24 de dez. de 2013

Transcender sorrisos com os olhos

Entre dados e informações que muitas vezes são adquiridas em enciclopédias virtuais ou nas buscas momentâneas de leitura rápida. Daqueles que acham que alguns parágrafos podem imprimir opinião formada e eu aqui a indagar sobre a relevante vida daquele que é lembrado no dia de hoje. Entre os gritos dos que assemelham Sua passagem pela Terra com possíveis deuses ou bichos de duas cabeças, pois tanta teoria, pouca explicação, e ainda mais, muito pouco sentimento.

Que Jesus Cristo viveu nesse planeta é algo inquestionável, independe da crença. Se prefere acreditar em óvnis, talvez você tenha assistido televisão demais! Sabemos e não duvidamos que ele não tenha nascido em dezembro e que a data de hoje foi criada com a intenção de mexer com os nossos bolsos. É mais provável que Ele tenha nascido na primavera, com noites de céu aberto para que os tais reis pudessem ser guiados pelas estrelas, mas hoje, isso é o que menos importa.

São muitos testemunhos e tantos olhos que tiveram a oportunidade de acompanhar Sua existência terrena que fica complicado desacreditar na Sua passagem, mas nem quero atingir corações céticos e ainda vou dar a oportunidade de enxergar da maneira que convém, evitando conflitos maiores.

Jesus Cristo era perfeito, mas porque ele se permitiu aperfeiçoar, reparando, agindo, controlando, guiando e não somente com o objetivo de andar sobre as águas ou multiplicar pães para multidão e sim, conhecer melhor a si mesmo e assim, transcender amor ao próximo e a cada elemento desse mundo. Tenho certeza que ele admirou por muitas noites as estrelas do céu e agradeceu por cada uma que Lhe encantara.  Teve diversos problemas, mas reclamou menos e analisou com sabedoria os impasses dessa vida, vencendo as tentações e tribulações com sorriso e amor.

Temos a mania de enxergar somente o que nossas limitadas imaginações e pouca cultura permitem, mas seja elevado Aquele que veio sacrificar-se por nossos pensamentos tortos, por todas as vezes que agimos sem respirar e por cada sentença mal autuada, ignorantemente colocada em prática para ter a leve impressão que existem fortes e fracos nesse mundo.

Somos inteligentes e dotados de dons, talentos, capacidades que nem imaginamos a potencia. Podemos mover montanhas, ter sonhos e principalmente, errar e ter uma segunda chance, fazendo disso a nossa bagagem. As marcas nos joelhos mostram os cantos do mundo que pude conhecer, as tragédias e alegrias que vivi, assim me fortaleci, como a tal estrela que brilha forte lá no céu e de algum jeito agradeço, por estar, permanecer e continuar, guiando devagar e reparando.

Tenho poucas pretensões, leves ambições materiais, me contento com o pé no chão e a sabedoria do evangelho que me guia. Sou um ser racional, mas que sente muito amor quando o ar adentra meu pulmão. Gosto de me sentir vivo.

Como disse lá em cima, não anseio te fazer crer, mas que um dia tenha oportunidade de sentir-se leve, assim como me sinto hoje, abstraindo os paradigmas humanos criados para subverter o objetivo da nossa existência aqui na Terra e que nos lembremos Dele, Jesus Cristo e que devemos amar, sentir-se amados e espalhar amor, onde for, como for, até o fim de nossas vidas.


E assim faço a minha morada.



Feliz Natal.

15 de out. de 2013

Por um mundo menos viciado

Três infelizes carros encontraram-se violentamente no cruzamento, beijando bocas mal amadas, desfalecidas com atual desgraça televisionada. Do barulho de todos os presentes gritantes, desconfiados que o homicídio seria mais culposo se o barulho estalasse em ouvidos rústicos, acostumados com som médio de televisor nas tardes de domingo, assistindo jogo qualquer, fascinado ao descobrir as invenções mundanas no Fantástico. Três cansados do falatório, ali caídos, pouca culpa tinham, sem sorriso na capa do jornal, anunciados com os nomes misturados, desfalcados por obituário desalmado e artigo penal que julga mais as pulgas dos cachorros do que os nossos humanos. Eles só estavam cansados do barulho do mundo, mas mortos, ninguém poderia questionar.

Ando também tentando filtrar o som dos ruídos mundanos, talvez isso que tenha cansado ao extremo meu corpo naquela segunda-feira, antes do café manhã, que nem veio para dizer “bom dia”, pois cansou-se e voltou a deitar, mas o corpo molestado por dores fortes na nuca, fez o dia render dentro de hospital público, que capacitou perder horas do dia tentando assoprar as mesmas horas do dia. Questionando o sistema financeiro, de saúde e do meu próprio corpo, que ali, não agüentava mais os ruídos do mundo. Sobre as crises que vêem pra intervir a perfeição dos atos, dos momentos que deveriam ser serenos, mas interrompidos por corações mal amados, se espalham a cantar no momento onde o silêncio deveria imperar.

