29 de jul. de 2010

#20g - Aos Sem Jeito, sem considerações extras.

Respira, respira de novo. Só mais uma vez, não fica sem ar! Desliza, vem que já é hora. Vem que já deseja. Respira mais um pouco. Oxigênio no pulmão. Continue respirando. Puxe todo ar que for possível com nariz, como um tiro de encher os pulmões. Amortece os dentes e deixa o bico grande. Já é hora. Já é hora. Se doer me perdoe, sou estabanado de nascença e cresci sem jeito. E de que jeito? De que jeito que faz? me ensina.

Desenhei teu corpo com os olhos

Respirei

Como se fosse nota musical

Dedilhei

Seu corpo, meu corpo, seu corpo

Respirei

Sem cantar pelos cantos, mantenho o silêncio operante

Preservo sorriso

...
não tarda, sei que não tarda










Tentação.



Leo Fonseca

25 de jul. de 2010

#20g - Compromissos de Meio de Ano

Querida Mãe,

Dois mil e dez já virou metade, ficaram seis meses para trás e agora sinto forte o cheiro do ano que vem e já começo a programar meu relógio para despertar na hora certa. Escovei os dentes quando levantei e me alimento bem. Fui procurar um pedaço de bolo hoje, mas não encontrei, pensei com muita força que te queria ali, mesmo que nem me percebesse, estaria ali por dois segundos só para te sentir por perto. Queria sentir teu gosto nas coisas, teu cheiro pelo caminho e tua voz pela casa. Decorei para eternidade o número do teu celular, mas ninguém me atende. Procurei outros assuntos para conversar e aprendi com fúria tudo que precisava. Vou estudar, vou passar por coisas que pulei. Dormir menos, correr mais, correr sempre é bom. Coloco músicas para trilha, do começo ao fim um sucesso a mais para contemplar o caminho. Aprendi a respirar com mais calma e a beber mais água. Comer menos sal e apreciar com destreza cada garfada.

Errarei todas as vezes que me forem necessárias, vou pensar muito, vou fazer tudo que tiver que fazer. Meditar, relaxar e acalmar cada ansiedade que bater com força. Sinto tua falta em todos os dias da minha vida. Aprendi com tudo isso. Aprendi a ser forte e aprendi o que é realmente coragem. Assumir a dor e se torturar por vezes, mas não se arranhar em vão. Não lutar em vão, não fazer nada por fazer. Ter propósito, não ter a mínima noção da dificuldade, mas que essa indisciplina me faça sempre questionar o mundo.

Estão em guerra lá fora. Gritam muito alto, parece o mercado indiano em dia de liquidação de tapetes, especiarias e essas coisas do oriente. Vinte e cinco de março antes do Dia das Mães. Colocaram preço em quase tudo, para tudo preciso de dinheiro na carteira, estou ficando louco com essa pobreza, cancelei todas as festas e me comporto como um bom garoto. Angelical com alguns palavrões a serem ditos. Reclamo sempre que posso.

Anularei meu voto e não contribuirei com esses monstros capitalistas que querem só o meu dinheiro e mais nada. Sem respeitar as pessoas que poluem nossas idéias e nossos conceitos. Engolem por goela abaixo que a alegria da vida está no churrasco de família em feriado prolongado. Que comprar um tênis da moda é prestigio e que estar bem equipado já é o suficiente. Não é o suficiente. Vou além, além das novidades, além das barreiras e o que aparecer. Sem avaliar, sem julgar, sem colocar a culpa em alguém. Foi eu quem o fez e agora preciso resolver.

Aqui estamos todos bem, cada um com a sua diferença

Amo você, mulher da minha vida.





Leonardo Tatsuo Arima da Fonseca
#tudo que acaba sempre é um bom motivo para uma novidade começar

19 de jul. de 2010

#PAUSEADISSIMO - Carta aos caídos do canto de lá

Não era dezesseis de julho, não era quatorze! Possível que já passasse do vinte e tudo ainda estava no seu devido lugar. Corpos esticados pelo chão, mas tinham vida. Respiravam, parados, calados, engasgados com suas próprias palavras. Viviam, mas não existiam. Deixara sua opinião em um barco, assoprou e foi. Mar adentro, disse a todos o que deixou de fazer. De lado, caído, fez pouca questão de estar em pé, pois então esticou suas costas. Engajado em pequenas causas, o dia durava menos, pois não aproveitava. O vi chorar, tinha tanto medo, que o melhor era gritar. Em agosto talvez alguém te ouça rapaz. Fique calmo, encontre um livro e encoste suas idéias. A pressa pode barrar sua paz e engatar a marcha errada, te estoura a embreagem e te custará caro arrumar esse rombo em seu bolso. Mas se levante, não fique aí! Dois amigos seus foram na frente, é só seguir! É só caminhar em frente e lembrar-se das curvas, decidas e subidas. Chuvas, lágrimas, tristeza e agonia, Seja paciente. Seja calmo, Seja controlado, respire, respire!

