29 de nov. de 2008

Mesmo sem te ver, já gosto tanto...

Como é bom apreciar um sorriso, fecho os olhos e não esqueço dele, nem por um segundo, a noite toda, só penso nisso, estou aflito pensando somente naquilo tudo que não saia da minha cabeça de forma alguma. Não entendo por que brincar assim comigo, coração sério, duro e de concreto, gelado como inverno em São Paulo, mas durante a madrugada, quando o vento bate frio no estomago, te deixa gelado de corpo inteiro, seu pé congela e seu cérebro quase não funciona. Acende mais um cigarro ou um do bom, daqueles bem verdes, perfeito para fechar em um close a deusa da sua noite, ou talvez da sua semana, não sabe explicar, acontece, não sempre, mas acontece.


Mas sou sincero dizendo que guardo dentro de mim muito medo de várias coisas, cair, se machucar, vejo perigo em algumas curvas desconhecidas ainda. Não entendo perfeitamente de onde vêm tudo isso. Se for algo que passei, se foi algo que não vi passar, mas marcou, foi rápido. Como resfriado de meio de semana, que só serve para matar um dia de aula ou trabalho, depende da idade e da obrigação. O importante é pagar todas as contas e ficar certo tudo, não dever, não falhar e sempre fazer a barba, parecer um ser social e mais um engravatado e de crachá de cidadão. Nasci diferente e isso já me causa muito medo. Não gosto do “tão normal” assim, gosto da diferença e das diversidades engraçadas. Risos que nunca ouvi e histórias que nunca se passaram pela minha cabeça. Gosto das novidades do mundo e também adoro ouvir sobre aquilo que passou. Vou adorando de palavra para palavra. Crio poesia dentro da minha cabeça e esqueço todas as coisas ruins do mundo. Sei, sei sim, amigos, eu sei! Já passei por algo parecido e cai, chorei e passei mal, mas o verão volta, graças a Deus! O verão sempre volta.


De verdade só queria que me explicasse como faz para me acalmar tão bem assim. Quem te ensinou a ser assim? Eu não entendo a perfeição. Talvez por não ser perfeita, por ter vários erros e medos como eu. Vi-me em você várias vezes e achei tão curioso tudo o que você diz. É bonito e às vezes soa como poesia. Poema bem contado de poeta experiente. Daqueles que sabe ganhar coração de gente que se esqueceu de nascer com um, ou esqueceu de vez onde ele está e deixou dormindo por muito tempo. É você e só você mesmo, do jeito que a vida preparou, desenhou caminhos diferentes e foi juntando aos poucos, só para não parecer tão padrão. Não acharia ruim desfilar ao seu lado, vendo sorriso em cada novidade que com certeza será você capaz de trazer para minha vida. E se estiver errado, por favor, avise! Porque tenho dentro de mim uma certeza tão grande que às vezes assusta. Parece certo e já tão correto. Sem falhas e uma história que pode não ter fim, mas se estiver, que demore um bom tempo. Só queria aproveitar a minha vida.


Antes que me esqueça, estou vendo o dia começar agora, como tínhamos combinado, lembra? Falando um monte de besteira, bêbados e embriagados, falidos, porém, felizes até o fim de uma verdade que ainda não se conhece. Mas digo com muita certeza que conhecerei e serei parceiro, de dias, noites e tudo aquilo que você quiser. Falo sem dizer o nome, falo para quem quiser ler. Pode ser uma que ainda não sei o nome, ou aquela que já se encontrou em todas essas palavras. Essa é a minha nova maneira de ver uma relação. Se vai ser feliz, ninguém sabe, mas que seja eterno o dia seguinte e nada mais.


E o sol está nascendo lindo, entre todos esses prédios paulistanos que estão em minha frente. A janela é alta, a cidade é alta! Acendo um cigarro e vejo você, do meu lado e pedindo para o tempo parar, por favor. Só agora!


Gosto tudo de você

Medo, medo, medo

Não sei assumo

Sei lá se grito

Mas te vejo

E não demora

Bem perto de mim!


Tomara que aconteça.






Leonardo Fonseca

5 de nov. de 2008

Esse, eu fiz sem pensar...

Falando baixo pelos cantos, vai cantando até o começo da sua rua, vê menina bonita e se despede da cama. Fez tudo bem cedo, café, pão e margarina. Uma ou duas passadas pelo pão, tanto faz, gosta de um pouco de gosto ao amanhecer. Poesia que convence muito pouco ao que assiste, mas tudo bem, começa assim o dia, terminará não distante do mesmo, mas está tranqüilo por ver final de semana chegar.

Respirou tristeza por uma noite inteira, queria amor, queria um pouco de paz e talvez essa que ainda não encontrará no café. Procura sorriso, procura cochilo pesado no ombro, mas não encontra. Normal, muito normal. Os corações estão escondidos atrás de suas contas atrasadas. Preocupa demais e vive tão pouco. É de dar pena. Anda tão sozinho e os amigos estão todos ocupados amando suas namoradas.

Aos sábados consigo sentir solidão, só aos finais de semana. Quando o telefone deveria tocar, chamariam para o almoço de família. Reveza! Cada um em uma cada. Final se semana aqui. Final de semana que vem, lá! Vão alternando e revezando alegria então proporcionada. Dão risada de algum filme, se amam, se encolhem. Dormem e resolve-se que não vão acordar. Hoje é domingo e pouco importa a velocidade do mundo.

O relógio fica sem pilha e peço para Deus para o mundo não andar. Vá devagar vida, só hoje, amanhã, não sei! Capotado, caído e jogado. Com a mesma roupa e muito cheiro de preguiça. Preguiça que gosto, preguiça que amo essa que não precisa sair de mim ao final do dia.

Começa a semana assim, silenciosamente, com calma e devagar. Amei demais, cansei tão pouco e assim prefiro viver a vida. Como se todos os dias fossem domingo. Como se tudo fosse repetido, não me importo. Escrevo da maneira que me for mais cabível. Converso e sigo dialogando. Mesmo que seja um monologo. Não me importo com regras enquanto tento encontrar algo que me faça ficar concentrado.

Altos serão baixos e o domingo será sábado. Quando resolvo não por regra, faço tudo parecer ebulição. Tira à chaleira do fogo, ela começou apitar e isso atrapalha agora. Não quero ouvir voz alguma. Quero estar sozinho e repetir tudo que eu, eu e mais eu, quiser repetir. Cansei de tudo e de todos por trinta segundos hoje e não pretendo assustar ninguém. Vou parecer repetitivo e você vai detestar. Vai falar para todos que esse de todos, realmente, foi o pior. Mas não me importo. Não acordei para me importar e deixo tudo de férias, no seu lugar, para não parecer cansativo essa desordem. Para fazer alegria no olhar daquele quem o vê. Prefere não ver bagunça e seu coração pede sempre para que tudo esteja no seu devido lugar. Tenho palavras que adoro e gosto sempre da sua companhia. Vão aparecendo nesse par louco de mãos que tenho. Meus dedos não sabem a verdadeira ordem das letras, mas vão se encaixando como deve ser. Se ficar enjoado até aqui. Vejo agora, sim, agora! Uma nova chance de levar você até a última linha. Quando perceber que não leu nada e foi tudo obra de uma perfeita exatidão que realmente, é nula!


L. Fonseca