6 de jul. de 2011

#CONTO - Asteróide e caixas de fósforo queimadas.

Estranho Asteróide 25, menos gritos pelas ruas, comportado e quieto. Olhando pra frente e só pra frente. Sem poesia, anarquizando o mínimo para estabelecer mais tempo para outras funções tradicionais desse pequeno pedaço de espaço perdido no lugar errado. Redundante e remando caminhos complexos e obscuros. Sei que é triste identificar logo de cara algo tão pesado, mas em primeira estância, é o que vem a florir as frases dessa descrição lúcida. Estudado pela NASA, numerólogos e cartomantes renomadas. Dizem muito sobre a mística das teorias inventadas por Leonardo Fonseca, ou por alguém ai que quiser dar o nome pra chamada. Asteróides assim vivem em rota de colisão. Entre estrelas e a solidão. Soldados expulsaram todas as vidas espertas do pequeno espaço, mas esqueceram um grande tesouro ali dentro e com força de vontade, precisariam mandar um bom especialista para trazê-lo para o Planeta Terra e largar de vez pelo universo esse Asteróide doidão. 25 criou missão dedicada, interpretando da sua forma que paralisa e deixa burro, inconstante e até cruel. São dúvidas gritadas para o espaço e não respondidas pelo Eco. As palavras ficam espalhadas em labirintos de vídeo-game, Pac-Man e coisas de Nerds da geração passada, que hoje habitam outros territórios, indiferentes nessa parte da história. Encontrar esse tesouro seria uma missão bem complicada.

Muitos se inscreveram quando os órgãos responsáveis proclamaram a necessidade de recrutas aptos para voar bem alto, para o desconhecido. Disseram em Nota Oficial que no mínimo deveriam ter muita coragem. Crédito também para aqueles libertos de amarras e pensamentos fixos, recrutas desprendidos. Ágeis em conversar e espalhar boas ideias. Nem sempre as melhores ideias, mas pronto para debater e encontrar uma solução justa para tudo sempre. Aborrecimentos acontecerão, então, ele deve ser tranquilo, respirador.

- ouvi minha voz perdida no tempo, pouco captado. Simplificado em termos simples. Explicando em gestos que o belo é ser simples, ser tão leve. Julgador somente dos próprios atos. Observando de olhos fechados o coração, cantando pra dentro alguma canção que acalme, que faça bem. Que não faça nada além da alegria. O movimento coletivo faz mais efeito quando esse sorri. Quando esse caminha junto, empolga e motiva com o desprendimento das amarras chatas dos vícios dessa vida. Se for pelo bem, vale duas vezes mais a pena. Mantenha o respeito sob o silencio e o compreenda sem usar de vozes da sua mente. Elas gritam demais e é só respirar.

Buscando o infinito dessa jornada, antes debatidos em rodas de chá, agora o bem do mundo depende do mistério do tesouro. Capturado em terras desconhecidas, abandonadas, completadas por novidades em fase de construção. Alicerce constante da evolução necessária para prosseguimento da nossa elevação. Para isso escolheram um Astronauta, embarcado em um foguete amarelo, depois do almoço. Durante o programa de esporte, que foi interrompido para todas as televisões mostrarem a mesma cena. O foguete cor de gema subindo e cortando levemente todas as nuvens atrevidas do caminho. Desenhava os oceanos e os continentes, americano, oriente, ocidente, Oceania e o Paquistão misturado com a orelha de coelho. Ao desaparecer das linhas terráqueas, as transmissões voltaram ao normal.

O Marujo estelar subia sozinho, respirando lentamente para subverter o nervosismo, estendendo a mão, buscando energia. De olhos fechados, concentrado em estar vivo. Estufou o peito e concentrou-se em três puxadas de ar. A primeira foi bem forte, puxou o máximo de oxigênio que seu pulmão permitia e segurou. Soltou o ar só depois de cinco segundos contados por ele mesmo. Na segunda vez, não deu tempo de pensar, uma explosão fez a respiração entrar em segundo plano. Tudo voou pelos ares.

De braços abertos pelo universo, remando como se fossem ondas do mar. Gigantes como do litoral norte, de braçadas curtas. Desacordado. Flutuava entre as estrelas maiores, Ursa Polar e constelações aleatórias. Todas as vezes que encontro as Três Marias, peço por você aqui e um pouco mais de sorte nessa vida. Flutuar e não estar morto é sinal de sorte e a sorte vem em carreto firme para quem é de percepção forte. Seu corpo boiava, mas ao abrir os olhos, sentiu-se deitado, ergueu o pescoço se encontrou no Asteróide 25. Vestido com uma camiseta branca e uma bermuda preta. Esqueci de descrever o menino, ele é normal igual a você! Tem cabelo, rosto e cotovelo, tem pensamentos e até torce por algum time. Abstrai algumas loucuras do mundo e sempre está de bem com tudo. Ele é você quando está tudo bem. Quando os problemas parecem só lombadas e não muros na rodovia. Fazem parte do Processo todas as explosões e rupturas na espaço-nave.

Fielmente a maturidade me engana, o lado adulto do mundo continua assustando as linhas das minhas conversas internas, dizendo sobre coisas que me assustavam muito quando mais novo e que agora vejo no meu Asteróide desmitificar esse tesouro e encontrar a salvação de várias coisas interessantes. O interessante se perdeu, seus cabelos caem e o sorriso some. Deveria dizer que está errado, mas sua voz que deve cantar em seu ouvido sempre, antes de qualquer termo fixo que torture longamente. Espere em silêncio tudo se acalmar, concentrado na positividade, cremos com esperança que o estado evolutivo permita perceber as nossas capacidades. Largando o vazio, completando com endorfina e noites bem dormidas, ataques viscerais em sonhos gostosos de lembrar quando acordar.

Acredito na evolução do ser humano para continuidade tranquila do Mundo onde vivemos. A Evolução é o nosso maior tesouro nessa geração. Pensamos, gostamos, desejamos e temos opções diferentes. Cantos, quadros, pintores e designers, todos espalhados por cantos que antigamente só víamos em livros e hoje descobrimos em cliques e acesso simultâneo a quantas informações você quiser, necessitar, ou só pra matar a curiosidade, temos ainda opções ainda mais rápidas. Creio na percepção, creio no pensamento, na coletividade, no desempenho positivo para conquistas maiores do que as cifras e superávits financeiros. Vida além do capital e da necessidade eterna de comprar ou falar sobre. Da vida vivida, sentida, amada. Abraços e carinhos, sentir a vida. Pessoas falando alto e poucos se aborrecendo, respeitar os momentos felizes. Respeitar os momentos de tristeza também, fazendo deles, momentos de aprendizado e coligações internas que preparam o ser através de certas marcas deixadas pelo tempo. E o Tempo? O Tempo não sabe de nada! Faremos pelo agora que vivemos e isso já considerado ótimo pelos cientistas.

Enquanto o Asteróide percorre o espaço, descubro por aqui alguns tesouros. Guardo e aprendo o que for suficiente, se vim até aqui, foi só por esse motivo. Queria ver o Planeta Terra mais de perto, sentir e viver grudado.

...por você


Leonardo Fonseca