dane. Nas férias enfileirou dias para resumir a trajetória, vinte e cinco dias a mais, perto de completar mais um capítulo dessa história. Prefiro deixar longe essa falsa satisfação e contemplar a sobriedade.

Meu rosto pintado dispõe a realidade do meu coração atrapalhado, antecipado na ansiedade e na contagem dos dias, fico na espera do meu amor naquela mesma estação. Sem atrasos e o sorriso do tamanho do planeta Terra, com a paz que você me traz, acalmando até meu sono que erra pensando demais na hora de concluir menos coisas e presidir o mundo dos sonhos e dos encantos. Pessoas podem voar, crianças podem crescer e depois voltar, enlouquecer e depois se curar. Depende do gosto do cliente e da capacidade da sua sanidade em perceber que esses assuntos não devem ser mais discutidos, pois prestamos mais atenção no nosso próprio coração. Sem críticas ou disposição imediata para possível correção. Antes pense, alivie-se e pronto, já pode pensar em uma conclusão desse encontro. Defenda-se menos, esborrache-se mais, a dor vale pena em todas as tentativas possíveis, idealizem de outra maneira todos os conceitos humanos declarados e inscritos em livros antigos, de pensamentos e filosofias e outra civilização, sem mídias e trapaças. Sem Deus ou algum Santo Protetor, de todos São Jorge poderia me ajudar a controlar os costumes atuais, movidos por costumes enlatados e proliferados por seitas estranhas, homens de gravata e bíblias na televisão. Vendendo Jesus Cristo injustamente, logo ele que notou com fúria o capitalismo na Casa de seu Pai. Estranhos conceitos do capitalismo imoral. Remem prestando atenção para não interromper o fluxo do rio que precisa alimentar todos afluentes que banham milhares de pessoas e refrescam a sociedade.

Reflexões antes de dormir e um pavilhão de idéias em ordem alfabética. Pense no próximo e na troca. No compartilhamento dessas bolachas de água e sal. Da margarina no pote e no papo em dia. Pra saber se teu amigo está bem. Defino hoje..

Essa como a maior riqueza do mundo. O Plural e os novos conceitos a serem discutidos com mais pertinência nas próximas linhas que ganharão corpo nos textos seguintes a esse.

Quero aprender mais sobre a vida.



Leonardo Fonseca

2 de jun. de 2011

Palavras Cruzadas.

Erros e acertos acontecem na vida de todo mundo, assim como as derrotas e as vitórias, sucesso e fracasso. Amor e ódio e os opostos que durante todo o percurso, estarão juntos contrabalanceando a nossa passagem. Já errei tanto que me acostumei, não via mais problema em permanecer estático na dor e na conformação de um mundo vazio e estagnado. Literalmente parado, igual de menino que cresce sem perceber. É difícil perceber a vida, tem gente que completa quase noventa anos e nunca esteve por aqui, passou batido e no cérebro adormecido, se conteve com aquilo que acreditava e nada mais. Não! Não existe manual algum que diga a maneira mais correta de conduzir as nossas vidas, mas enxergo como perda de tempo perceber tão pouco que até mesmo a dor é necessária. É ditado de mãe, dizendo que você precisa calejar e se acostumar com tudo isso. Mãos mais firmes suportam bem o peso da nossa rotina, mas duvido que seja tão doloroso assim. Se seguir em frente for à melhor maneira de explicar o caminho das coisas, começarei assim a minha próxima história.

Na divisa entre o canal dezessete e o canal dezoito, implantaram o oceano mais violento de todos os tempos. Nem o livro mais antigo diz de tanta bravura assim, de água salgada, cheio de ondas e gritos rupestres. Muitos jovens se arriscam, mas muito desistem na metade. Outros vão, tentam e passam por momentos bem complicados. Remando forte contra a maré, cortando as ondas com o peito, engolindo muita água salgada. Por vezes preferindo apertar um botão e se ver livre logo daquela situação. Inconveniente, pesada. Assim como as broncas que eternizaram capítulos em minha vida. Minha mãe descendo a escada com o indicador apontado. Silaba atrás de sílaba e tanto ódio que parecia que o time dela tinha caído pra segunda divisão e que o nosso peixe beta estava com alguma doença rara.  

Perdi anos da adolescência em brigas intermináveis por razões tão fúteis, que foram todas abstraídas. Sobraram os arranhões, mas não me encano. Depois do vigésimo quinto percebi com mais clareza todas as frases ditas nesses canais passados. Quando percebi a minha função social, meu papel e onde as pessoas começam a precisar mais da minha existência. Nem as brigas acontecem sem um motivo sincero. Para tudo existe um pouco de nexo que pode ser explicado, até as situações mais controversas.

A vida não começa fácil, ela parte do principio de uma corrida onde o mais forte terá a possibilidade de conhecer o Planeta Terra e todas as confusões embutidas. Avaliam-nos desde criança, nosso peso, nossa cor, nosso jeito de falar, nosso jeito de andar e o jeito que a gente mastiga. Lembro de muita coisa da minha infância, tive muitos dias de herói, mas já senti muito medo. Quando percebi a vida conturbada e choro espalhado pela casa inteira. Vontade não andar, não pensar e só levar até o fim, onde é que ele estivesse. Senti o gosto da chatice, da frieza, nem lembrava que existia leveza.

Mas tudo isso faz muito sentido.

Nossos pais têm problemas como os nossos. Corações como os nossos. E a vida capitalista implanta várias ordens que mesmo vivendo o oposto, somos obrigados a existir perante essas leis ridículas. Entendo que a calma deve estar presente sempre, mas não fomos educados para sermos monges. Isso também foi implantado. Me desgasta essa cobrança. Pinóquio com nariz grande, tentando errar menos, mas deveriam avisar que errar é normal.

Todos queremos a liberdade, cada um no seu vão e na sua esfera, na sua mira e na sua possibilidade, com bondade até vem e permito entender assim vale a pena ser livre.

Vale a pena lembrar que para cada passo bem dado, uma boa retribuição simbólica do mundo. Cair e levantar, não tem cogitação extra, é pra isso que Deus te trouxe até aqui. Pede a cura, mas não entende o gosto do remédio, sem cruzes ou espadas. É só uma estrada e é só seguir.




Vale a pena por bagagem
Vale a pena por bondade
Independente do que ache
Faça aquilo que te eleve e te encaixe
Em uma vida de problemas mais curtos





L.F.