26 de nov. de 2009

#Vintegramas - Sobre algumas paixões e assuntos mal resolvidos

Deixei um bilhete debaixo da sua carteira e você me devolveu. Leu meu nome acima, me apresentando, dizendo quem era, mas você só percebeu e devolveu. Na segunda, não me encontrava abraçado com você, beijou meu amigo e tive que sair andando, doeu tudo por dentro. Dor de barriga momentânea ou algo que não sei explicar. Dei uma volta correndo pelo bairro, chorei por cada dia que pensei e corri mais. Procurando o que não tem forma. Vi-te namorando e resolvi esconder tudo da minha vista, apaguei fotos e falei mal de você para todos os meus amigos, disse que não conseguia conviver bem, mas era tudo mentira. Fechei a porta e preferi não olhar para trás. Dizer “tchau” sem abraçar dói menos. Um primeiro beijo roubado, na sexta-feira, na hora do intervalo. Fui até a sala e abri um sorriso, disse para não me preocupar, mas parti com as mãos molhadas de nervoso. Em Fevereiro apreciei o mar com um sentimento dentro de mim, mão dada e pensamentos em conjunto. Ano seguinte tudo mudou, o corte de cabelo se foi e a banda que você mais gosta não está mais tão em alta. Vou me mudar para um lugar bem longe, não vai me ver por um tempo, mas sempre carregarei dentro da minha saudade, um pouco de tudo de cada pouco que um muito é você aqui, sem explicar tamanhos em regras da matemática. Sem proporções possíveis de entender. Não se entende, esqueci a razão no primeiro dia de aula e esqueci-me de procurar nos “achados e perdidos”. Aqui se pode, aqui se vai.

Na juventude aprendi a gostar de sorrisos lindos, na juventude aproveitei cada amor roubado. Bebedeiras e tudo que parecia proibido me fazia tão bem. Mas nessa vontade imensa de viver uma novidade. Uma boca, um corpo, mais um e menos um. Quero só um, espalhado nessa imensidão de vários “uns”, quero só um. Explicando não encontro uma forma humana de dizer, mas acordaria no horário e respeitaria melhor o universo. Levaria minha residência para o alto de uma montanha, cobria o corpo de repelente ao anoitecer. Esquento água no forno e aqueço meus pés, estou com você. Estarei onde estiver, ficando nos feriados e descansando aos domingos, mas ouvido nunca faltará. Conversas antes de dormir e vício que parece fazer bem, necessidade, estranha necessidade. Não é água, não é alimento que enche estômago, mas necessito. Com toda a vergonha de lado, sorriso estampado e uma cara de babaca. Idiota, tentou e não conseguiu, treinou e errou, errou mais uma vez e sempre vai parecer um bobão. Trouxa, quem sabe em outra vez?! Repartirei um pedaço de bolo e te deixo no seu próprio aniversário. O canto sigo fazendo acompanhado das palmas, das mãos e das pessoas. Para ser sincero! Deixei uma foto escondida, uma só! Não sou uma pessoa de colecionar matéria, fica na cabeça e acho o suficiente.

Passei pelo mesmo lugar e você estava ali, garota mais linda do colégio, linda menina que vi de cima do palco e tropecei, beijei o chão. Menina mais linda do meu bairro, do meu mundo e do planeta. Universo pequeno que fez esse Senhor estranho do tempo, fazendo da maneira errada mais uma vez, brincadeira desnecessária. Passou onda e não parti, pulei antes e não deu tempo. Rabo do cometa, estrela cadente sem direção, me leva para o mundo que quiser essa minha paixão e faz com que ela consiga chegar. Longe de casa, em uma rua que não sei o nome, não tenho para onde escrever. Conversas de telefone que ficam para trás, estou satisfeito em pensar muito, mas na dificuldade, não esclareço minhas dúvidas por completo, impossível fato. Quando aprendeu, literalmente, aprendeu e agora precisa adaptar e plantar uma nova semente. Árvore nova e ar renovado, simplicidade. Colocando as coisas em ordem e cruzando os meus dedos. No objetivo que desconheço, duvido de tudo um pouco, mas continuo.

