12 de jun. de 2012

Staff coletivo para a próxima temporada da novela das sete


Gota quente esfria o corpo vazio de emoções passadas, notas falidas do bolso furado, garantido a milhões de anos luz que a felicidade tira férias no outono e cria a tal da expectativa para o verão do ano que vem, quando a onda cobrir teus pés e molhar tua canela, enquanto sente saudade de si mesmo em frente ao espelho, envelhecendo aos poucos, custeando mais uma vez entender os pêlos procriados e se afastando dos amigos, acabando com as conversas sem nexo. Ser adulto é ter identidade certa para cada trecho do texto, é viajar em palavras concretas e simplesmente esquecer de dançar ao som do nada. Precisa ter musica alta e muita bebida cara, realmente, o preço precisa ser alto, para tudo, para toda qualidade garantida em frases sobre bolsas de valores e déficits bancários e notas promissórias da sua carreira que dita pela sua mãe, seria promissora, se tivesse se formado no curso de inglês e tentado cabular menos o judô, comendo pastel escondido da própria barriga, que vergonha ser adulto, que vergonha dessa saudade que dá de quem não se encontra mais por aí sambando ocasiões simples.

Que saco é o senso critico e as responsabilidades, agora até os meus desenhos precisam ser melhores, pois os traços empacam e desencanam de sair do inicio para formar as casas do meu condomínio fechado e protegido por duzentos seguranças, com os rostos amargurados por seus salários curtos e mulheres que reclamam demais. Eles não me deixam pirar mais, esqueci o rumo da loucura e caduco minha cabeça nas contas e nos deveres diários. Chato por reclamar e ainda mais chato pela obrigação de passar por caminhos parecidos, sejam eles próximos ou não. A vida é um sapato apertado e paletó em dia de calor, e o pior de tudo, só foram me avisar depois de todas essas primaveras, quase vinte e sete, quase trinta já se foram e mentem para as crianças falando de embarcações cheias de barbudos na aula de história e mentindo, dizendo que o Japão fica do outro lado do mundo, sendo que na Liberdade, bom, na liberdade ninguém sabe de nada, porque essa nunca existiu para ninguém. 

Coma cereais, integrais e tome dois litros de água. Ande, respire com calma e prefira roupas claras. Duas voltas para formar o nó da gravata e linhas tortas deixam esse terno mais caro, mas que droga, quadrado demais para círculos alterados de embriaguês. Por onde estavam os bêbados na noite passada enquanto palhaços criticavam a monarquia e sua capacidade curta de democracia? Expressamente, ligeiramente cansado de arriscar palpites e os rostos virarem. Dentro do silencio a razão é alcançada quase que sempre, sempre só não, pois como a liberdade, o sempre também é mera ilusão das nossas capacidades de criar sentimentos motivadores para continuarmos em frente, sempre em frente marujos, remando nessa embarcação com menos barbudos que as vindas de Portugal, que roubaram tanto ouro, que levaram o brilho dos nossos sorrisos esperançosos. Falam para fazer o certo, mas me ensinaram a andar errado, falar, criar e a pensar, achando que seria legal ser, mas nem sei quem sou e continuo pouco sabendo.

Eita palhaço reclamão, volta para picadeiro e fecha esse bico, borra menos a maquiagem e estampa logo esse sorriso, escarnecido e cria ao menos a sensação, externa, projeta e concretiza, para o de conta fazer o que tiver de ser, bem ao menos para fora pode parecer o suficiente para alegrar a quem olhar e se guiar por sentimentos estranhos dessa fase obscura, tão escura que nem nego a necessidade de um abajur para o meu coração, que deixou as estrelas de lado e casou-se com as cédulas  coloridas de arco-íris importado da Ásia, transportado em cargueiro bagunçado, completado por olhos gordinhos, que se envaideceram e esconderam no fundo do poço as possibilidades de encontrar peças originais de um amor verdadeiro, partindo só de você, sem espantar a sua leveza, porque dela, você precisa demais.

_ eita burrice Leonardo.