21 de out. de 2011

Devaneios de Partida


Devaneios sublimes do alto da primavera avistam tentativas estranhas, denotando que cursos poderiam atingir novas metas no verão, mas se não, melhor assim explicar dialogando, sem gritos, perseverando a boa companhia e a graça de obter quem se gosta sempre perto.

Sendo assim...

- Ei, ei, abre essa porta, abre essa porta, preciso urgentemente falar com você! Sei que está dormindo e sei que odeia ser acordada as pressas, mas preciso dizer muitas coisas que ouvi ali no bosque! Eles estão querendo, eles estão!

O menino de verde gritou e bateu na porta, mas nada de ter retorno, sem volta, sem volta. Acordar fadas é tarefa complexa demais para garoto hiperativo, ansiedade e pensamentos alem do alcance permitem pouca garantia na compaixão das silabas.

- Sino! Abre essa porta por favor, tende ouvir as minhas palavras, essas que são menos minhas do que das pessoas e bocas que ouvi dizer. Ouvi, ouvi e devia ter passado despercebido, mas ouvi, por favor me atende, por favor! Estava todo mundo gritando e acho que era guerra em inicio, amplitude de fatores entraram em colapso e disseram coisas absurdas que teremos que fazer. Agiremos contrários as nossas vontades e mesmo assim não me atende?!

Cada vez mais aflito, cada vez mais forte batia na porta, mas nada de levantar, nada de escutar. Quase que desistindo, sentou-se. Afinou sua vontade, desacelerou a respiração e tentou se acalmar como podia. As vezes os ouvidos são como antenas e nossos corações liquidificadores burros, misturam tudo e enganam quem precisa realmente filtrar nossas verdadeiras sensações. Cabe ao coração compreender as medidas certas e condensar o devido para sempre caber no copo.

A paz exclamou-se, abstendo-se de exclamação. Largura alguma mediria corretamente a complexidade desse momento, certos fatores encaixam-se somente em expressões pré-dispostas no antigo, do tempo que pensar era algo valorizado por nobres e fieis seguidores da verdade e do respeito. Mas quando as pessoas gritam, fica difícil de entender, são palavras disparadas e não palavras ditas. As bolas quicam pelo quintal e definitivamente, nunca encontram o caminho do gol. Mas mesmo assim, manteve-se agora sentado, desistindo dos gritos e escalou a paciência, pois se gritos não acordam, possivelmente o tempo há de acordar, como há de passar, como há de vir o mais tarde que já está logo ali. Só depende da paciência do expectador e do vigente personagem que ali sentado começou a sussurrar.

- Permita-me presenciar o futuro Senhor. Permita-me encontrar no reflexo desse ser cada mudança necessária para evolução coletiva de todos os irmãos que precisarem das minhas mãos, idéias e força. Aflito corri perante a gritaria e cá estou a suplicar humildemente, permita-me ficar mais um pouco e ver a corredeira virar cachoeira e o calor trazer o mar para perto das nossas canelas no verão. Permita-me perceber, diferentes dos que não vem, permita-me ouvir, diferente daqueles que se distanciam. Estarei perto, estarei sempre bem perto, no devido espaço que for limitado o meu viver e o meu ser estar. Sem complicar, faz com que aquelas pessoas se acalmem e parem de dizer o que tanto dizem. De longe não sou o mais certo, de longe estou longe de ter razão, mas vim para errar, tropeçar e levantar, era esse meu intuito desde o sempre que me foi aceito permanecer e estar, eis então que suplico e peço em nome de Seu filho Amado.
...
A vida segue em barcos de marés alternadas, de pessoas que vão em vem. De dias e noites esquecidas nas cartas de outros que passaram e deixaram recado em folha de papel, molhou-se na chuva que passou e as letras ficaram manchadas, sobraram apenas os sentimentos, esses que devo carregar com firmeza para compreender sempre o que precisa ser feito, perdoa-me se errar, perdoa-me se disser demais, pois as horas vão passar e assim vai acabar, como já vi em filmes e relatórios que dizem que funciona mais ou menos assim quando a paciência é congelada junto com as misturas da geladeira.
...
ouvindo orações, seus ouvidos arrepiaram-se e coçaram lentamente. Foi susto que fez a fada se jogar já de pé e de prontidão abriu a porta e se deparou com o menino de verde ali sentado, desolado, sozinho, quase com dó, foi e o atendeu.