Se amanhar faltar fruta, eu mesmo vou à feira. Vou escolher a melancia mais colorida, a maior, a mais bonita. Vou comprar um pastel para o meu almoço e me perder entre as donas de casas. Seus maridos e suas novelas, sua filha entrou em uma boa faculdade. Continuo aprendendo, mas aprendo devagar demais. Quem sabe esse asteróide não seja meu, estacionei na vaga errada e me decepcionei. Um pouco de verde, amarelo, rosa e azul. Verde de novo e antes de dormir?! Eu só tento não pensar muito.


Droga, droga, droga

Mil vezes

Droga!


Lucas Silva e Silva

22 de nov. de 2009

#Vintegramas - Não gosto quando você me olha assim

Caí no meio da lama, tinha chovido muito no começo da tarde e senti vergonha. Tinha lama por toda minha roupa, tinha lama nos meus calçados e por toda minha camiseta. Tão branca, tão limpa, agora tão suja. Todos riram de mim quando entrei na sala, como se fosse a coisa mais ridícula que pudesse acontecer no mundo naquele momento. Abaixei minha cabaça e comecei a chorar, não conseguia me controlar. Meu rosto ficava vermelho e eu não me agüentava. A professora veio e me abraçou, pedindo para que todos parassem de rir daquela maneira. Como se a desgraça alheia pudesse transmitir motivos para uma artificial alegria. Desprovido da coragem, desprovido da capacidade de retrucar, chorei e chorei mais uma vez. Abaixei, como sempre abaixo e refleti mais de cinco minutos, na terapia sábia de tentar entender a vida e sempre ter um novo motivo para pensar. Chorando escapei por mais uma vez e voltei para casa. Descendo a rua e logo entrando em casa, lavando meu corpo e me aprontando para uma noite. Desenho, novela, lição e depois dormir. Continuidade esperta daquilo que sempre segue. Fazendo do presente, pensando sempre no futuro e se encontrando por vezes com o passado. Ele aparece sempre que pode, tem uma maneira estranha de visitar seus entes tão queridos, mas nunca mal aceito. Aceito e abro meus braços. Verei meus pais comentando os seus dias, seu trabalho não vai tão bem e as contas não estão em dia, mas sempre parece tudo muito bem. Quando Deus criou o mundo, ele deu várias opções de definir o que é bom para tua vida. O diabo chama isso de livre arbítrio e para os incapacitados de pensar, sempre vão caindo e caindo. Mas cair cansa para quem é esperto. Passou da data do pagamento e apareceu mais um zero no final da sua conta. Está tudo atrasado e fora do lugar. Organizando entre sapatos e roupas que não vou mais usar, organizando.


Ele vai à frente e vou seguindo seu caminho. Vai criando o percurso, é só se concentrar em sua própria respiração e esquecer que o mundo existe. Fico indeciso e encaixo todas as minhas idéias no lugar, mas como você consegue ir tão forte assim sem se cansar? Não entendo sua capacidade, não entendo e sempre acabo me aborrecendo com coisas banais, coisas que deveriam passar em branco e não consigo ainda ser tão irmão assim. Se pudesse, correria na frente e seria alguém, mas nessa dúvida de ser e ter, acabo mais uma vez encontrando todos rindo de mim. Medo, medo durante todo o processo de pensamento e meu cérebro vai parando. Não agüentando, caio e tiro um cochilo, me perco em uma tarde e espero que volte ao anoitecer. Por que tantas perguntas? Por que poucas respostas? Por que perguntar tanto? Para que querer saber de tudo, saiba só aquilo que lhe cabe e aproveita mais um pouco, dança e erra um pouco. Deixa tudo como está, mas melhora o que puder. Desafio a gente sempre tem. Escreve por mim como se pudesse responder. Respostas, várias, para quais perguntas mesmo? No simples achei um manual a ser seguido a risca, caminhos fáceis, mas trabalhosos, não deixo de sonhar. Não deixo para trás nada que eu possa pensar nesse exato momento. Limpando meu quarto e organizando cada gaveta. Colocando calças com calças e deixando mais acessíveis as bermudas. É final de ano e logo vai esquentar, logo vem um ano novo e mais coisas para ter medo. Preocupado com o novo campeão, talvez não, preocupado com o futuro?! Quem sabe?! O que vai ser? Ainda não descobri! Mas quando descobrir, juro que anoto e escrevo tudo aqui!