Era de bom grado que te estendesse a mão direita e ajudasse a levantar. Era de bom grado levantar-te a voz e esbravejar tudo que decorei durante o dia. É esperto demais para não perceber o quanto é burro. No mundo onde ninguém tem razão, não é você que vai compreender sozinho como funciona o relógio da vida. Como correm os dias. Fala de paz, mas não faz a paz dentro da sua morada. Esqueceu-se dos sorrisos e procura na loucura o preenchimento que o ar não te dá. Não se acalma. Vive só amanhã, porque o presente é muito cansativo. Pode desgastar suas digitais. Rezo a Deus que não continue, que pare e repense. Analise e persista com força. Não desista!

Se pudesse, juro que traria comigo. Se ouvisse, juro que te falaria. Se quisesse, juro que te mostraria, ao menos, apontava e diria que está no caminho errado. Inércia! Corpo em movimento gera energia, corpo parado, continua parado. Faça do agora um Museu eterno de pequenas novidades. Únicas. Faça do agora aquilo que te motiva e da forças. Crie forças, crie dias legais, crie dias novos, crie novidades. Traga-me um assunto em russo para decifrar com mais calma durante os últimos dias do mês, mas não me deixa passar esse mês, não deixa chegar só no mês que vem.

Nossa vida não foi entregue pelo correio e muito menos vai ser despachada com a mesma facilidade. Uma vida. Uma chance. O sol está ali, quatro passos em linha reta, vire quarenta e cinco graus o seu pescoço e pense por mais de meia hora. Se mesmo assim não encontrar conclusão favorável, continue pensando. Três horas e meia depois, uma dúvida se vai.

Ninguém sabe de nada e todos morrerão sem saber. Quando tentarem concluir a televisão vai desligar sozinha. Como se fosse um Timer ajustado por alguém muito mais implicante do que Eu. Não deixou o manual e partiu antes mesmo do café. Sem maldades, disse só para prestar atenção antes de atravessar as ruas e não se envolver com pessoas de pensamentos pesados. Pensamentos pesados geram contradições e nessa vida, não vale a pena perder tempo dessa maneira.

Nos dias de chuva eu durmo, um pouco, mas nos de sol, não há quem me segure em casa.


Pessoas positivas mudam o Mundo!

Leo F.

13 de jul. de 2010

#GLORYBOX - Parafraseando o Terceiro Pecado Capital

Eu já falei para não esfregar esse nariz assim em mim. Tira essa camisola do corredor que alguém pode chegar assustando. Começa logo, começa logo. Eu respiro fundo. Está sentindo? Calor, não é? Muito quente, quente por demais. Usa, bebe, continua usando. Sujeira? Depois a gente limpa! Porco? Imagina! É tudo ponto de vista. Tudo é ponto de vista. O ponto de vista é um ponto de vista. Cada qual enxerga como pode e como quer enxergar. Ninguém enxerga o que é de verdade, tudo um bando de medroso. Não assume postura de rei e continua fazendo o que tem que fazer e por favor, faça direito. Desce com a língua até o osso depois do pescoço. Morde meu ombro. Morde meu braço. Continua mordendo. É sentindo dor que sinto meu sangue pulsar e ele vira a esquina a quase a cem por hora bate com muita força. Arrebenta a frente do carro e acaba com a vida de todos os passageiros. Jogando para fora o que parecia ser vida, mas ali ninguém sabia aproveitar mesmo, nem me importo com os descompromissados. Faz como quer, mas se for inteligente, compra algumas instruções pelo canal de vendas da TV. Enquanto parcela sua compra eu enrolo mais um. Dixavo na palma da mão, sempre esfarela um pouco e suja tudo. Mas quem se importa?

