26 de dez. de 2008
E assim foi 2008 aqui em casa
19 de dez. de 2008
Drogados não tem coração
Maldito coração que bate no meu peito. Queria ter te esquecido, queria ter te vendido. Queria ter ido embora para um mundo que não existe sentimento. Lembrei tarde demais desse escudo que não funciona mais. Lembrei tarde demais que sou humano, que sou você, que sou como ele, que sou como qualquer um. Não queria ser assim. Queria sorrir a falsidade das coisas escrotas da vida. Queria ser escroto. Queria ser idiota. Queria ser tudo aquilo que realmente deveria ser. É confuso. É confuso demais, mas penso menos de hoje
Bebo e esqueço teu nome em alguma boca perdida. Envolvo-me em algum corpo sem nome. Estou pouco preocupado com os detalhes da vida essa noite. Quero só esquecer tudo e voltar limpo para casa. Mesmo que a minha cabeça gire mais de mil vezes antes de sentir dor de cabeça. Bebo água e ligo a TV. Acabo com a minha hiperatividade com algum programa de sábado de manhã. Alguma criança idiota deve apresentar as mesmas babaquices que me fizeram ser o que sou hoje. Vão ter vários bonecos como eu em um futuro próximo. Cuidado! A festa acabando e minhas pernas estarão cansadas. Será tanta dor que não serei capaz de dizer seu nome mais alguma vez.
Escondo dentro meu nariz, não sou inteligente. Sou um drogado disfarçado de bom moço. Sou um perdido bem educado. Sou mendigo de casa coberta e alguns pares de roupas normais para serem utilizadas no dia-a-dia. Não sou o garoto mais legal do mundo e tenho costumes diferentes dos que você vê em seus amigos. Mas não se preocupe! Não escrevo para você e muito menos para ninguém. Não se vanglorie, não é tão importante assim. Para aquele que somente lê e não usa do seu coração, não entende, passar despercebido e só conclui com uma idéia banal, todas essas palavras que vou acumulando no decorrer de todas essas linhas. Se os teus olhos se sentirem cansados, por favor, pare por aqui! Pois mesmo que não queira, vou dizendo e vou dizendo para mim mesmo. Não me importo com a sua falta de entendimento ou coisa parecida. Odeio me explicar e odeio dizer as coisas de maneira clara. Sou complexo!
Tyler Durden!
11 de dez. de 2008
Só mais um estudo.
Não utilizarei: eu, você, ele, ela, nós, alguém, não, sim, talvez, então, dele, dela e nenhuma possível variação no plural.
Tema: Tristeza (momentânea, passageira, derradeira, minha)
Saudade dói. Diria-te em voz alta todas as vezes que senti o aperto desse sentimento dentro do coração. Parece a dor de agulhas farpadas que adentrando a alma e jogam para baixo tudo aquilo que deveria estar de pé. Diversão vira marasmo e mar deixa de refrescar verão. Virou tédio e esqueceu-se de banhar criança feliz. Pulou onda e hoje pulo acontecimentos. Tento encontrar entre os prédios alguns sorrisos que já se foram. Estão em algum outro lugar, diferente desse, longe, perto. Ninguém realmente sabe.
Explica-me a tristeza Deus. Fala-me o sentido correto de sentir tudo isso. Essa confusão mental que adentra os meus pensamentos e só sai quando durmo. Quando tento esquecer daquilo que sempre vai estar ali. Dor permanente, dor sem cura, dor eterna. Vejo-te em todos os corredores dessa casa ainda. Nem que se façam tudo diferente durante o roteiro dessa vida que levo, estaria ali. O seu rosto.
Já me disseram que a gente aprende com tudo que acontece durante a vida. Realmente! Tudo tem um motivo, mas alguns motivos deveriam vir prontos de ser digeridos. Vindos de fabrica, no preparo inicial das almas. Pularia as aulas de terapia ocupacional para aproveitar os dias de sol e veria resultado em outros cursos. Mas faria de outra maneira tudo que fosse me ajudar neste momento.
Desenho teu rosto no espelho do banheiro. Uso o vapor que sai do banheiro quente e com a ponta dos dedos e me lembro de tudo que está guardado dentro de mim. Preferia viver mais e pensar menos, agitar mais os dias e ouvir grito seu pela casa. Xinga-me mãe, quantas vezes quiser. Fala de todas as minhas notas baixas e recrimina algum ato adolescente. Faz de novo e pode fazer quantas vezes quiser. Queria ter voz para combater essa vontade, mas preferia mil vezes agora estar chorando de culpa por toda revolta que já tive por idiotices na vida.