Se eu me quebrar e dever na praça, digo logo que vou mudar de nome e fugir de planeta, pego o próximo foguete para Marte e lá faço amizades novas. Sem vícios e novidades, decisões virão e outras vão sem resposta. Estou sem carro e não posso te dar carona para casa hoje, estou cheio de barro e chorei tudo que podia chorar, mas ainda preciso pensar sozinho, ouvir música alta e falar sobre Beatles, moda e pop e a nossa geração. Nossas mães nos deixaram e esqueceu-se de anotar a receita do feijão. Não sei mais como crescer forte e sempre acabo em dúvida. Duvido de tudo um pouco, mas isso realmente não importa quando o que se deseja é solução. Solução ninguém tem. Inventaram livros que explicam a teoria, mas não vem um “Personal Trainer” para colocar em ordem. Disse que era bom deixar coisas anotadas, você pode usar nesses momentos de necessidade. Aprendo mais um nome e aceito com coração aberto.

Eu não sei quem eu sou, mas sei como sou, detalhe por detalhe, mesmo tentando esconder a barriga, mesmo tentando falar um pouco diferente, sou do jeito de sou e a foto 3x4 não deixa mentir. Sem ângulo que seja favorável, é aquilo e pronto. Pense e tente mentir. Mentir para si mesmo é a pior besteira. É pior do que se arrepender em final de relacionamento. Nesse caso é você contra você e não tem um espelho que possa diferenciar. Seu cadastro é único.





Leo ou Leonardo, sei lá!

8 de nov. de 2009

#Vintegramas - Escola técnica do esquecimento sugerido

O menino começou errado quando tentou bater para o gol. Começou correndo, tropeçou, correu mais um pouco e desistiu. Vai acordar com dor na perna, com certeza. Uma marca roxa para decorar, pele branca, nunca vê sol. As férias que não estão tão longe assim, mas acho que não vamos viajar para praia nesse verão. Meu pai perdeu o emprego e fica caro ficar viajando assim. Sempre tem alguém por aqui, o dinheiro não está sobrando para todo mundo, só para aqueles que não são tão meus amigos. Os pais deles pagam escolas mais caras e podem sempre ir para onde quiserem. Vão ver o mar durante o inverno e se escondem em algum lugar fresquinho no mês do calor. Invertem tudo. Compram coisas caras ao invés das mais baratas. A mãe do menino nem faz pesquisa de preço antes de comprar. Assina o cheque e espera ele cair na conta. Tem tanta coisa ali dentro que parece piscina de bolinha. Um dia quero ter uma festa em um Buffet bem legal. Games e um carrinho que atravesse todas as pontas. Adultos não brincam, bebem cerveja e se divertem falando da cor do carro do vizinho. O vizinho nem foi convidado dessa vez. Ele foi viajar junto com o pessoal do curso de inglês. Então peguei minha bola e desci. Oito andares. De elevador parece só um. Tudo de uma vez e sem parar. Para às vezes, andar do vizinho que quer descer. Desce também mas não joga no meu time. Hora de ver a namorada, acordou tarde, é férias e agora vai beijar sua linda donzela. Seus pais trabalham a tarde, ninguém percebe a possível movimentação do amor. Um menino entrou na quadra. Meio alto, meio desengonçado correndo. Uniforme completo do “São Paulo” e por que será que ele não usa tênis e mesmo assim tem chulé?! Te conheci ali. Veio vindo e não tinha mais ninguém para tocar a bola. Parede não corresponde com tanta força a sua jogada. Não se faz gol em área sem goleiro. Preciso de você, tem idéia de quanto tempo você vai permanecer em minha vida? Quebrei o braço mais uma vez, repetiu de ano duas vezes. Namorei algumas vezes e você pouco se apaixonou, está amando, mas não sei o quanto. Começa você no gol, começa aprendendo um pouco de como sou. Como fui e como possivelmente vou ser. Pensa no futuro de trás para frente, pensa logo.