Meus amigos me ensinaram a reclamar menos se afastando de mim e me deixando só. Gritando as paredes dos vagões lotados que dão mais sentimentos de solidão do que essa caverna escura que dominaram os meus sonhos. Mas ao dizer que adorava reclamar, me ponho a questionar, ainda empurrando o tempo para ele passar, mesmo sabendo que isso acumulará diversos cabelos brancos e sei que estudiosos dizem que as responsabilidades fazem parte do processo e que esse é o grande objetivo das nossas vidas, ainda me vejo em vagões com menos capacidade e pessoas tentando se encaixar em espaços quase nulos, incapazes de respirar ar puro, caindo pelas arestas e eu ali, tentando ser eu mesmo, mas querendo flutuar pro meu mundo, que perdido, não sei mais como encontrar.

Os sonhos ficam complexos quando os vinte passam o cinco e assumo que estou com medo da vida, pela enésima vez, eu admito. Tenho percebido a sagacidade otária do humano em querer participar da vida de terceiros da maneira mais corrompida e não a mais edificante. Constrói ilusões e carregam em crachás designações que imperaram somente umbigos e bordados em panos de pratos sujos, fedendo a louça largada no quarto por meses. Minha mãe dizia para pendurar uma melancia no pescoço quando quisesse aparecer, mas ando vendo feiras de frutas inteiras desfilando seus colares coloridos nos arredores desse planeta, confabulando a nostalgia pragmática de narciso e seu belo mergulho sem volta, amando somente o brilho do seu reflexo e nada alem disso.


E ao perceber que no carro que havia se abastado menos com a colisão ainda havia um coração a bater, a se esconder nos barulhos de flashs e alardes de pessoas desconhecidas, desabando a dizer como é desonesta essa vida e que muitos tinham muito o que viver, os sensatos se calaram. Postaram suas forças a favorecer os que firmemente trabalhavam para remoção dos destroços, pois dali, sobrara vida para resgatar e humanizar vitorioso do duelo barulhento, nesse trágico acidente no cruzamento, espero tirar conclusões boas entre todos os lamentos, pois acredito haver cabimento até mesmo nos dias de chuva dessa Primavera, que insiste em não visitar o nosso jardim, já cansado de tanto chorar ou se arrepender por pequenas atitudes, daquelas decisões mal tomadas, precipitadas, intrometidas e irrevogáveis, que cá estou, para tentar acumular novos pensamentos para enfileirá-los amanhã. Em uma nova guia e pré-produção de bons dias para seguir e desfilar entre os sorrisos novos que quero dar, guiado pela leveza e de explicação que só cabe pra quem tiver bom coração e saber entender, que no vazio clichê de saber que a vida é curta para se arrepender, então siga, pois quando os cabelos realmente estiverem brancos, é legal saber o numero maior de rimas e a vida fará todo sentido. 



Eu acredito em teorias de conspiração.





Leo Arima.

30 de jun. de 2013

Em junho te descobri e em junho te redescobrir

Aos olhos que combinam com meus sonhos.
Da voz que me segura bobo a cada palavra,
do teu jeito que é muito meu,
O Planeta Terra que consegue ficar inerte ao seu lado
E nossas besteiras e a mania do tudo engraçado.

Estranho sem olhar te encontrar,
seguindo o cheiro enfileirado pelo ar.
Rumando caminho, guiando até achar,
com sorriso do tamanho de dois,
sem vergonha, seu nome gritar.

se passasse a fase e não anotasse,
seria passível de esquecer os detalhes,
mas esse quero sempre guardar.
Como momento que se deve ter consigo,
para sempre e todo sempre.

Andar em sua direção e te abraçar,
sentindo de perto o calor do seu corpo
seu cheiro e perceber como os minutos,
mesmo que corridos por demais,
ainda podem parar.

Me encantar, por quem já quero tanto
Aprender a me reencantar
Pela antiga e mais bela novidade.
De Todo amor do Mundo que não cabe em um pote,
mas que me faz ser mais forte.

Lembrei pela manhã o que era sorrir ao amanhecer,
comemorar dia nublado, colorindo dia cinza que ficou
e reaver todos os sentidos e caminhos ao entardecer.
Só queria mesmo anotar, para desse final de semana não esquecer,
como já disse, ter você para sempre muito além desse anoitecer.

Sem novidades nas linhas
mas com muito calor no meu coração.



feliz por ser inverno.



13 de jun. de 2013

Erros progressivos e ocasiões


(ouça enquanto lê)


Solo canto matinal
Atravessado por dias cinzas,
Desaparecido perante esperança
Recobrada por joelhos que pediram
Sol por dias mais animados.

Compreendo pouco sobre cores,
Valores, fatores e opositores;
Instalados na última versão
Que partiu e nem me deixou pedir perdão.

E hoje veio perceber.
Mas só hoje? Hoje por que?
Fez falta pela manhã,
Também antes de dormir,
De novo, foi e nem me deixou vê-la partir.

Assumo a falta e recebo cartão vermelho,
Relembro-te com as dedicatórias do espelho.
Dias somados, contados, aos montes soletrados,
Juro que queria ser mais esperto e tê-los guardados.

Quando estou triste escondo canções,
Fotos, momentos e para vida faço versões.
Essas de mundo que não sei viver ,
Falta-me esperteza quando tento, de mim te esconder,
Pois espalhou-se pelo meu ar e por todos os refrões.