Molhe os meus pés onda, me trás sensações que deixei de sentir. Que me esqueci de sentir, que sonhei e vivi pouco. Adquiri grandes sonhos e escondi tudo que queria ter. Besteira minha, besteira jovem, besteira de todos os que preferem fazer do seu jeito e deixam de ouvir a voz que tem sempre a razão. Somos de realidades diferentes, mas somos daqui!
Queria ser poeta hoje e menos humano, menos quadrado e mais amoroso. Queria ser mais capaz e menos pensador. Queria pensar menos, pesar menos, esquecer mais. Queria mudar de nome na verdade, queria ser outra pessoa. Só queria ser por ser e mais nada, além disso. Explicar é para as pessoas pacientes e hoje só quero confundir.
Leonardo Fonseca
2 de dez. de 2008
Valsando sozinho
Eterno foi o seu sorriso, como é bom admirar essa extensão labial incrível! Fico preso, como um cachorro vendo o giro emocionante do frango na sua televisão enorme. De plasma e com alta definição de imagens, seu sorriso é maior que todo mar que eu já vi passar. Nessa minha vida de marinheiro sem mar, sem uniforme e diferente dos atores americanos. Talvez por ser um pouco alheio as coisas comuns, consegue ver nesse meu sorriso não tão gracioso, a graça do seu “boa noite”, mas juro que ainda tenho tanto medo de assistir esse programa e gostar demais.
Gostar é um esporte estranho e nem sempre compreendo muito bem as suas regras. Tem hora para começar e sem motivo algum, às vezes esse acaba. Como fim de campeonato sem time vencedor. Como se não tivesse uma taça para levantar no fim da temporada. Correu e cansou, mas não atingiu êxito, não tem o que contar para os amigos que te viram afastado do mundo. Treinou demais e não tem nem história para contar. Tem medo de lembrar e chorar no canto. Escondido de todos que condenam a sua tristeza. Se não chorar, tudo bem, o peito ainda está apertado demais para tentar em um próximo ano, se aventurar em mais um jogo qualquer. Está tão acostumado a perder que o congelou tudo por dentro de si.
Esse grito congelou tudo aqui dentro e parece estagnado esse tempo que não passa. Mesmice diária e assuntos repetidos. Não são tão sensuais e a não agrada muito continuar. A cerveja esquenta e os olhares se perdem em mesas próximas. Amanhã vai dizer que saiu com uma pessoa muito chata e que não quer ver até o verão do próximo ano bissexto. Acende um cigarro para falar menos, não está contente, não está feliz com aquilo que cerca o seu momento. Momento chato, cenas em câmera lenta. Queria ver em velocidade rápida, adiantando alguns capítulos só para ver logo o caminho de volta para casa. Provavelmente estará bêbado e caindo pelos cantos. Suas costas estão doloridas e quer esquecer todas as palavras que ouviu.
Mas vou contar um segredo em voz baixa, para só os mais interessados ouvirem. Não vou manchar a minha história com cores fora da moda de novo. Encontrei uma pessoa diferente no meio de todos esses rostos conhecidos. Encontrei um sorriso diferente, um caminho, uma vida, uma loucura e um monte de coisa nova que posso contar para todo mundo e sempre ter um assunto novo para agradar a roda de amigos. Cansei do futebol e cansei de todas essas festas com gente feia. Achei alguém para fazer minha noite virar dia e meu tédio parecer engraçado. Tropeço e vejo alguém rindo. Isso é motivo de felicidade e se aparecem várias palavras repetidas... Não ligue. Estou eufórico!
Sim! Ainda sei escrever, valsando sobre o teclado e falando tudo aquilo que está dentro de mim. Preso e esparramado. Como personagem gordo preguiçoso de filme besta. Daqueles que passam à tarde para agradar criança de férias. Mas vou deixando de cantar por aqui. Quieto e pronto para dormir, te ver em um sonho e talvez sonhar mais um pouco. Não é para entender, não é para pensar. É para ir bailando até a direção do seu próximo par. Navegue com as ondas e espere pelas novidades. Essa é a maneira mais eficaz de ver de perto essa pessoa que caminha dentro da minha cabeça tem uns dias.
Passar bem
Leonardo