- Sonhei que gritavam, gritavam muito. Batiam em minha porta e nem pude atender. No sonho eu não conseguia atender, não conseguia, mas juro de toda jureza que parecia real demais. Batiam, batiam e Toc Toc Toc que não parava. Ui que sonho Estranho!

- Era eu Sino a bater, mas em sonho pesado não ouviu e cá fiquei a te esperar, por que preciso muito conversar e te dizer coisas que estão para acontecer, isso se for verdade os gritos que ouvi pelo bosque, gritos horríveis, demais, de vontade aguar as minhas retinas.

- Gritos? Que gritos? Do que fala Peter?

- Toc, Toc, Toc, não querem mais Peter perto da Sino! Não querem, querem me levar para lá e me afastar, para lá para crescer e ter que te abandonar aqui. Toc, toc, toc! Querem gritar comigo para ver se as contas consigo pagar e as filas consigo enfrentar. Toc, Toc, Toc, estão dizendo que preciso ir bem em matemática e ser fiel ao meu chefe e estão dizendo também que preciso voar menos e apreciar mais as letras enfileiradas nas bulas dos remédios.

Em minuto de silencio que se diz quase tudo, dizendo mais do que até podia entender, esticou a sobrancelha e fez cara de espantada, assustada, pálida, cara bem pálida. Acho que faltou sal na sua bolsa, acho que faltou, mas logo se recuperou e veio a repercutir sonoramente sua opinião.

- Se for, vou com você!

- Mas e tudo isso que tenho que aprender?

- Aprendo com você!

- E as dores do amanhecer de segunda feira?!

- Fichinha!

- E os engravatados gritando e gritando?!

- Moleza!

- E as chuvas que intermináveis?!

- Podemos dançar até ficar ensopados, pegamos sabonetes e fazemos bolhas e mais bolhas, dançamos lá, lá, lá e ré, ré, ré! Mais nada alem de dançar. Quem dança espanta tudo que da tristeza, faz molejo virar bobeira e a bobeira paga tudo que faz ser chato daqui, então estou fugindo com você!
...

Se preciso de 10 e estou em 2
Só preciso de 5
Se preciso ter 1 tanto e estou em 2
Só preciso de 1/2 Tanto
Preciso só de meia dor
Preciso de só uma colher
Só um prato
2 sabores e 2 bocas
Só preciso dividir
Só preciso multiplicar para ter mais e sempre mais
E para não faltar amor?!
Só preciso do meu somado com o teu!

Que somado, dá o Maior Amor do Planeta Terra.


Mais ou menos assim, pelo menos por enquanto.


Leo Fonseca

5 de out. de 2011

Carta_ Devido Amor Polinizado

Acompanhado na altura da cintura, jogava a milhão quando o ponteiro marcava quase duzentos quilômetros por hora. Vacilação tamanha, mas proteção cabida ali jogados sobre a motoneta, seguiam firmemente. Rumo norte, bussolas apostas cantarolando o lado certo da onda do mar que há de bater, devido o tempo que agora ganhou juros acumulados do montante antigo, dizendo que teria sorrisos a mais para trazer na volta para casa. Anulo tal assunto providenciando o enredo da historia que está a seguir descrever-se por si conjugada em verbetes acostumados com as linhas de todas as historias de amor, mas essa devo dizer a você leitor, devo adiantar, que é a mais bonita de todas as historias que já conheceu. Cansaria de contar linhas no final da redação, tentando explicar o lado certo que começou, tentando contar quão belo foi o caminho da motoneta, vou direto ao assunto de maneira breve, para esclarecer ao máximo. Desculpa se esquecer de descrever aquela parte lá, mas é que foram tantas as partes, que nem mesmo maior historiador de todos seria capaz de agrupar simbolicamente tudo em um tiro só de pensamento. Desculpa também aos envolvidos, mas de maneira egoísta, protagonizarei junto a minha donzela as linhas que virão e fica para a próxima, pelo menos dessa vez.

Enquanto isso, logo ali, bem logo ali no mundo bem parecido com o nosso, mas diferente na maneira do tempo passar, se é que o tempo passa.
...