Coitado garoto cresceu tão rápido e perdeu-se na bula
Explicações técnicas demais
De sentimento que nem sempre explica
Mas que faz joelho ralado ensinar

Da topada antes ignorada
Fazem sentido na Terra do Nunca
E a esperança precisa ser retomada
No constante giro do Planeta Terra

Pois sem ar não sei viver
E do que é bom, não quero mais me esconder.



Tenha um bom dia.



Leo




3 de jun. de 2013

O último sorriso da Terra do Nunca.

Para ouvir lendo:




Multidão de garotos gastaram dias construindo balões e espalhando estrelas cadentes por todo céu e delimitações da Terra do Nunca, pois houveram dias escuros e preocupantes e seu principal menino perdido encontrava-se ausente desde o último sorriso do despertar e mais do que contas atrasadas, isso era mesmo algo com que se preocupar.

Foram dias que andou abatido, cabisbaixo, soando poucas palavras e preferindo estar só, evitando contatos, diálogos e brincadeiras, como de costume nos dias de sol. Espelhos refletiam a causa, mas da sua boca não se via expressar nenhuma lógica matemática ou motivo previdente. Seus olhos abrigavam medo do mundo e penso ter sido isso que lhe impedia de abrir o coração e contar o que se passava, as vezes é duro dizer, explicar, só faz doer mais. Quem vê de fora, o filme parece muito mais simples do que para o roteirista que tenta encaixar palavras certas, argumentos, movimentos e continuidade. Foram deixando garoto calado, até perceber que no meio do feriado o céu deixou de brilhar e com isso, ficou impossível lhe encontrar.

O balões iam se espalhando por todos os pontos cardeais, via-se de longe imensidão iluminando a Terra do Nunca e a tristeza do garoto começou a minar o peito dos seus colegas, companheiros e amigos, pois desentendidos, sem questionar, acabaram-se afetados e trocando olhares de poucas palavras indagavam-se. O último sumiço de Peter teria sido causado por uma briga, essa que devo pular sem citar, para pouco relembrar erros do passado, mas garotos realmente erram muito. Somos seres apressados e ansiosos, logo ficamos confusos e espalhamos de forma errada as necessidades em suas seqüências. Eu sei, está difícil de entender, mas nós garotos as vezes maltratamos sem perceber, é a coisa mais tonta do mundo, porque gostamos, amamos e como baralho desorganizado, ficamos atrapalhados e cometemos mais erros ainda e o pior, o pior mesmo, é quando se percebe que é bem tarde para se reparar o que fez. Sinto nós apertados fazendo-se dentro da minha garganta a cada vez que enumero meus erros.

Exaustos da busca, foram acomodar suas colunas em colchões confortáveis, mas a pequena fada, aquela que vocês já conhecem, resolveu sair do casco. Essa que por hora teria só descansado, despreocupada aparentemente, saiu e foi tomar nota do que acontecera e que causara tantos balões no céu. Arrancou com velocidade pelo ar e chegou até o mais próximo Garoto Perdido e com sua doce voz irritante indagou-lhe:

- Que carnaval, que festival, que banal, que estabilização!

Ela demorava sempre para encontrar as palavras desejadas, dava voltas, mas encontrava-se próxima da última curva.

- Por que raios tantos balões, emoções e sentimentos espalhados pelo espaço? Nem é dia de festa e estão todos a voar feito loucos, pirados, escancarados por todos os lados!

Quanto mais falava, mais aproximava-se do Garoto, parecia mais estar a brigar do que questionar e assustado, logo veio com a resposta...

- Senhora Sino, como não sabe? não sente pelo ar a falta de ar mais leve que antes aqui rondava?

- Acho que aqui, só eu posso rodopiar com pensamentos e me enrolar antes de explicar para chegar no finalmente, por favor, seja concreto, reto e objetivo!

- Senhora Fada, Peter está sumido desde antes do último sorriso, deixou de responder mensagens, sinais e esclarecimentos, desligou as luzes e deixou-nos todos preocupados.

- Esse escarcéu todo é por causa do garoto mimado? Ficou chateado foi pensar e logo se armou esse circo? Já vi motivos maiores passarem batidos e agora vem dizendo que é isso?

- Senhora Sino, por favor repare na falta de estrelas do céu e como o ar tem se distanciado, temos medo do sorriso se perder e logo se encontrar com quem não deveria, só isso!

- Ah! Vá caçar o que fazer!

Estripulias e giros pelo ar marcaram a partida da brilhante fada, que seguiu torcendo o nariz, despreocupada com o objetivo dos balões. Sobrevoou incomodada, analisando a movimentação do começo da noite e aplicou fuga em caminho oposto. Vendo de fora parecia estar fugindo da situação, motivos deve ter, mas esse deixo para responder depois quando souber enfileirar palavras com mais precisão, fadas são complicadas demais.