Já é tarde e preciso subir para minha casa, o menino de azul já subiu e a sua avó está te chamando. Aperta o teu andar e não sacaneia o resto do povo que precisa subir. Não quero mais essa de parar de andar em andar, acho que não tenho mais idade, não é?! Chegou atrasado e sua avó já estava te esperando na porta. Ela gritou e eu dei risada. No dia seguinte a guerra já havia terminado e não tinha mais nenhum outro corpo ao chão. Ninguém mais gritou e o campeonato voltou. Campeão da tarde e preciso muito ter o coração da menina do nono, mas ela não desce tanto. Prefere ver a infância passar dentro de casa, assistindo TV e acreditando em tudo. Duvido que algumas coisas existam. Nem tudo é verdade e sempre tem alguém tentando enganar a gente. Deixar assustado é uma mania internacional, moda que não acaba nunca, mas eu costumo não pensar tanto nela. Esse clichê nunca me agradou e preciso ser sempre um pouco diferente. Vem comigo que te ensino a dançar, joga a coluna para trás e vê se sobe no horário certo hoje. Roupas molhadas e mais quilos de broncas. Se esconde na sessão de frutas que vou correr entre as fileiras do colégio. No meu prédio tenho amigos, no colégio eu conheci também. Mas quem sempre esteve tão próximo, sempre vai estar por perto. Tira uma foto para registrar a idade que vai passar, novidade se torna história e aumenta um pouco que ouve. Anota essa receita e faz felicidade bater na porta. Em três dias o seu amor vai bater a porta. Sem essa cara de tristeza, não precisa ficar tão desanimada, logo a semana passa e você volta a reclamar da velocidade do tempo. Relógio acelerado e louco! Não ensinaram que pode ser perigoso passar tão rápido assim. Pode se acidentar na curva ou fundir o motor na reta. Inimiga da perfeição, sem pressa, desisti de ser o primeiro e ver de camarim a escola passar. Esse ano não torço para ninguém. Futebol se foi e agora prefiro algo que ainda não sei. Um hobby para os finais de semana e o tempo que não muda. Faz calor e chove. Chove tanto e não entendo. Pede “bolinhos de chuva”, com certeza ela vai fazer e trás refrigerante, quero engordar e emagrecer.