- Veste seu chapéu menino bobo! Esqueceu da ultima vez e a pena ficou a te procurar, verde como ela, jogada aos cantos procurando algo para contribuir a sua leveza, pois se for esperto como diz, esquece menos e voa mais.

- estridente demais para justificar seu atraso, do lado de cá deixei tudo organizado. Se o Tic contasse o Tac, estaria tão menos encontrada quanto a minha pena voadora. Sabotadora de lares de fadas complexadas, vamos pois já é hora, grita de mim, mas dos seus atrasos tu nunca melhora.

Preparando para partir estavam, ambos de verde, combinando com as arvores, leves como penas. Preparados estavam, tirando os devidos atrasos decorrentes da preguiça acumulada e da mania do tempo passar estupidamente estranho quando unidos na mesma ação. Seria incapaz de explicar como funcionam os relógios quando estão juntos, ainda mais desse lado que o tempo passa quando quer.

Arrumados saíram voando pela janela, para facilitar e deixar a chave da porta já na bolsa.  Passaram-se jardins, morros e vales. Rios, lagos e crianças. O mundo parece muito menor visto de cima. Lá de cima se vê tudo, lá de baixo, se via os dois, percorrendo com as mãos unidas, puxando para apressar.

- Pra que se apressar agora? Relaxa essa cabeça e aproveita a vista! Verde! Amarelo! Vermelho! Rosa e azul! Quantos pomares? Suficiente, serpente e sorvete. Criado mudo falante e calouros reprimidos, repletos de vergonha, olha Peter, que mundo louco ali embaixo! Num pouco de tudo, tudo num pouco do tudo ali de baixo. Debaixo da ponte vivem crianças, pobres. Cantam e se divertem ali. Japão, Capão, gargalhadas.  De pouco em pouco percebe-se, mas bem de pouco memo.

- Confunde o caminho acelerando meu pensar, nessas horas que preciso pensar e refletir devagar. Se errar, logo irá me culpar, gritar e cantar para todos que o culpado foi eu, mas se dizer, vou negar e se protestar, durmo e espero acalmar toda a questão. Se bem, que vendo daqui, vejo que a culpa nunca é de ninguém mas é sempre nossa, a culpa é daquele que tenta, mas errado é tentar de menos, ficar parado, engordar a preguiça e desejar sonecas alem do suficiente. Mundo enorme cheio de fatos e ocorridos simultâneos. Constante faz criar e faz querer entender, cabem nos livros, mas nem todos os escritores souberam de tudo aquilo ali.

Percorriam campos enormes, verdes. Crianças brincavam com bola, meninas pulavam corda e os meninos contavam piada. Coração aprendeu a se apaixonar e envergonhou-se, correu pelo bairro e tentou entender a palpitação acelerada, ritmada como musica circense e o menino se jogou da corda, de cabeça furou o lago com maior mergulho de todos os tempos. Enquanto se voa, se observa. Se enaltece a alma vendo tudo que se falta, esclarecendo os esquecimentos repentinos dos ônibus lotados e do transito atrasado dessa megalópole assassina de olhares justos. As contas vão se pagar, elas aprendem bem o caminho do banco, tal qual menino que abotoa calça e amarra seu sapato sujo, batido de tanto brincar. Assim amou mãe.

- Se deixasse de ser fada, seria grande moça, pra prestarem mais atenção na voz que necessita ecoar. Diria aqui de cima usando megafone: Vocês precisam prestar mais atenção! Deixem as bulas de lado e partiremos juntos para a praticidade dos acontecimentos! Decorem menos musicas e cantem mais! Pintem mais o mundo, mas não usem tintas! Conversem e deixem os assuntos em casa! Renove e mova, mova e traga o novo de novo, para aqueles que não sabem, a conexão caiu e não adianta ir ate ali procurar, porque ele não vai te explicar. Se deixasse de ser fada, contaria que estou apaixonada. Suavemente assim, transcenderia minha paixão. Seu samba tem bordão, fica fácil de seguir na leva desse bloco complexado. Animo aqui e grita comigo daqui.