Nem me importo com as bombas lá fora. Se o céu está verde, se o mar amarelou. Não me importo com isso agora. Só quero saber de dançar e te ver caindo comigo. Levanto depois de três dias, com o meu corpo mais cansado do que o teu. Com o meu corpo fedendo muito mais do que o seu. Cheiro de menina. Limpa, única, perfeita só para mim e um jogo de mil e quinhentos pecados acumulados em um coração chateado. Mas nem encana, já esqueci o que me deixou assim e continua fazendo. Já disse para não parar. Esse é o meu jeito, se não gosta de brincadeira, conheço umas dez pessoas que dariam muita risada. Nem me importo. Na real, me importo menos do que você pode imaginar. Só tenho medo de parecer anti-social demais, solitário, cansativo até. Parei de me importar quando parei de te levar a sério. Frases pré-montadas, mas relaxa. Não é hora para julgamentos aleatórios. Continua! Estava em transe, estava bem distante daqui. Ouvindo teus pulmões puxando com força oxigênio para dentro deles. Pulsando forte, fazendo barulho. Apertando a borda da cama. Silêncio.

Me desculpa, puxei com muita força. Essas marcas vão te fazer lembrar por uns dias, como tatuagens passageiras. Marcadas com um pouco de dor. Prazer, um pouco mais de dor e música baixa, ali tocando de leve. Soando bem aos ouvidos. Cantando palavras bonitas, sei te deixar feliz. Sei o que agrada também. É a mulher mais bonita do mundo. Pernas, braços, cintura. Sua camisa ali caída no canto, emoldurando a situação. Quando entrou e bateu a porta logo meu coração ficou diferente. Falou e cantou até o final do corredor. Soletrando desejo de uma forma que nunca tinha reparado. Que droga é essa que é você que não consigo largar? Que droga é essa que é você que não consigo tirar de perto de mim agora? Me desculpa de novo, falei demais. Quero prestar mais atenção. Sentir. Calado eu sinto melhor, sigo o movimento de olhos fechados, tateando meu tecido nervoso. Não chovia, mas senti um raio passando energia por minha coluna cervical, fiquei arrepiado, como uma criança de dois anos, não consegui pronunciar nenhuma palavra por inteiro. Sílabas ficavam pela metade e não se completavam ao fim o contexto.

Só de sacanagem, para de me olhar assim! Está toda a dizer que pode mais, mas nem parou para calcular. Faz plano depois, vive o momento que o logo passa rápido demais para esperar o próximo vagão. É um tempo indeterminado pelo dono da regra das coisas que tenho por perto. Ele vacila e me esquece por um tempo. Passa longe e não grita meu nome, fico aqui sozinho. Cantando como posso, fazendo certas coisas que parecem legais vistas de longe. Mas com você aqui, percebo que o físico é muito mais agradável que a distância. Tocar-te com saudade é sentir como se fosse novidade. Uma volta nova, um cheiro novo.

Um recado de bom dia jogado em cima da mesa, foi-se e nem fez barulho. Foi-se e nem preparou café. Não esperou amanhecer, cretina. Tudo bem! Tudo bem dessa vez. Encantou enquanto pode. Hoje vou pensar sobre outras coisas e focar algo interessante. Ou talvez não. Talvez durma, relaxe, talvez!

E essa música que começa? De onde ela vem?
Alguém escuta ou estou sozinho mesmo?
Levantei!

Não te encontrei e a porta bateu
Foi forte o barulho, mas não devia estar com raiva
É pressa, é vula!

Um recado vermelho no espelho

Não pude esperar, logo parti
Mas espero em breve te encontrar
E resolver aquilo que ainda não fiz

Se não se encanar
Volto para te amar
Até quando der

De olhos fechados eu tenho o mundo que eu quiser.



L F.

11 de jul. de 2010

#PAUSEANDO - Cura

Logo ali e foram dois tiros que me fizeram abrir os dois olhos ao mesmo tempo. Assustado, logo deixei cair no chão tudo que estava em meu colo. Foi de supetão, vestindo com rapidez meus dois sapatos, cobri meus pés, ergui meu tronco, em prontidão, já estava posto para luta. Sem sonhar nessa última noite de sono. Deixei de sonhar mês passado quando assisti a última derrota. Sofri tanto que preferi dormir mais rápido para não lembrar mais nada depois. Quero esquecer tudo quando acordar. Sem detalhes, sem formações e ninguém para responsabilizar a minha falta de responsabilidade. Até acho que dormir foi demais, mas a quantidade que incomoda muito. Meu corpo não cresceu e os muros ainda estão pela metade. Faltou cimento para construir o quarto do fundo e passei o último ano usando só uma calça. Não é modéstia, não é simplicidade. É a falta do que fazer e a falta me fez faltar até água para gelar. Fiquei assustado e apalpei o corredor até a porta do banheiro. Lavei meus olhos e percebi melhor. Senti, olhei e conversei sozinho. Acorrentado por dias, foi bom levantar, foi bom ver que no presente ainda me cabe um pouco de vida para viver. Se respirar é viver, cumpro com excelência o objetivo que me foi pré-disposto.