No final da adolescência eu conheci um homem, ele era totalmente diferente de todos que já conheci. Ele se foi faz um tempo, mas não consigo esquecer por um segundo o cometa que passou em minha vida. Se minha consciência conseguir trabalhar de uma maneira bem mais sincera, explicarei de uma forma mais franca e exata, mas esse moço sempre aparece e se vai. Imortal dentro dos seus atos incríveis, ele aparece e logo some, aparece diferente e não tem mais o mesmo rosto no espelho, cresceu pelo e está estranho. Achei que fosse maior, achei que fosse mais emocionante. Onde estão as festas e as bandas? Virou na segunda reta e desapareceu. Disse que amanhã vai ser tudo diferente, não sei explicar o que seria o diferente, mas descubro e anoto tudo que tiver que anotar, levo meu caderninho no bolso e o que não der, pulo e volto duas casas no futuro, pago com a responsabilidade de ter um amanhã mais contente. Dormi demais e mesmo assim não cresci, voltei no tempo e me perdi. Perdi o tempo da bola e ela veio na minha cara. Amigos se foram e alguns estão voltando, preciso correr, correr tanto, cansa, mas correrei, cansa, mas continuarei correndo. Ao amanhecer levanto e sigo o necessário, colocar em dia algumas coisas e descansar só ao final do dia. Gente grande que não cresceu, pagando a irresponsabilidade de alguns dias bem dormidos. Vontade ser atleta, correndo, correndo e agora tentando poder voar. Voa contra o tempo e encontra tudo que deixou pelo caminho, leva uma sexta e me encontra no sábado, perde a noção dos fatos e começa tudo de novo. Cansei de explicar e não seguir, cansei de dizer e sozinho esquecer. No cronograma, esse é o momento que seu rosto fica mais velho e a sua vida também necessita. Trabalha mais um pouco e dorme quando der sono. Começa agora e deixa para entender depois, cruza os dedos e joga a sorte para cima. Quando ela cair, fala que volto depois de quinze dias. Resolvi me internar e entender da dependência, sacar melhor essa decadência, ser, vamos ser, seremos alguém, vamos ser, ser e será, na importância do ser, serei quem você quiser, no castelo que me perdi, no caminho que esqueci, expliquei e não sei, não sei do nada, do nada o único lápis eu usei para dizer “que talvez conseguirei”.

Leo Cobain

6 de nov. de 2009

#Vintegramas - Sonhar e agir!

Tudo parecia tão grande quando passei aqui pela última vez, desci reparando, casa por casa, calçada e cada portão. Na primeira lombada uma senhora e o grau mais alto de dificuldade, segunda lombada e um garoto que tinha um cão “salsicha”, terceira lombada, avó do meu amigo e casa que parecia um castelo. Duas casas antes a casa onde cresci, onde nasci. Não sei bem a ordem correta dos fatos, mas ali vivi metade dos anos que tenho nesse momento de vida. Aprendi parte do que era certo e entendi que algumas coisas eram erradas. Com o tempo a sua cabeça aprende um pouco de cada coisa, um pouco diferente, sem ordem ou livro que explique seu pensamento. Vai fluindo, vai crescendo, vira maré de positividade e joga para cima um pouco de bom astral. Sorriso quando acordar e agradeço cada passo. Aprendendo tudo que puder aprender, vou me soltar e cair na novidade. Vou cair em algo que me leve a novas loucuras, novas sensações e um pouco de tudo isso. Carrego na bagagem pessoas que adoro. Melhores amigos e aliados, companheiros. Não tenho o que querer no momento, na simplicidade que escolhi viver a vida, estou contente até demais. Algumas moedas no meu bolso ainda fazem barulho, mas o que importa não tem preço e é para isso que dou toda minha importância. Brincando de simplificar cada pensamento. Caminhando para casa e chegando em meia dúzia de conclusões. Encontro uma namorada nova no mês que vem. Que não pense muito diferente de mim e tenha bom gosto. Goste do sol e reclame só daquilo que realmente necessita ser reclamado. Recicle informações e encontre um ponto ideal para a sua mente trabalhar. Trabalhe e comece sempre que necessitar, repita, repita e faça. Faça sempre que puder, pratique e mantenha tudo em dia. Caminhando para o lado do bem encontrei mais algumas coisas para contar, mas vou deixar para uma próxima. Quero encontrar sonho quando for dormir. Asas que não abrem tanto assim, estou aqui, eu sou real, eu sou você e sou todo mundo. Todo mundo passa o dia pensando e eu penso um pouco mais, quando penso que você está pensando, mas imagino tua cara de espanto.

