28 de mar. de 2010

#semgramas - Preciso tirar dez na próxima chamada oral

Hoje tem aluna nova na sala! Rolou boato no corredor antes do começo da aula, é amiga de não sei quem, prima de um garoto da sala do lado. Eles se mudaram para cidade tem pouco tempo. Deve ser mais uma daquelas que vem de São Paulo se achando por demais. Lá tem tanta coisa nova que aqui parece tudo velharia. Reclamam de tudo! Mas de tudo mesmo! Do nosso ar limpinho e até mesmo dos tons de verdes que estão espalhados por aí! Não sabe de nada! Aliás! Até acha que sabe, mas no fundo, nem sabe muita coisa não. Assistiu na TV, decorou da internet e acha que isso já o suficiente para ser interessante para um papinho besta. Tomara que ela se sente bem longe de mim, não quero ser obrigado a conhecer essa aberração. Deve ter cara de esponja, cheia de espinha, parecendo um maracujá velho. Gorda, fedida! Nem deve curtir muito tomar banho! Esponja só na cara mesmo, por que no banho ela pula essa parte. Gasta água a toa, observa e sente-a caindo e fugindo pelo ralo, mas por que não foi junto ao invés de vir parar aqui? Não bastava vir morar por perto, tinha mesmo que cair na minha sala? Provavelmente ela falta alto! A professora vai detestar e vai reprovar essa menina, quero só ver...

A porta se abre, não por inteiro, meio de leve, tímida
A porta desperta a curiosidade daqueles que esperam ansiosamente o artilheiro converter essa penalidade máxima...

Preparou
Correu
Bateu e...

Olhos castanhos claro, cabelo escuro. Alta! Nariz com a ponta fina e de leve um lápis emoldurando seu olhar. Linda! Campeã do concurso de beleza que acabará de ocorrer dentro do meu coração! Maravilhosa! Vencedora do grande prêmio da corrida pelo amor da minha vida!

Apontou para um lado, andou, apontou para o outro, cumprimentou as meninas, deu um sorriso para um garoto e veio se sentar atrás de mim. Colocou seu caderno novo sobre a mesa e a professora logo pediu para que todos dessem as boas vindas para forasteira. Não acredito mais em dragões e até acho que o mundo nunca vai acabar. Repito mil vezes essa vida só para ver por mais mil vezes a minha língua sendo mordida com tanta força. Repito por mais mil e duas vezes essa vida só para reparar no seu rosto pela primeira vez, como se sempre fosse à primeira vez. Sentado no banco da praça, de frente a igreja azul do centro. Ela não falaria comigo! Passaria reto. Muito provável que namore um daqueles trogloditas de academia, malham e falam só sobre comida sem gosto. Aqui no alto da minha altura ninguém me avista! Se precipita e logo avista aquele que está atrás. Passa reto por mim!

Não vou me envergonhar!

Enfileirei todos os meus lápis de cor sobre a carteira, mostrei meus mais preciosos bens e respondi todas as perguntas que a professora fazia para sala. Pensei em fazer um cartaz e esticar no quadro-negro...

Ei menina! Me olha aqui!!”

Quase coloquei um retrovisor no meu estojo para perceber os seus movimentos. Faz uma cara muito gostosa quando sente graça da vida. Desencanei de todos os problemas e a crise logo passou. Paguei minhas contas, arrumei um emprego e estou acordando mais cedo na tentativa, que acho muito válida, de te ter mais perto do meu coração!

O Sinal tocou e é hora de caminhar até a minha casa. Chutando as pedras do caminho de terra percebi que me seguia. Sorte do destino, sorte do menino, como posso ter tanta sorte assim em um dia só? Mas como faria? Ela não vai me responder! Até vou andar mais rápido, não quero que ela perceba que tenho tanta vergonha de dizer duas letras e meu nome depois! Estava tremendo tanto que não controlei direito os meus passos e cai no chão, me esparramei tão feio, mas tão feio, que para ser pior só rasgando minha calça na direção das minhas nádegas e isso aconteceu!