Poucos sabiam, mas ambos teriam se distanciado e nem foi por briga, foi por tontura mesmo. Coisa de gente tonta que sabe pouco sobre a vida, que desliza sem motivo e depois tem orgulho de voltar atrás, de pedir perdão e de retomar de novos capítulos. Se brigas compensassem, ganharíamos dinheiro a cada grito, mas fora experiência e acumulo de tropeços, as rusgas só trazem novas rugas e o resto é balela da oposição, que quer ver corações tristes e separados. Acumularia melhor meu tempo passado se desse, pois olhar para trás e só poder fazer somas abstratas é pior que pesadelo que te faz acordar cansado. Esses dois eram craques em abandonar sorrisos para se aventurar e as luzes se apagavam cada vez mais e nem mesmo todos os balões da Terra do Nunca seriam capazes de possibilitar enxergar os sentimentos como eles realmente são.

E os dias foram passando, nem todos os balões continuaram com força e muitos abandonaram a busca. As luzes diminuíram e o cansaço era evidente, os garotos estavam esquecendo como era o sorriso, pois última alegria já fazia desaniversário descontente, que era para ser diferente, mas sem Peter, as coisas pareciam pela metade e a Fada dava o ar da graça nos crepúsculos, buscava gotas de orvalho, mirava os olhos nos balões, sussurrava e se resguardava, citando a quem percebia, que essa voltaria no dia seguinte, mais uma vez.

Você entende de tristeza? Como explicaria em desenho simples e de cores primárias seus sentimentos mais profundos e a falta que faz a luz em nossos dias? Esses que passam tão depressa, ontem vira antes de ontem com tanta voracidade que o medo só aumenta e de tal forma, foi assim que todos sentiram-se, depois que o logo ali virou passado e já acostumados, tocaram sem sorrisos a rotina, seus cursos, caminhos e afazeres.

E a fada apareceu novamente, regrada ao mesmo compromisso de horário pessoal dos dias anteriores e saiu para o mundo, mas dessa vez o choque foi diferente, pois já não haviam mais balões no céu e o corre-corre teria cessado, de ficar assustado, deixado de lado o tal Peter, que já fora Pan no último sorriso que compareceu e preencheu de azul imensidão de solidão inexistente da ótima paixão por estar vivo. De tocar o coração de qualquer ser, mesmo que esse seja o do nariz torcido, da voz estridente, que também foi capaz de achar falta de alegria naquele ar que estava carregado de tristeza, de dar moleza, de vontade de ficar embaixo das cobertas reclamando.

Com minúsculos nós imperceptíveis entrelaçados na garganta a Fada resolveu voar pela Terra do Nunca e isso te fazia pensar. Andar na rua a noite, ouvindo musica, faz relembrar muitas coisas e se for esperto, colocamos a frente os pensamentos bons, mas quando  o dia está cinza, esse faz dor na beirinha do coração. Ela percebia a falta de animo e que as cores estavam ficando fracas ao ponto de estarem desbotadas e questionava-se quantos sorrisos seriam necessários para criar coragem nesse povo.

Algumas pessoas se conhecem muito, mesmo estando distante, continuam a conhecer da mesma forma. A troca de olhar, de palavras alteradas, conviver é desvendar mistérios que resumem em movimentos que nem precisam de nomes e a fada sabia do sumiço e compreendia o motivo de tudo isso, mas de si escondia, porque era muito mais fácil assim, mas acho que a tristeza afetou-lhe e seus vôos pareciam abatidos e seu brilho estava pela metade.

Por instinto caminhou até o velho deck a beira dos montes e cachoeiras, onde havia enorme queda d’água que costumava passar por ali junto com seu grande amigo Peter Pan. Ali eles gritavam, contavam estrelas e decidiam como mudariam o mundo quando fosse a hora certa. Lá, sentou-se e encarou com tristeza aquela noite sem estrelas que começava a brotar. Lembrou de tantos sorrisos, que sem querer colocava riso no canto da boca e gotículas lacrimais brilhavam no canto do seu olho esquerdo, mas olhou para os lados, limpou-se. Saudade aperta tudo por dentro, mais que tênis novo ou roupa abaixo da numeração e já repararam que parece não ter concerto?

Sinto saudade da escola, da minha mãe e dos meus amigos que esqueceram o meu nome. Sinto saudade das bobagens e das férias de verão, dos dias na piscina, das rugas na pele de tanto aproveitar. Sinto saudade de descascar a pele depois de tomar sol sem protetor. Sinto saudade de sentir vergonha de dizer que estou morrendo de vergonha. Sinto tanta saudade, que deveriam inventar outra palavra para comprimir novos sentimentos derivados que conheci nessa última temporada. Tem gente como a fada que sente saudade e sabe guardar, ou transformar em passatempo, saídas esporádicas e amizades que logo se vão, só para os dias passarem, mas Peter, Peter era um menino tonto.

Sentada ali, pensava de chegar longe, de nem perceber mais onde estava, mas o silêncio foi quebrado com susto de arrepiar os pêlos do braço.

- Ei menina tonta, estou morrendo de saudade.

- tonto é você! Tonto é você mil vezes mais.

- Posso só ficar calado e te admirar sentada ai e me perder pensando em tudo que já passamos juntos por aqui?

- Cala boca, seu menino tonto!

Sorriso simultâneo colaborado por relógios que coincidiram forças e resolveram acertar-se logo ali, aplicando estrelas que surgiram em um piscar de olhos iluminando toda Terra do Nunca, fazendo o último sorriso se tornar o penúltimo, perdendo a vez por diversos que estariam por vir nas próximas horas.