- Se deixasse de ser Menino Perdido, me encontraria. Andaria por todos os cantos explicando que estão fazendo errado, mas posso explicar! Trata ele bem que ele volta. Faz direito que sempre irá de ter. Faço necessário para tédio existir em vocabulário somente dos que menos necessitam sentir, espalharia democraticamente, ninguém sentiria as margens do cabível. Maçãs, garrafas com água e sorrisos. Roupas largas e pastel na feira na hora do almoço. Se marcassem suas responsabilidades em horários alternativos, carro atrás de carro nunca mais viraria ibope de jornal. Aos falidos, basta bailar e pra lá que vamos com tanta pressa. Justifico a falta da minha grana a nossa vontade de dançar, mas se realmente precisar, estou disposto a dividir o pouco que me resta, vem comigo ser meu par!

As porcentagens justificam a incapacidade de somar, agregar e ludibriar o necessário. Impostos justificam a crescente ignorância nas administrações desse mundo. Imagina contar quantas ondas estão a se formar? Imagina sorrisos contabilizados em tarde inesquecível? O necessário não se conta, é bom transbordar os bolsos e permitir o débito automático. Perde-se menos tempo, lembrando-se a barba que vai surgir, mas os problemas devem se extinguir. Se disser que é história de monge, de louco, admito sua certeza, sua coerência. Está certo! Se disser que é impossível, logo em seu rosto, retorno dizendo que a possibilidade existe, se amanhã virá e existirá, deixo ao próprio tempo a resposta, mas no estante presente, assumo com postura meus  lemas e digo que sim, podemos voar.

- se tenho três, chamo oito amigo e faço dezesseis. Pão e leite a todos, festa até o anoitecer da semana que talvez virá, se entardecer, culpo o Tic Tac que comeu demais e ficou indisposto para bailar com sapiência sem estremecer. A rigor estão, devidos, elegantes, respostas terão. Com o fechar dos olhos e o abrir de seus corações sentirão, prometo que sim. Se não? A negatividade gera o negativo, envolto dos possíveis acontecimentos, prefiro acreditar que sim. Prefiro sambar, festejar, anular enfraquece a possibilidade. Escurece com suas mãos e esquece do mundo lá fora. Samba e joga para roda, que se der certo essa magia, meus amigos logo chegarão com cuíca e agogô, cavaco e violão. Levem essa canção para suas residências, espalhem a boa nova e permitam-se encantar, vamos nos envolver com o interessante e te amar para que tenha mais espaço para amar.

- as pétalas cheirosas emanam a gratidão silenciosamente e cobram mais brilho, compenetradas ao estabelecer harmonia aos ouvidos e sentinelas polinizadoras das novidades que jornais excluem das páginas principais. As notas coloridas aprenderam a falar a língua dos barbados e dizem lá de cima que estão no poder, sendo que gritos resolvem menos que cada pétala desapercebida. Desacredito no seu crédito, no seu banco e na sua conta. Desacredito no seu jeito, desacredito na sua festa vazia, repleta de bebidas que matam a sede de gente triste. Te alegro tropeçando e comprovando que estou sempre errado. Empresto minha pena verde, quem sabe aprende a errar também. Joga a culpa no meu peito que eu domino e chuto para o gol. Comemoro com a torcida e tenho a melhor companheira do mundo para admitir que amor pouco é loucura.

Contrabalança da esquerda para direita, pé e mão. Explico que amor está nascendo e para ter conclusão, aos jovens, direi poesia, pois o maior amor do mundo voando está para imitar abelha e florescer flautas doces ao redor do planeta verde, azul, amarelo, rosa e cinza quando chove. Deixo poesia, deixo esclarecida, deixo cortesia, minha metade pode ser teu inteiro, parto tudo para ti para haver mais que se pode contar e se conter, pode desperdiçar.
...

Joga o pó mágico e parte a voar / Fecha os olhos e estremeça o pensamento / Lá de lá pedem sentimento / Se pesado estiver, leve deve ficar / Esquece mania de apressar / relógio quebrado precisa se conter / Abster do desnecessário / Bolsos pesados fazem barulho / Jogam para baixo e fazem balburdio / Meninos devem somente lembrar / Que sorriso é moda / Que alegria é vida / Contradizer é passado / Está ao meu lado / desfecho atenuado / simplificado em quatro linhas / expressas essas que sabem explicar que as fadinhas / Que o amor precisa se espalhar / contagiar / disseminar / Se este deixar de ocorrer / Esse aqui deixará de ter o que contar.




Seja Bem Vinda Primavera.



Leo