Enquanto o mundo acabava e parava de girar na sua rotação correta

Enquanto tudo parecia tão chato e igual

Enquanto tudo parecia só desastre


Deu dois passos mais rápidos e encostou em minha mão, levou até a sua nuca e perguntou se precisava de ajuda para viver essa vida tão cinza.

Perguntou se realmente achava certo o meu jeito de pensar. Fixado em um mural de idéias limitadas, percebi o quão é bom se achar errado quando se encontra um motivo novo para ver o certo.

Não correção, não há nada certo, não tem definição para o que se sente ali quando está perto.

Quando está por perto... prefiro nem ouvir!
Quando está por perto... gosto tanto de só sentir!


E é o mundo que vem girando e nem sempre explicando

Ei menina! Você vem sempre aqui?


Leonardo

pra você.

26 de mar. de 2010

#codigosecreto - Foi assim que os Garotos Perdidos se encontraram!

Somos bem pagos para sentir preguiça de viver a sequência básica de golpes inevitáveis que machucam o coração. Esquece do medo de envelhecer e deixa tudo passar, esqueceu de aproveitar. Acordei cedo hoje e fiquei me analisando no espelho procurando por todas essas rugas que estão para nascer nos próximos invernos, no verão eu me torro de sol e não percebo tanto. Fiz a barba ontem e já está pinicando. Os lobos saem para caçar logo cedo, mergulhados na responsabilidade de trazer a paz aos seus descendentes, sem maltratar qualquer individuo, usando da violência somente para se proteger. Deus te fez sem voz e não pode questionar os problemas do mundo, o desencantamento com as coisas que estão logo ali, não me explica! Porque sempre que ouço teu ponto de vista, dói meu coração e desisto de pensar. Prefiro ficar calado, falando sozinho, cantando as músicas, fazendo a bateria no banco do ônibus, passando pela Avenida Santo Amaro, cruzando até o supermercado. Desço andando até a Califórnia e cumprimento cara, sem pudor algum.

Preciso acordar cedo e avisar Ícaro que suas asas vão derreter com esse calor da hora do almoço! Corri até o ônibus e já senti a quentura da manhã do aquecimento do mundo. Acho que deveríamos aproveitar mais tempo na praia, mas é complicado demais. Quero te amar e para isso, as férias precisam ficar para depois. Desculpe-me! Tenho vergonha de dançar na frente da sua família, você não acha que é cedo demais para conversar sobre esse papo estranho de responsabilidade? Incoerência meu filho! Estica, aperta com os dedos e puxa um pouco com a boca, enrola. Puxa mais um pouco, segura as pontas e espalha utilizando o atrito do polegar com o indicador. Os dois estão namorando a praticamente vinte e três anos, mas nunca conseguiram de vias, realizar o ato, se beijam em encontros sórdidos, mas quando acontece, até acaba rolando um carinho entre eles. Penso que são grandes amigos, ou sei lá! Mas são SÓ Amigos, Minha filha! Só isso! Apesar de que é pura nomeação. Só acho estranho quando meu coração parece estar ligado numa tomada, batendo ritmado com outro som. Chato por vezes, mas escuto uma voz e logo se alivia. Energia flutuante do cosmo que leva sem saber para qual direção, igual internet sem-fio de café, mas sem ter que identificar através de um código de barras que nem te apresenta direito. Fala:

“oi, meu nome é Gustavo e gosto de estar aqui, não ligo se tem pessoas estranhas e que nem todo mundo pensa igual a mim, mas eu gosto mesmo assim de viver nesse calor.”


