20 de mai. de 2013

Catálogos da moda.


Partindo direto à distante constelação
Outros que ficam, encantados por longínqua prestação
Do nada a ver, por estabelecer só pequenas metas
Compenetrados com futilidades da estação

Decorou poemas e decifrou-se
Mas a cor verde lhe incomoda
Eis que para estar na moda
Isso é o que menos importa

Arremessei-me entretido em evoluir
E se nesse inverno sumir
Não lhe prometo volta, nem sorriso
Pois sei, que entender hoje

Seria eterno desperdício. 

19 de mai. de 2013

Luz que nunca apaga.


Hey Mãe,

Hoje pude me sentir perto do céu, sem asas pude voar e contornar o imenso infinito dos nossos corações, que já foram fardados, há tempos, por tal compreensão enganosa que diz que impossibilitaremos nossos dias de serem alegres, mas hoje, hoje eu pude voar. Descendo e subindo tão rápido quanto Capelo Gaivota, descobrindo na velocidade da luz sorrisos enormes das lágrimas que escorrem sinceras nos sentimentos mais profundos, guardados por essa rotina flamejante, seguidora de calendários no mesmo afinco do trabalhador que ordena suas contas e segue em dia, firme e lutador. Perceber o pulso em apertos de mão e abraços familiares, da saudade das conversas na porta do quarto e até dos momentos que imaginei juntos, mas os tento ilustrar de outra maneira, sem deixar que energia abaixe ou torne monotonia. Pois hoje eu pude voar.

Pois é, chegamos até aqui e já teremos que partir, designaram nova missão e precisamos espalhar sonhos por todas as partes. Ensinar a liberdade e ilustrar real felicidade, superficialmente explicada nas teorias filosóficas de quem passou mais tempo sentado vendo os dias passarem pela janela. Na locomotiva dos sentimentos aflitos que necessitam calma, só queria mesmo te contar, felicidade maior pode até haver, mas amar a gente aprende servindo e complementar o Verbo nos faz compreender pequena parcela do invisível e essencial, mas que já me garante riso por parte grande dessa tarde, de um dia especial, de uma fase especial, dessa linda vida que segue.

Deixo as saudades.

Leo Fonseca

15 de mai. de 2013

Arquiteto e eu.


Ajoelhei dialogando com O Arquiteto
Transcender energia pelo peito
Adquiri muito alem do que ar que respiro
Sintonizando o brilho das estrelas
Perdi-me por entre nuvens e sonhos lúcidos
Tocando a mão da capacidade de sobrevoar
Discorrendo necessidades, confabulando
Melhorias e adaptações cabíveis
Das paredes que me cabem
Pelo teto que nos cobre
Chuva amargura ou decadência do tédio
Chulos desapercebidos não encontram remédio
Organizaram outra prateleira
Mudaram a ordem e por isso
Pouco entendidos questionam até sua origem
Desacreditam no obvio e julgam ser muito espertos
Questionando até os bigodes da sabedoria
Mas choram quando suas mães esquecem de deixar suas chaves na portaria
E reclamam demais, por serem jovens que vão envelhecer
Aceitam com negativa as rugas
Desapercebidos, deixam para trás os conhecimentos futuros
Decoram bordões da TV
Mas nunca ajoelham para agradecer
Tristes refrões para te completar
Só deveria dizer...

Mas estamos todos prestes à enlouquecer

A. Tatsuo

12 de mai. de 2013

Feliz Dia das Mães.


Hey mãe,

Está tudo bem aqui, minha irmã se casou, se formou e ontem meu pai me ligou para dizer que um trabalho meu estava passando na televisão. A gente erra junto e aprende a se dar bem, conhecer um ao outro, compreender a convivência, a evolução do amor conjunto da nossa família. Essa que muda de rosto conforme as estações passam, mutável como as borboletas evoluindo dentro dos casulos e as rosas que desabrocham no lindo sol da primavera.

Olhar para trás, reviver momentos dentro do coração. Eternas são as alegrias passadas, revividas nas fotografias desbotadas e VHS guardadas no fundo do guarda-roupa. Das vezes que esquecia a toalha, ou das notas abaixo da media, sei só agora como era bom ter alguém para me cobrar, levantar minha moral e reerguer a capacidade de enfrentar o mundo sem medo. Esses gigantes não sabem de nada, lutam contra moinhos de vento e Dulcinéia se perdeu em prantos antes do último capitulo da novela.

Sinto falta do seu braço, do carinho de poucas palavras, do cheiro nessa casa, mas compreendo calmamente os passos da vida. Dos sorrisos de criança que adentraram o portão e gritam nossos nomes, trazendo cor e novidades, tão simples, sublimes, mas de conforto imenso. Indago o ciclo da vida por entender pouco, talvez sempre entenda pouco, mas que esse seja o necessário para sempre estar bem e só isso que importa, pois sabemos que estamos aqui para sermos felizes e o crédito vem como recompensa.

É de amor verdadeiro e cativante, de raposa que demonstra no trigo a importância de vive-lo dentro de nossas memórias. Amorosas e evolutivas, daquela que despende parte da vida por outra vida. Se doa e nem percebe, não dorme para me ver dormindo, queria poder ir alem, mas não posso, então lhe agradeço, por me ensinar andar, respirar, pensar e ser quem eu sou.

Estaremos sempre juntos.

Para Lirian Hiromi Arima Da Fonseca, minha mãe.


Leonardo Tatsuo Arima da Fonseca

11 de mai. de 2013

Desenho escrito.


Indaguei amor cobrando-lhe a rosa
Desfolhada, desmembrada de paixão que atravessou
Épocas passadas, ignoradas, ninguém se atentou
Redobrando duas horas para vida caber naquela prosa
Que deveria haver de ser exata
Menos idêntica a tal errata
Designada enganar com poucas falhas
Do amor partido friamente com o fio da navalha
Se houvesse como encolher, encolheria
Dentro dos meus sonhos, seus erros corrigiria
Voltaria na máquina que torna presente o passado
Gritaria tão alto e até garoto ficaria assustado
Completaria lacunas que hoje andam carentes
Trocaria por cores sorridentes
Alegres e vividas
Teria aos montes, com elas pagaria minhas dívidas
Aquelas atrasadas, das outras falhas
Da página que acaba de ser virada
Para vida não ficar parada
Ter continuidade
E possamos estar atentos as próximas oportunidades.