O odor identificava que fazia dias que água passava longe. Sem higiene, sem luz, sem amigos e mais ninguém que fosse honesto o bastante para me entreter, me alegrar, apaixonar. Roupas apertadas incomodando o dia todo. Fazendo de conta, faço muito bem de conta. Sorrio e pulo, sal demais agrada quando a fome é muita. Quando a fome sobe ao limite do aceitável. Aceitar é simples! Coloque até o centro. Encoste em sua língua e sinta. Sentir é básico. Uma menina no corredor de trás veio me dizer durante a manhã que sabe realmente das coisas, mas nunca foi até a esquina buscar pão sozinha. Nunca foi até ali se encontrar consigo mesmo, para tirar um dia e conversar, aceitar e conhecer a curiosidade alheia. Conhecer aquilo que teme. Continua tendo medo sem ao menos se molhar. Chorei de medo durante quinze dias sem parar. Era tiro para todos os lados o tempo inteiro, impossível não temer aquela que estava próxima dos corpos que desabavam. Casas e ruínas, secas e discórdia. Diz saber, mas só sabe da cor do cabelo alheio e qual roupa cairá bem. Diz saber e continua presa, continua prendendo e parece que não quer se soltar de jeito algum. O restrito já é o suficiente. Mas para ganhar um papel proveitoso nessa revolução, doarei minha boa vontade e no final nomearei essa fase com suas iniciais, de bom grado, felizes gritarão em um feriado prolongado, dizendo que foi você que deu um dia de folga para todos esses folgados.

Cansei daqui, cansei dali, cansei desse espaço sem espaço para mim. Cansei da honestidade comprada, cansei da hospitalidade forçada. Do abraço que não é abraço e do sono que não relaxa. Dos dias parecidos e cansativos demais para se orgulhar. Cansei de não ter com que me orgulhar. Cansei de cansar por motivos toscos. Cansei de reclamar da fila do banco e achar que isso que é realmente sofrimento. Cansei de ver as pessoas se cansando sem ao menos suar. Sem aos menos se esforçar em pensamentos. Cansei das pessoas que não pensam. Cansei das que só justificam, mas não movem palhas para construir moradia. Cansei daqueles que gostam de estar presos dentro de banalidades. São só banalidades. Sua vida vai além da reclamação de amor partido. De menino que se foi e não quis levar você consigo. Cansei de ver gente reclamando. Cansei de ser reclamante demais. Cantante só quando posso, para não chorar, para não se lembrar da mãe que me faz falta. Cansei.

Idéias repetidas são idéias repetidas. Sem novidades prefiro estacionar e te ver passar só aos domingos para entregar os jornais. Resultados de futebol, resultados da loteria, resultados dos exames. Não está grávida, pois então não teremos nove meses de novidades. Parados, expostos ao medíocre mesmo do mesmo que vai acontecer. Expostos a poluição que não limpamos. Expostos ao sol sem se proteger.

Como um cão que só late quando está preso em sua coleira. Tenta fugir, por favor, tenta fugir e arranca o braço daquele filho de uma puta. Daquele desgraçado! Tenta fugir! Se solta! Arranca essa coleira e foge. Arranca aquele saco caído que não serve para mais nada. Massacra, deixa o sangue jogado e continua fugindo. Não se importe, cubro por aqui e te defendo.

Não agüento mais esse espaço que não é para mim. Não agüento mais essa coleira que me prende e não me deixa sair. Não me deixa correr, não me deixa fazer, me prende...


Como se não fosse possível soltar minhas mãos





L.