Diz-me que sonhando com você tudo vai estar melhor quando amanhecer, que não vou sentir vontade ficar acordado pensando e medindo os centímetros do teto do meu quarto. Diz-me que estando perto de você o tempo vai parar?! Só um pouquinho, não precisa segurar! Nem pretendo voar! Prefiro o sustento dos dois pés no chão. Ando por aí, compro algo para comer e está tudo bem! Vai estar tudo bem, sei que vai estar. Enquanto contava uma história, aquela que já foi uma menina olhou pela janela e enxergou um coelho na lua, ele estava tão poderoso ali naquela cena enquadrada. Toda atenção só para ele. Passa a menina bonita, decoro com os olhos e enrosco meu pescoço. Viro-o em cento e oitenta graus. Sem loucura! Só por curiosidade! Nunca se sabe à hora certa de se apaixonar, por isso, só quero que goste de mim por enquanto, pareço travesso, mas é só preguiça de violentar essa vida calma que gosto de ter. Habituei e fiz fazer sentido o calor das camisas sujas no final de uma quarta cheia de coisas para contar. Depois do décimo sétimo dia, o seu coração vai agradecer!

Aqui está demarcado o momento que a vida começa girar como uma vitrola nova que comprei agulha de cristal e vários amplificadores valvulados. Sem roadies para levar os meus instrumentos, sozinho monto o palco e grito, com força e sentimento. Sem razão, porque essa eu nunca quero ter, mantenho-me em linha reta e faço o que for necessário para necessitar mais ainda, me obrigando a respirar com calma na subida do cemitério. Mas dali para casa é só alívio, estou tão perto de casa e com Deus encontro alguém legal para conversar.


Que não falte luz e inspiração
Vai ser difícil
Vai ser complicado


Mas não custa tentar!



Leonardo.

15 de mar. de 2010

#palhapura - Resumo de qualquer idéia

O Raphael reparou comigo uma cabeça loira ali, ele sabia que era você e me contou logo na hora, mas quando olhei direito, não era você! Seu nariz é diferente, eu nunca consigo me esquecer do seu nariz se contorcendo e fazendo a cara mais engraçada do mundo. A cura perfeita para toda falta de risada em um dia, com certeza muito melhor que esses filmes baratos que baixo e assisto em qualidade baixa. Fumo a primeira palha e me contento com a doidera que nem é tão doida assim! Estranho! A sorte rema o barco para o leste do lago, quando encontrar a borda, caminho pelo raso da água e agradeço por te encontrando logo ali. Enquanto a família tocava a segunda ou terceira música do show, desci para ver. Mente aquecida e audição aguçada - Era você mesmo! Parabéns pelo poder que tem em mãos, parar todas as baterias de relógio do mundo ao mesmo tempo, não sei com quem aprendeu, mas sempre muito eficiente! Realmente parabéns! Calor! Sinto tanto calor, temperatura adentrando terceiro, no ato simples de receber um abraço e esticar um sorriso. Dança um reggae comigo e volta com os pés sujos para casa. Aqui ninguém se importa, todos meus amigos são simples também. Nem vou tentar jogar na loteria nessa vida, gasto meus trocados me divertindo em um canto. Relembrando tardes de outonos passados com amigos que perdi contato. Lembra-me de tudo que vivi e continuo vivendo sem querer. A lógica não compreende muito bem a alegria da vida. Ela ri sozinha quando contraria, ela chora sozinha quando contrariada. Chorei sozinho por duas noites e pensei em muitas besteiras, estava vazia a casa e logo o demônio veio tomar um café, para conhecer de perto aquele que nem viveu e já amargura com tanta raiva o ar que está respirando. Coitado! Mais uma vez achou demais e foi enganado, por bem, Deus foi mais ligeiro e lhe trouxe solução. Se fosse equação não daria tão certo assim.