Desejei para o mundo, que vim realmente para aprender, para ter um pouco dentro da minha vivência. Engordando meu cérebro com diversos tipos de paisagens, visões novas e várias rostos novos para descobrir o nome. Nunca sei a hora certa que vai acabar a festa e acabo me preocupando demais. Quando passa, não te beijei o tanto que queria, volto para casa pedindo por mais um, talvez não exista, talvez não tenha mais. O filme acaba e vira outro, vira riso, vira um dia diferente e um outro nome. Não sei bem como controlar essas paixões que se vão tão assim, sem explicação. O mundo muda de cor e eu não reparo, muda o cheiro, muda a velocidade. O ano passou tão rápido, mas teve o mesmo tanto de dias que o ano passado e outros que não foram bissextos, anos de Olimpíadas ou eventos assim. De quatro em quatro anos, vou somando anos vividos. Queria ter sido o camisa número sete do time de verde, levantaria a bola na área e correria para o abraço. Tanto braços, tantos abraços, tantos laços, continuações e caminhos, perdido, achados, caídos e vou levantar, sempre levanto. Medo só tenho depois, não penso nele e vou acreditando que não existe algo que realmente possa machucar, consciente e pensante, cético por instante e acredito um pouco depois. Duvido de quase tudo, mas sempre tenho uma conclusão, uma pelo menos, daquela meia dúzia que já perdi pelo caminho, escorregou do meu bolso e não achei mais, esqueci o assunto. Faça enquanto tem vontade, viva o presente. Calculou durante o passado e agora usufrua do momento. Perceba que é no agora que acontece a sua vida. Independente da idade, local onde vive, viva e acredite na sorte, coragem para os dias mais frios. Esquente seu corpo e lembre do abraço. Do braço que cresce com o passar dos anos. Passou mais uma vez tão rápido e ninguém reparou. Ano que ninguém nunca vê, pensou em fazer tantas coisas e criou tantos planos e ele se foi, virou outro.

Nas meias dúzias de conclusões que ficaram, espero ter uma vida agradável. Pois vou concordando e discordando de algumas e pelo caminho deixei toda a matéria que não necessito de fato. Deixei para trás tudo que pesa durante a viagem. Panos leves e menos tempo com calçados fechados. Seus pés precisam de ar, precisam respirar. Respire com mais calma que seu corpo aguenta o percurso inteiro e assim como ano, se vai. Vira passado. Avalie o que puder e crie metas para o momento que desejar. Viva o agora, lembre de ontem e espere pelo amanhã, além do que, vai ser muito interessante encontrar vários amigos perdidos e alguns loucos. Loucos caídos pelo chão, somos jovens tatuados e sem rumo certo. Tira o dinheiro do bolso e faz dele algo que te faça realmente feliz. Faça ter valor aquilo que realmente não tem valor algum. Aquilo que determina quem é feliz de verdade e quem aprendeu a sorrir. Leva de mim tudo aquilo que resta, pois por enquanto não vou precisar. Trabalho no outro final de semana e recupero um pouco do que perdi. Somei alguns outros bolsos que precisam dele para coisas maiores. Coisas que não sei o que são, mas não quero pensar por ninguém nesse instante. Quero ficar calado e ouvir uma música calma. Ironia do destino, no mesmo horário. Cama bagunçada e cheiro estranho dentro do quarto, uma música para sair da rotina e ideias fluindo de uma maneira diferente. Valsa entre os meus amigos e deixa seu corpo ficar suado, no imperialismo de uma alma pagã e perto agora dessa loucura, piano vai do menor ao maior, sem entender de música, encontra uma nova parceira e tira para dançar, medíocre, mal amado, mal casado, mal solitário, dança para disfarçar, dança e soma mais um dia que vai começar, um pouco de calor um pouco do agora, no momento de vivência e isso que tenho a dizer. Somente, no diariamente do fato que não vai compreender, desenho com poucas cores e informações que nunca batem, não precisa bater, mas todo mundo sempre quer que tudo faça sentido. Sei lá se realmente faz sentido. Enfim, não faz sentido pensar demais, cabelos um dia irão e enquanto os tenho, vou amando um por um.
Leo Tsé Tung