- Podemos acertar as linhas e recomeçar do jeito certo?

- Você não sabe de nada mesmo, acha que sabe, mas não sabe de nada.

As idas precisam de motivos, mas as voltas, é melhor se aproveitar colorindo com balões e sorrisos junto das estrelas do céu. E mais nada.



Leo Fonseca

Bem vindo de volta sorriso da manhã



(dê o play e ouça lendo, veja se faz tanto sentido como fez para mim)



Apanhei sonhos da hora do almoço
Nem precisei rimar
Encantando-me ao observar
Estrelas caídas que voltavam para o ar

Estranhas situações pós desjejum matinal
Possibilitam organizar livros em fileiras
Desinteressantes aos que complicam as cores
Os títulos, autores e ficções

Situações aleatórias aos quais
Desejam explosões sentimentais
Enquanto contento-me com soneca
Pois lágrima só fez-me desperdiçar

Frações refratárias de corações partidos
Despedidos com “até logo” quase cinza
Espero que volte e te conto de tudo
E se sobrar sorriso, mantenho-me aguardar

A fada de todas as fadas
O amor de todos os amores
Do que quero para sempre
De felicidade subseqüente

Que vem para vida para somar
Guardar, acordar cedo
E ter por toda eternidade
Esse teu lindo sorriso para admirar.


Confuso, mas eu sinto saudade.



Leo.

20 de mai. de 2013

Catálogos da moda.


Partindo direto à distante constelação
Outros que ficam, encantados por longínqua prestação
Do nada a ver, por estabelecer só pequenas metas
Compenetrados com futilidades da estação

Decorou poemas e decifrou-se
Mas a cor verde lhe incomoda
Eis que para estar na moda
Isso é o que menos importa

Arremessei-me entretido em evoluir
E se nesse inverno sumir
Não lhe prometo volta, nem sorriso
Pois sei, que entender hoje

Seria eterno desperdício. 

19 de mai. de 2013

Luz que nunca apaga.


Hey Mãe,

Hoje pude me sentir perto do céu, sem asas pude voar e contornar o imenso infinito dos nossos corações, que já foram fardados, há tempos, por tal compreensão enganosa que diz que impossibilitaremos nossos dias de serem alegres, mas hoje, hoje eu pude voar. Descendo e subindo tão rápido quanto Capelo Gaivota, descobrindo na velocidade da luz sorrisos enormes das lágrimas que escorrem sinceras nos sentimentos mais profundos, guardados por essa rotina flamejante, seguidora de calendários no mesmo afinco do trabalhador que ordena suas contas e segue em dia, firme e lutador. Perceber o pulso em apertos de mão e abraços familiares, da saudade das conversas na porta do quarto e até dos momentos que imaginei juntos, mas os tento ilustrar de outra maneira, sem deixar que energia abaixe ou torne monotonia. Pois hoje eu pude voar.

Pois é, chegamos até aqui e já teremos que partir, designaram nova missão e precisamos espalhar sonhos por todas as partes. Ensinar a liberdade e ilustrar real felicidade, superficialmente explicada nas teorias filosóficas de quem passou mais tempo sentado vendo os dias passarem pela janela. Na locomotiva dos sentimentos aflitos que necessitam calma, só queria mesmo te contar, felicidade maior pode até haver, mas amar a gente aprende servindo e complementar o Verbo nos faz compreender pequena parcela do invisível e essencial, mas que já me garante riso por parte grande dessa tarde, de um dia especial, de uma fase especial, dessa linda vida que segue.

Deixo as saudades.

Leo Fonseca

15 de mai. de 2013

Arquiteto e eu.


Ajoelhei dialogando com O Arquiteto
Transcender energia pelo peito
Adquiri muito alem do que ar que respiro
Sintonizando o brilho das estrelas
Perdi-me por entre nuvens e sonhos lúcidos
Tocando a mão da capacidade de sobrevoar
Discorrendo necessidades, confabulando
Melhorias e adaptações cabíveis
Das paredes que me cabem
Pelo teto que nos cobre
Chuva amargura ou decadência do tédio
Chulos desapercebidos não encontram remédio
Organizaram outra prateleira
Mudaram a ordem e por isso
Pouco entendidos questionam até sua origem
Desacreditam no obvio e julgam ser muito espertos
Questionando até os bigodes da sabedoria
Mas choram quando suas mães esquecem de deixar suas chaves na portaria
E reclamam demais, por serem jovens que vão envelhecer
Aceitam com negativa as rugas
Desapercebidos, deixam para trás os conhecimentos futuros
Decoram bordões da TV
Mas nunca ajoelham para agradecer
Tristes refrões para te completar
Só deveria dizer...

Mas estamos todos prestes à enlouquecer

A. Tatsuo

12 de mai. de 2013

Feliz Dia das Mães.


Hey mãe,

Está tudo bem aqui, minha irmã se casou, se formou e ontem meu pai me ligou para dizer que um trabalho meu estava passando na televisão. A gente erra junto e aprende a se dar bem, conhecer um ao outro, compreender a convivência, a evolução do amor conjunto da nossa família. Essa que muda de rosto conforme as estações passam, mutável como as borboletas evoluindo dentro dos casulos e as rosas que desabrocham no lindo sol da primavera.