Cheguei tão bêbado que nem percebi que pulei sem roupa na piscina, prédio todo aplaudiu. Faz tempo que sou campeão nato de nado sincronizado, pelado e em alto mar. Seu Francisco brigou comigo no clube, mas ele não sabe de nada nessa vida. Casou-se tão cedo e não conheceu nem ao menos um estado. Estado de espírito, estado da mente, estado avançado, pensando muito mais rápido que o lápis, tropeça e quebra a ponta. Por isso prefiro canetas coloridas. Escondo no fundo do meu estojo algumas drogas que gosto em particular, meia dúzia de idéias furadas e uma borracha para apagar o que não precisa. O que saiu errado e precisa ser corrigido. Duas meninas me visitaram no último verão e logo me enjoei, fui para praia e voltei bem queimado de sol. Encostei a bicicleta no canto da garagem e me dediquei a pensar sozinho, andando, caminhando e correndo quando o pique leva mais longe. Vou pensando e correndo, correndo e pensando. Não muito diferente do normal, muito diferente e anormal. Incrível é se achar na responsabilidade eterna de estar vivendo uma vida cheia de nexo e rotineira, esquecendo de melhorar e parando no meio do caminho com o peso da barriga que deixa as costas doloridas. Coloque um Salompas, coloca um emplasto Sabiá, sei lá! Resolve a sua dor e depois deixa alguns trocados para inteirar a próxima cachaça.

O mundo vai acabar mesmo, pra que vou me preocupar com essa tal acentuação e regra? Meu coração é teu por essa noite e acho deveria aproveitar o máximo que puder. Trouxe um pote pra guardar um pedaço se quiser. Amanhã preciso estar em casa antes que meu pai acorde! Não estou lucrando o tanto que o mundo desejava para o momento, mas estou dando um jeito, não se preocupe, o mundo vai acabar mesmo! Esqueceu-se de separar o lixo, esqueceu de respeitar a vida colocando para dentro do estomago e comemorando todas as futilidades toscas que inventaram para o seu tempo passar. E realmente parece que o tempo passa mais tranqüilo quando a cabeça está no ar. No próximo apocalipse quero uma garrafa gelada de vodka, suco de laranja e um copo para misturar. Acordo de porre ou no inferno, ou talvez nem saiba. O mundo vai acabar, não escovou direito os seus dentes e agora seu sorriso é de mentira, bem que parece real, mas seu crachá de idiota já me explica muito bem o que posso conhecer se balançar suas mãos.

Guilherme nasceu normal, tirando sua cabeça que sempre esteve acima dos padrões. Tirando suas orelhas que pareciam antenas gigantescas. Desde a primeira ida ao colégio foi tirado de alguma coisa. Nenhuma menina falava “oi” para ele e isso te deixou com tanta raiva que logo rasgou tuas roupas quando conquistou o décimo terceiro aniversário. Ganhou nome de menina e foi morar em Barcelona. Lá ele vende a vida como se fosse uma porção de lucro sem fim, sua mesmice, sua idiotice, deixou-se enganar e partiu para o caminho contrário da paz. Encontrou no lucro a maior forma de esconder sua tristeza, escondeu ganhando notas de papel para logo perceber que seu pai acaba de morrer sob escombros do hotel que conquistou depois de uma vida tão corrida que não tinha nem tempo de ver sua mulher sem roupa. Deixava para o vizinho que logo ganhou seu coração e deu um irmão para Guilherme, ou coisa que o valha.

Droga! Tão nova e já se vendeu para o mundo perdido. Subi no morro mas não tinha mais. Tinham notícias que cerca de quatro toneladas haviam sido incineradas horas atrás e ninguém estava perto para sentir a loucura de tabela. Gastaram seu tempo com mais um motivo criado por eles mesmos. Gastaram tempo fazendo a vida parecer menos um teatro de sangue e ossos. Estou sem dinheiro para comprar leite para os meus filhos, me faltam trocados, me faltam vários centavos. Mesmo com tão pouco, fizeram questão de levar meu “porta moedas”. Faltou educação, faltou incentivo, faltou patrocínio da vida pública, do hospital sem leite e da falta de respeito quando se tem menos do que falam que é o necessário para continuar respirando. Eu que sei tão pouco, assisto essa comédia de drogados. Viciaram o policial e mandaram-no passar a mão no saco de moleque que anda mal vestido por Santo Amaro. Não educação e ainda gostam de ver pinto de menino novo. Esse mundo é mesmo uma loucura.


Se não é tudo coincidência

Quero é mais é que se foda então!


Leonardo.