7 de jul. de 2010

#PAUSADO - Carta de Abstinência daquela que não sabe afirmar

Foi inevitável não ligar o nome a pessoa. Tocou tua música. Era realmente sua música. Chamava de nossa até um tempo atrás. Mas ficou só para você. Deixei minha vida seguir e conheci outras canções no decorrer da caminhada. Passei por cidades e tive amores. Tive pessoas e mesmo assim é para sempre essa música. Sabe quando é complicado explicar? Até tento explicar o filme que vejo em minha cabeça, mas com você, prefiro só ouvir a música mais uma vez. Lembrar do seu cabelo. Do seu cheiro. Por noites senti seu cheiro em outros pescoços, mas é o teu cheiro. Sinto passar em um cabelo na fila do banheiro. É o seu cheiro. Decorei. Assim como sei tua voz, o jeito que você respira enquanto dorme. Desculpa se disse que não era especial. Só quis parecer duro, rude, não sei! É nessas horas que a gente acaba soltando aquilo que nem repara, mas acha que é poder mágico durante briga e solta. Não foi por querer. Adoro o jeito que você olha para as coisas e o apelido que deu para tudo que faz. Seu jeito, realmente, é o seu jeito e o de mais ninguém. Em uma comparação tosca. Seria como as predefinições dos lanches dos Fast-Foods do shopping. Padrão. Daquele jeito e não muda. E penso! Mudar para que? Qual a função real da mudança? Ligação e comprometimento? Como que funciona e por que funciona? Na real... Não sei. Mas sempre adorei o seu jeito e se disse para mudar, não se encane, estou mais sóbrio agora. O amor às vezes me deixa um pouco bêbado. Destilados são assim e o amor é como uma Vodka russa. Pesada. Esquenta até o ego! Entrelaça as pernas, fica bambo, cai para o lado e pronto! Você não estava mais lá para cuidar de mim e vomitei por todo corredor. Foi feia a coisa!

Falando em Fast-Foods! Sempre adorei o seu gosto, a sua comida e o seu tempero. Picante, doce, variante. Delicado, suave e devastador. Separada por cores, frias e quentes e pelos dias mais cinzas anda pelo preto, só para afastar o azar com uma cara bem amarrada. Mas tudo bem, amarga durante um mês, ou dois. Voltava quando passava e tudo ficava mais gostoso ainda. Sobremesa, morango e torta de limão. Azedo, doce e um pouco de tudo para não enjoar nunca, mas deu dor de estomago. Relógio sempre trás uma dor desnecessária. O administrador daqui disse para ligar depois do expediente que ele explica um pouco melhor esse funcionamento chato, fico impaciente só de lembrar. Trabalhava durante a semana, passava com quem não queria passar. Meus chefes eram tão chatos! Desejava você de segunda a sexta, mas só podia no sábado a tarde, depois do curso de inglês. Não dava tempo e ainda assim, você não entendia o pouco tempo que eu tinha. Tudo bem! Já foi.

Quando sonhar comigo, pensa em mim quatro vezes. Da primeira para segunda, talvez eu nem sinta muita coisa, mas com certeza quando estiver próxima do quarto pensamento, uma luz pisca. Eu já vou saber de onde veio. Não te falo para passar aqui depois, no final de semana, ou antes, porque sei que não vai poder. Tem compromisso, faz aula, tem família, até achou um namorado. O cara me parece bacana, temos amigos em comum. Continuo reclamando e achando o amor um saco, mas encontrei uma loja sensacional. Parcela em mil vezes o Amor e transforma em algo tão banal que só esse mês eu comprei mais de vinte e levei comigo para balada! Doze beijos roubados e não descobri um nome. Pula essa parte, vai para o nono artigo!

Aquele que fala que nunca te esqueci e admiro sem olhar. Sentindo sua existência. Sentindo sua falta e sabendo que é a melhor pessoa do mundo. Reclamar é para quem não gosta de ganhar abraço. Não se perde nem se ganha! Foi tudo inventado! Ninguém sabe de nada, continuam achando, mas no básico todo mundo ainda se ferra. Tropeça, agride. Desencana!

Para cada dia, devolveria três no calendário só para repetir o que já foi
Ligava o Loop e ouvia mil vezes a mesma música
Usava mesma roupa

Ia parecer um louco ali
Circulando, voltando, indo
Ia aparecer um louco ali

Não tem problema


E se tiver


Eu resolvo





Libra D.

4 de jul. de 2010

#PAUSA - Palitando os dentes

Olha para cima que é luz do dia
Cuidado com o taco debaixo, pode tropeçar
Antes de começar, aviste sempre o necessário
Se for sábio saberá...

...que tanto faz se passar

Se voltar, aviste com mais calma um pouco
Nega um pouco, descansa bem o almoço
Tranqüiliza essa cabeça que logo começa

E tanto faz se passar

Aproveita no início e segue
Esquerda, direita, esquerda e vira
Nunca ninguém vai desconfiar
Tem até um troféu para o primeiro que arriscar

Na vida não tem prêmio ou vencedor
O único sempre em evidência é o pecador
Leva consigo maldade
E tenho certeza que não é vantagem

Faz da Segunda o melhor dia
Depois comemora a Copa

...

E com seu jornal debaixo do braço
Espera sua vez, mas não deixa o tempo passar
Corre e sempre tenta aproveitar


Não me segue, porque sempre faço tudo errado!


Mas quem disse que é ruim?




Leo Fonseca