Olhar para trás, reviver momentos dentro do coração. Eternas são as alegrias passadas, revividas nas fotografias desbotadas e VHS guardadas no fundo do guarda-roupa. Das vezes que esquecia a toalha, ou das notas abaixo da media, sei só agora como era bom ter alguém para me cobrar, levantar minha moral e reerguer a capacidade de enfrentar o mundo sem medo. Esses gigantes não sabem de nada, lutam contra moinhos de vento e Dulcinéia se perdeu em prantos antes do último capitulo da novela.

Sinto falta do seu braço, do carinho de poucas palavras, do cheiro nessa casa, mas compreendo calmamente os passos da vida. Dos sorrisos de criança que adentraram o portão e gritam nossos nomes, trazendo cor e novidades, tão simples, sublimes, mas de conforto imenso. Indago o ciclo da vida por entender pouco, talvez sempre entenda pouco, mas que esse seja o necessário para sempre estar bem e só isso que importa, pois sabemos que estamos aqui para sermos felizes e o crédito vem como recompensa.

É de amor verdadeiro e cativante, de raposa que demonstra no trigo a importância de vive-lo dentro de nossas memórias. Amorosas e evolutivas, daquela que despende parte da vida por outra vida. Se doa e nem percebe, não dorme para me ver dormindo, queria poder ir alem, mas não posso, então lhe agradeço, por me ensinar andar, respirar, pensar e ser quem eu sou.

Estaremos sempre juntos.

Para Lirian Hiromi Arima Da Fonseca, minha mãe.


Leonardo Tatsuo Arima da Fonseca

11 de mai. de 2013

Desenho escrito.


Indaguei amor cobrando-lhe a rosa
Desfolhada, desmembrada de paixão que atravessou
Épocas passadas, ignoradas, ninguém se atentou
Redobrando duas horas para vida caber naquela prosa
Que deveria haver de ser exata
Menos idêntica a tal errata
Designada enganar com poucas falhas
Do amor partido friamente com o fio da navalha
Se houvesse como encolher, encolheria
Dentro dos meus sonhos, seus erros corrigiria
Voltaria na máquina que torna presente o passado
Gritaria tão alto e até garoto ficaria assustado
Completaria lacunas que hoje andam carentes
Trocaria por cores sorridentes
Alegres e vividas
Teria aos montes, com elas pagaria minhas dívidas
Aquelas atrasadas, das outras falhas
Da página que acaba de ser virada
Para vida não ficar parada
Ter continuidade
E possamos estar atentos as próximas oportunidades.

26 de abr. de 2013

Hiato


Das suplicas escaldadas e os ratos que passeiam a luz da lua, brilhante ao centro do céu, transpirando azul marinho e caminhando venho só, tentando observar ou subverter, respirar e sentir saudade. Analisando arredores vazios e tão completos, do terceiro expediente pós trabalho, alienando conversa trivial de corredor do shopping. Do trabalho, da faculdade, da falta de excentricidade do ser humano que veste a carapuça da normalidade ao vagar sonhos trocados por esses Senhores de Engenho modernos. Vejo cabeludos debatendo mudanças geopolíticas, mas mal sabem dobrar suas roupas ou estender no varal suas capacidades. Juntam aos socialistas de mesa de bar, de idéias pela metade, compreendidos que a maior aventura de suas vidas, foi sair durante a madrugada para comprar cigarro enquanto a brisa batia forte, ainda que escondido dos pais, assumindo a postura dos companheiros de camisetas vermelhas, complexados por programas esportivos da hora do almoço e estereotipados pela carência neurológica de mais um boçal alienado ao contrario.

Reparei na volta para casa, como tudo anda triste e antes fosse pela falta de super poderes de nós, estranhos seres humanos, mas por essa mania de copiar e colar que a era da informática incrustou em nossos estigmas, recalcando paradigmas modernos e ainda assim, impossibilitando conclusões completas. Tudo parecido, mas tudo pela metade! Opinião bairrista, descentralizada de política lida em folha de jornal opinativo, quase persuasivo. Critica o pobre marginalizado, discrimina, dita ser alienado o pobre coitado que ouve musica alta no fundo do ônibus. Ele  e suas roupas compradas pela internet, pois adora dizer que vivemos no país mais atrasado do mundo. Cita seus lemas em redes sociais e compartilha. Vive a criticar em empolgar-se durante debates de embriagados, mas custa-lhe o corpo, ajudar em casa e colocar seu próprio lixo para fora, esse que vai ser recolhido por aquele pré-julgado acima.

Caminhar na rua a noite faz pensar, o silêncio ajuda e o vazio complementa. Estamos nos alienando por todos os lados! É direita alienada e a esquerda alienada, parece ser verdade, mas é tudo de mentira. Estamos sendo manipulados por estranhos seres viciados em cédulas coloridas, que estão transformando os guerreiros de condomínio fechado em profissionais com dores nas costas, beberrões e fumadores de frases metafóricas enjoativas. Já não se fazem mais cabeludos como antigamente e triste é o fim dessa geração que segue os mandamentos de Warhol e pulam pedra sobre pedra, para atingir o seu emblema de estrela passageira, inspirando mais retardados a continuarem a camuflar a vida humana da maneira mais ridícula que podia se imaginar.

