Devaneios sublimes do alto da primavera avistam tentativas estranhas, denotando que cursos poderiam atingir novas metas no verão, mas se não, melhor assim explicar dialogando, sem gritos, perseverando a boa companhia e a graça de obter quem se gosta sempre perto.
Sendo assim...
- Ei, ei, abre essa porta, abre essa porta, preciso urgentemente falar com você! Sei que está dormindo e sei que odeia ser acordada as pressas, mas preciso dizer muitas coisas que ouvi ali no bosque! Eles estão querendo, eles estão!
O menino de verde gritou e bateu na porta, mas nada de ter retorno, sem volta, sem volta. Acordar fadas é tarefa complexa demais para garoto hiperativo, ansiedade e pensamentos alem do alcance permitem pouca garantia na compaixão das silabas.
- Sino! Abre essa porta por favor, tende ouvir as minhas palavras, essas que são menos minhas do que das pessoas e bocas que ouvi dizer. Ouvi, ouvi e devia ter passado despercebido, mas ouvi, por favor me atende, por favor! Estava todo mundo gritando e acho que era guerra em inicio, amplitude de fatores entraram em colapso e disseram coisas absurdas que teremos que fazer. Agiremos contrários as nossas vontades e mesmo assim não me atende?!
Cada vez mais aflito, cada vez mais forte batia na porta, mas nada de levantar, nada de escutar. Quase que desistindo, sentou-se. Afinou sua vontade, desacelerou a respiração e tentou se acalmar como podia. As vezes os ouvidos são como antenas e nossos corações liquidificadores burros, misturam tudo e enganam quem precisa realmente filtrar nossas verdadeiras sensações. Cabe ao coração compreender as medidas certas e condensar o devido para sempre caber no copo.
A paz exclamou-se, abstendo-se de exclamação. Largura alguma mediria corretamente a complexidade desse momento, certos fatores encaixam-se somente em expressões pré-dispostas no antigo, do tempo que pensar era algo valorizado por nobres e fieis seguidores da verdade e do respeito. Mas quando as pessoas gritam, fica difícil de entender, são palavras disparadas e não palavras ditas. As bolas quicam pelo quintal e definitivamente, nunca encontram o caminho do gol. Mas mesmo assim, manteve-se agora sentado, desistindo dos gritos e escalou a paciência, pois se gritos não acordam, possivelmente o tempo há de acordar, como há de passar, como há de vir o mais tarde que já está logo ali. Só depende da paciência do expectador e do vigente personagem que ali sentado começou a sussurrar.
- Permita-me presenciar o futuro Senhor. Permita-me encontrar no reflexo desse ser cada mudança necessária para evolução coletiva de todos os irmãos que precisarem das minhas mãos, idéias e força. Aflito corri perante a gritaria e cá estou a suplicar humildemente, permita-me ficar mais um pouco e ver a corredeira virar cachoeira e o calor trazer o mar para perto das nossas canelas no verão. Permita-me perceber, diferentes dos que não vem, permita-me ouvir, diferente daqueles que se distanciam. Estarei perto, estarei sempre bem perto, no devido espaço que for limitado o meu viver e o meu ser estar. Sem complicar, faz com que aquelas pessoas se acalmem e parem de dizer o que tanto dizem. De longe não sou o mais certo, de longe estou longe de ter razão, mas vim para errar, tropeçar e levantar, era esse meu intuito desde o sempre que me foi aceito permanecer e estar, eis então que suplico e peço em nome de Seu filho Amado.
...
A vida segue em barcos de marés alternadas, de pessoas que vão em vem. De dias e noites esquecidas nas cartas de outros que passaram e deixaram recado em folha de papel, molhou-se na chuva que passou e as letras ficaram manchadas, sobraram apenas os sentimentos, esses que devo carregar com firmeza para compreender sempre o que precisa ser feito, perdoa-me se errar, perdoa-me se disser demais, pois as horas vão passar e assim vai acabar, como já vi em filmes e relatórios que dizem que funciona mais ou menos assim quando a paciência é congelada junto com as misturas da geladeira.
...
ouvindo orações, seus ouvidos arrepiaram-se e coçaram lentamente. Foi susto que fez a fada se jogar já de pé e de prontidão abriu a porta e se deparou com o menino de verde ali sentado, desolado, sozinho, quase com dó, foi e o atendeu.
- Sonhei que gritavam, gritavam muito. Batiam em minha porta e nem pude atender. No sonho eu não conseguia atender, não conseguia, mas juro de toda jureza que parecia real demais. Batiam, batiam e Toc Toc Toc que não parava. Ui que sonho Estranho!
- Era eu Sino a bater, mas em sonho pesado não ouviu e cá fiquei a te esperar, por que preciso muito conversar e te dizer coisas que estão para acontecer, isso se for verdade os gritos que ouvi pelo bosque, gritos horríveis, demais, de vontade aguar as minhas retinas.
- Gritos? Que gritos? Do que fala Peter?
- Toc, Toc, Toc, não querem mais Peter perto da Sino! Não querem, querem me levar para lá e me afastar, para lá para crescer e ter que te abandonar aqui. Toc, toc, toc! Querem gritar comigo para ver se as contas consigo pagar e as filas consigo enfrentar. Toc, Toc, Toc, estão dizendo que preciso ir bem em matemática e ser fiel ao meu chefe e estão dizendo também que preciso voar menos e apreciar mais as letras enfileiradas nas bulas dos remédios.
Em minuto de silencio que se diz quase tudo, dizendo mais do que até podia entender, esticou a sobrancelha e fez cara de espantada, assustada, pálida, cara bem pálida. Acho que faltou sal na sua bolsa, acho que faltou, mas logo se recuperou e veio a repercutir sonoramente sua opinião.
- Se for, vou com você!
- Mas e tudo isso que tenho que aprender?
- Aprendo com você!
- E as dores do amanhecer de segunda feira?!
- Fichinha!
- E os engravatados gritando e gritando?!
- Moleza!
- E as chuvas que intermináveis?!
- Podemos dançar até ficar ensopados, pegamos sabonetes e fazemos bolhas e mais bolhas, dançamos lá, lá, lá e ré, ré, ré! Mais nada alem de dançar. Quem dança espanta tudo que da tristeza, faz molejo virar bobeira e a bobeira paga tudo que faz ser chato daqui, então estou fugindo com você!
...
Se preciso de 10 e estou em 2
Só preciso de 5
Se preciso ter 1 tanto e estou em 2
Só preciso de 1/2 Tanto
Preciso só de meia dor
Preciso de só uma colher
Só um prato
2 sabores e 2 bocas
Só preciso dividir
Só preciso multiplicar para ter mais e sempre mais
E para não faltar amor?!
Só preciso do meu somado com o teu!
Que somado, dá o Maior Amor do Planeta Terra.
Mais ou menos assim, pelo menos por enquanto.
Leo Fonseca