5 de mar. de 2010

#felizanonovo - Feliz ano novo

Veio a primeira onda e pulei, na segunda resolvi mergulhar e te soltei sem querer. Desculpa-me, o mar te puxou tão rápido, que deve ter acordado na África, esquentando peito de algum anônimo africano. Perdido de frente ao oceano, tentando imaginar e ver além daquilo que a curva do mundo pode mostrar. Logo ali parece que tudo acaba, mas dizem que tem correnteza para o outro lado. Passando o tempo esperando o terremoto que possa tirar do eixo o prédio onde vivo. Acordei em choque e só assim percebi que meu coração estava a sete palmos do chão. Foi no jardim que coloquei, achei que seria bem mais fácil encontrar quando precisasse novamente, mas perdi o mapa. Bebi uma garrafa inteira de vodka vendo o dia passar e não encontrando lógica. Estava errado! Coração não pode parar de bater, meus braços não podem parar de remar, a maré me leva até onde não dá pé e para quem tem pouca altura fica complicado. Apalpei com os pés e estava tão macia. Acordei antes da galera do colégio e calculei melhor as contas antigas, estavam tão empoeiradas. Meu mundo ficou parado por um tempo e a simples solução foi acordar.

Na terceira semana de maio me perdi pelo mediterrâneo, conheci dois gregos e um maranhense, não falavam a minha língua, mas tentei manter uma amizade enquanto o convívio permanecia. Filho de pai separado, sua mãe partiu para o noroeste e levou consigo sua irmã mais nova. Gregos fugindo de turcos armados. Todos corriam e viam suas casas em chamas. Crianças choravam tão alto que os mais velhos morriam com dores fortes nos ouvidos. Afoguei-me em dois litros de lágrimas só de ouvir o conto furado. Deixado, foi beber e esqueceu a carteira em cima do balcão. Comeram a menina da sala ao lado e colocaram a culpa nele, estava sem documento e decidiram que ele seria o pai. Assumiria tudo! Berço, cama e estudos até o fim da terceira geração. Quando for avô descansará e nem assim vai entender muito bem do que passou. Tomou dois calmantes e o coração enfim parou de bater. Cada ano que passa os produtos ficam mais caros. Recheados de “ridicularidades” tão parecidas com as do ano passado, do ano retrasado e de tudo que já foi e vai continuar sendo. O par de pilhas vale uma bateria de carro, vale o esforço de três dias de trabalho. Corado de sol e não vi o mar. Corado de sol e não tive férias. Descansou só aos finais de semana, assando a vida, falando de cerveja e sem mulher para amar quando estiver pilhado.

Desencanei do futebol na terceira vez que tive que comprar chuteiras novas. Já dava para pagar entrada de shows de rock e valia muito mais a pena voltar para casa suado depois de rodar, girar, virar o mundo de ponta cabeça. Dançando adolescente, dançando criança. Girava, girava. O tempo passou e não passei no vestibular, não passei em primeiro lugar entre os queridos do colégio. Por onde estive ninguém sabe. Lembram da roupa que usava no dia do sumiço. Procurei um remédio para dormir, mas só conseguia querer ficar acordado, cansado. Pensei, pensei e não quis deixar de lado aquilo que prendia meu pé na mesa da cozinha. Fazendo lição repetida, as mesmas que já tinham sido feitas nas férias de inverno de noventa e seis. Enquanto passava olimpíada na televisão, ganhei duas medalhas e deixei currículos pelo caminho, passei o bastão e quase tinha desistido. Corri e percebi que agüentava mais um pouco, continuei correndo e percebi quanto é simples permanecer. Permanecer respirando, permanecer querendo, permanecer correndo, permanecer o ser que está aqui e falante, cantante, continua a permanecer. Em dúvida da exatidão, sem contas regradas, sem normas por cumprir. Falhei e percebi. Dormir fica para quem puder acordar com os olhos arregalados, quero ver essa onda passar e minha prancha encostar-se à ponta, remo e alcanço. Encaixo a posição correta e forço meus joelhos. Desço rasgando e levando comigo a onda do mar.

É só fazer...


É só fazer...


Leonardo