Sem querer mais ou menos, mas só o tanto que é necessário e que seja capaz de dividir igualmente, sem resquícios de fome ou tristeza. De pensamentos guiados pela luz das estrelas e as vezes a gente pensa que não pertence a tudo isso, os tortos caídos na frente do bar, atrasando o sorriso do filho que já foi dormir depois da novela, indagou demais, antes mesmo de aprender a soletrar saudade. Essa vida entediante de quem não reconhece o tédio, que vive nessa locomotiva estagnada, sem sonhos e sem mais nada.

Cada um é dono da sua Matrix e a minha necessita de um hiato. Por fim cheguei em casa e é isso que buscarei no silêncio. Das perguntas sem respostas, das mensagens no espelho. Vitrola que soa só, mas me faz pensar com mais calma. Todos nós precisamos crescer e perceber a quantidade de passos que estamos dando para trás todos os dias. Considere-se Eu, que Eu sou Você, caminhando só e analisando, que somos todos passíveis aos erros e evoluções necessárias.


Que essa venha antes do nascer do Sol.
Durma oito horas por dia.

Leo.

3 de abr. de 2013

Soluções simples para problemas que nunca existiram


Você me puxa e esqueci como se dança olhando para os seus olhos e me sentindo um garoto de quinze anos, mesmo com todas essas marcas do meu rosto, respirei dificultosamente, caminhei até o centro do salão, fechei os olhos e esqueci meu nome mais uma vez. Os pés flutuavam cada nota, sentindo as batidas do coração. É sentir-se vivo, pulsando ondas sonoras espalhadas nos sorrisos que se entregam, que dividem energia por todos os centímetros quadrados do ambiente. E só você tem esse poder, eu que agora preciso me entregar, assumindo que meia frase saída da sua boca, me faz tremer, mais do que um verbete inteiro e só você tem esse poder.

De mudar as ruas de lugar, de me fazer planejar, incentivar caminhar pela luz, possibilidades de melhoras. Me ensina a ser um pouco como você, só por essa noite e se te fizer feliz, caminho junto até a eternidade, somando estrelas nascidas no céu do inverno contrastante, esquecendo desse verão que me fez sentir tanta saudade. Prefiro só pensar nas vezes que me vai fazer cair no chão, dando risada, transformando homem em criança, mais uma vez de muitas vezes que pretendo nem contar.

Segura minha mão, abaixa sua cabeça e sente a música mais uma vez.

Escondido em mim cantava um monstro esquisito, triste esquecido, cantarolou e me visitou por noites tentando me entristecer. Falava para esquecer quem eu queria ser e que podia crescer. Segurava minhas capacidades, atormentava a tranqüilidade, dos passos dados, dos passos seguidos, dos desenhos que deveriam denotar, encaminhar o futuro, desconhecido até outro passo obscuro que me abateu de tristeza e fez acreditar que aqui, beleza já havia partido e questionar quem era esse que se instalou nos arredores da minha vida, colocando máscara sem cores em tudo, mas ele, ele não sabe de nada.

Mas hoje, vou esquecer disso tudo, por que já passou.

Sob meia luz da pista de dança das nossas vidas, te chamei para dançar de novo, aquecer os sonhos e sentir a leveza necessária e voar, por todos os cantos. Hoje não vou mais crescer e hoje, ninguém mais aqui vai crescer.

Leo.

27 de mar. de 2013

Quarta Feira


Descarto explicar minha rotina, devidamente, pois cabe as minhas ilustrações, essas de único dono, compreender tamanha complexidade dos guias de ruas que designo e rabisco os caminhos que escolho passar. Prefiro, logicamente, quando desde cedo entra sol pela janela do quarto e reflito sob a luz quente de começo de outono, já próximo a hora do almoço, batuco os móveis e animo a vizinhança, mas se te contasse, teria que trazer a maior banda de todos os tempos e essa cantaria seus grandes sucessos e seriam captados por nossos corações. Trêmulos, apaixonados, mas ainda indagados, pois depois do almoço tem passeio até o supermercado, completar lacunas incompletas do armário e visitar a entediante maneira de sair do tédio.

E assistimos a vida passar na fila do caixa, pagando as compras, deixando as contas, já pré-definidas pela lógica maneira de manter organizada em planilhas, faltar açúcar pro bolo e esse vira motivo, para dias depois retornamos aqui e fingimos fazer tempos que este estava sem visitas de monotonia. A vida é monótona. Tem quem busca caprichar seu enredo fazendo bondade, caridade planejada. Expresso sentimentos, mas as noites mal dormidas tornam mais densos os segundos do roteiro e de perto, percebe que teimar em conhecer, faz compreender que todos são iguais a você, sem espetáculo ou gritos eufóricos de uma platéia cega e surda.

Pior de tudo é que o tempo passa, ninguém se retrata e ele repassa. Percebi fios brancos crescendo e cem anos, até mesmo cem anos, passam muito rápidos, no suspiro, no respiro, no desencargo de consciência que permite voltar, as vezes, mas só de vez em quando. Pois é, parece de tédio ou pode ser mau humor, tanto faz. Previsões dizem que cairá chuva no meio da semana, prepare-se, para tirar os casacos do armário e esperar pela solidão de mais uma estação revisando defeitos e lembrando do que não deveria ter feito.

A culpa é do tempo do metrônomo, que conduziu errado esse soneto de compaixão e levou até ilusão as considerações descritas no rodapé. Das crianças que seguem descalças, levando a vida a pé e do pobre mendigo, que largou suas roupas no canto e vive a vida em marcha ré. Determinadas escolhas cabem a determinadas pessoas que as fazem, tem os que preferem a margem e outros mergulham bem fundo, de cabeça e sem medo do mundo e das colisões, dos arranhões e das motivações diferenciadas, equilibradas em potes de maionese vazios, como meu coração, sem emoção, que por hoje desistiu da canção, foi dormir reclamando, exclamando os dias que se foram, rimando a inutilidade desse novo sucesso e por ele expresso que dificilmente posso voltar e mudar, organizar passado que por pouco era presente, estava aqui consistente e eu tonto, deixei de novo passar.

Para todos os fins, só fuja do tédio.

E só.


Leo

25 de mar. de 2013

Outono e Venus


Enfileiramos escolhas assistindo ao pôr do sol e seus olhos brilhavam, entortando a cabeça para apoiar no meu ombro, falando sobre as sensações das manhãs de domingo. Quando coração bate por motivos alem da circulação, enquadrando na memória retratos significativos de passados presentes. Seus olhos flertam os meus, nem silabas precisam ser ditas, expressadas ou compactadas, pois o breve silêncio reluz nossos sentimentos tão bem.

Quando esse resolver partir, descobriremos o que é andar, como é crescer, como é dizer sem ter nada na cabeça para explicar depois. Nossa confusão mental impediu que assistíssemos ao final do dia e as pernas hiperativas descobriram novos caminhos e guiaram-se, estupidamente por vezes, mas o fizeram. A juventude explica ignorância, solidão e falta de humor nos decorrentes dias da semana que gostaria de dormir alem do programa esportivo da hora do almoço.

Por muito percebemos que estávamos errados e cometemos crimes hediondos, passando a vez para imaturidade, mas devo olhar somente para frente e abstrair esses retratos passados, tropeçar novidades e desencanar dos filmes da última sessão, se valesse a pena, sua ligação teria durado mais que trinta segundos e discorreria alem do trivial, mas já passou, tudo bem.

Nessa semana vou criar meus objetivos, focar nos sorrisos e aproveitar com chá bem quente todas as manhãs desse outono, que logo virá aos vinte e sete, recriando emoções para mais novas emoções.

Take it easy


Leo

12 de mar. de 2013

Hoje eu dormi com saudade


As tatuagens velhas denotam as passagens que se foram no fundo da gaveta, relembrando as janelas e os montes deixados nos quilômetros rodados de nossas vidas, com tão pouco entendimento, recordo cada “adeus” e lágrima que escorreu enquanto observava seu sorriso ficando para trás, os nossos últimos abraços e a esperança infinita que os próximos já estariam por vir. Mal sabia eu que seria capaz de acumular tanta saudade no meu coração, da dúvida, da incerteza. Eu que só queria encostar no seu rosto e dizer que fiz tudo errado, mas queria tanto organizar tudo de novo. Debruço sobre a mesa e apago tudo que escrevi, pois estaria longe do entendimento a ilustração feita para demonstrar a minha tristeza, por me sentir incapaz demais, fardado por essas paredes que comprimem as minhas asas e permitem apenas pensar muito em você.

Dos nossos bigodes, sobre a nossa Cecília e o Pedro correndo por toda casa. Fotos nos corredores e bolos de chocolate. Gritos e sorrisos, escorregões e ônibus verdes levando pela cidade toda alegria de nossa história, eu que sou campeão em me enganar, para dizer que está suavemente leve essa solidão proposital, pois em nenhum outro olhar ou conversa encontrei o sonho da minha vida que era ter você ao meu lado para sempre. Dos idiomas que não combinam e todos parecem estrangeiros, das loucuras, tão nossas quanto o nome que deram aos animais e aos nossos sonhos, tão nossos, que registrados, poderiam ser classificados como lúcidos e encantadores, tal qual a forma que fico perdido quando te assisto acordar.

Levanta o teu pé e parte para dança, encostando a sincronia dos corações voadores, valsando ao silêncio dentro do quarto, importando tão pouco com a velocidade do mundo, encontrando soluções práticas para todos os problemas, sabendo que se queimar o bolo, é só fazer um novo, mais gostoso que todas as vezes passadas, perdidas em bosques e andando de motocicletas invisíveis por todo espaço do Planeta Terra. Eu que acredito que somente os Astronautas são felizes, por estarem tão perto da Lua, do nosso São Jorge e fugindo bem dos dragões bafentos dos pesadelos profundos.

Queria explicar, mas nem eu sei entender.
Hoje eu dormi com saudade de você.


Leo