20 de out. de 2008

Estudo. continuação... "complexando a situação"

Estudo da falta do “eu, seu, meu, teu, você, ele, ela, alguém, quando, onde” em textos de assuntos diversos

Objetivo: Não usar de forma alguma “eu, seu, meu, teu, você, ele, ela, alguém, quando, onde” em todos os textos seguintes. Os textos vão se referir a assuntos diversos, passados, novos e possíveis redundâncias. Quero ver se realmente consigo anular algumas palavras e ainda assim manter uma possível concordância em tudo que escrevo.

Tema: Vivência na pós – adolescência

Plano seqüencial, com som de baquetas ao fundo. Assim cresceu uma pessoa, que hoje veste roupas adultas e se despede diariamente da bermuda. Pendurada em um cabide triste. Carrega nos fones lembranças dos amores que passaram,das brigas e tudo que parecia ser tão errado. Jovens não percebem suas burradas e tudo aquilo que os anula da normalidade. Vontade sair de casa, ter um carro e freqüentar os lugares proibidos para menores. Percebe que a vida até ali foi rápida e tem quase certeza que a outra metade do século de vida, ou quase isso, vai passar tão rápido quanto. O quarto é pequeno, não cabe mais uma vida, segredos e dimensões que só quem vive percebe.

Evolui e esquece como era o sorriso que já amou, as roupas vão mudando também. Normal se encantar com nossas lojas e sentir sufocado no momento em que aperta a gravata da primeira entrevista. Passa tanto perfume que não agüenta mais respirar. Dói à cabeça ser adulto, taxas e juros acumulados e a bolsa que não para de cair. Tudo que caía antes era tão fácil de levantar, abaixava, erguia o braço e estava tudo bem. Mal do mundo era menor do que tudo que passa na TV. Essa caixa quadrada assusta cada vez mais, pessoas que não descansam. Tempestades que alagam olhos durante a enxurrada. Mas deixarei de ser triste e vou erguer minha alma, procurar um novo emprego, perder é tão normal daqui pra frente. Muda e muda, não avisa mais ninguém, esse que vai ter um nome condecorado, seja com um quadro na parede do restaurante de comida rápida ou no posto de presidente deste país. Pode não ser uma pessoa de nome, mas vai pagar todos os impostos, essa aposentadoria da vida é tão atraente.

Bonitos serão os dias que terminam rapidamente, não agüento trabalhar demais, o cérebro trava e perco o caminho de casa. Durmo demais e acordo longe do ponto que devo parar e vou indo, não encontro mais nada e não sei o nome da pessoa que está sentada do lado esquerdo, muito menos do direito, desconhecidos. Tão conhecidos, vejo rostos todos os dias e mesmo assim, é passado que não conhecerei. Cada dia um novo. Penteados diferentes e tom de voz que dói o ouvido. Acorda e me deixa descer no local correto da minha parada. Mesmo sendo mau aluno, crio rituais de gente grande, faço barba e pareço gente nas reuniões com pessoas que estão um pouco menos ricas do que a minha conta bancária. Está no zero mais uma vez, supero no mês que vem, cubro a dívida e torno tudo normal. Dever é complicado, dívidas não são piadas tão boas de contar para os amigos. Sentem dó ao ver moeda contada atrás de moeda.

Crescerei ou cresci, não percebi tanto. Não dói. As pernas crescem, os ossos aumentam e tudo continua do mesmo jeito. Rosto que fica quadrado e começa a ser coberto por uma cor acinzentada. Ficamos velhos do dia para noite. Estar longe da Terra do Nunca e não ser Peter Pan é complexo. Funciona nos gibis, funciona nos filmes, mas comigo não. O mundo pede, a vida pede, todos pedem e parece uma torcida incansável. Mostre os lucros e direi quem és. Esse carro é do ano? Essa roupa já está ultrapassada demais, abaixa esse cinto, por favor?

Longe da cabeça tudo vai parecer mais bonito. Acende mais um, compra mais um pouco e mistura. Essa veio de um lugar louco. Loucos serão os adolescentes que se foram. Adeptos de tudo aquilo que assusta criança que se atreve a assistir o jornal das oito. Não assista! Pelo amor do nosso Deus! Se ouvirem o que faço, por Deus, vão sentir nojo de mim e não vão falar comigo olhando no olho. Está vermelho, é uma alergia e nada, além disso, e não durmo por que não tenho sono. Imagina! Não é nada disso que está pensando! As festas que ninguém dorme são normais, impossível estar com alguma pessoa agarrada na parede. Meninas se beijam, todos amam! É assustador, sei bem! Música alta faz mal para os ouvidos, mas dança. Chegue suado em casa. Chegue drogado em casa, entre direto no banheiro e tome banho. A balada foi boa, mas precisa parecer normal no jantar familiar, se a sua tia souber...

Os pais foram assim, tios, primos mais velhos e qualquer ser que está a sua volta. Nem todos tiveram a mesma coragem de saborear melhor a vida e se alojaram em suas tristezas. Vão levar o país para frente. Pagarão um colégio para os filhos e vão esperar notas boas. Enquanto dancei e vi o mundo louco que gira na madrugada. Machuquei o joelho, doeu, sofri, mas virou história. Brigas, derrotas e meninas que não quiseram me amar. Foram-se! Os ídolos não se pareciam comigo. Não sai na capa da revista de capa cor de rosa e muito menos desejei.

Fiz amigos diferentes e entrei em aventuras do submundo. Fiz e faria de novo, sem dor nas costas. Disposto a andar tudo aquilo de novo. Faria-me e copiaria O novamente é atraente também. Mas dói e sabe o que pode fazer e ainda obter lucros. Todas as paixões com as garotas mais lindas da sala. As discussões por um amanhã melhor. Todos já tentaram ou pensaram em mudar o mundo. Implantar o bem na vida de todo mundo. Revoluções pessoais e cortes de cabelos dos atores. Músicos estampados nas paredes do quarto. Adoradores dos nomes complexos dos filmes americanos. Brinquedos que perderam o sentido e foram fazer a alegria daquele que ainda vê tudo mais colorido. A saturação está mais baixa agora, não entendo. Jogo o contraste bem alto para parecer uma foto alegre. Crescer não é triste, mas estar perto de uma seriedade é complicado. O tempo vai indo, ninguém segura. O dia acaba e já é hora de esperar pelo seguinte. Está por vir, mas mesmo assim as camisas precisam já estar passadas. Comida pronta e tudo já pensado.

Normal é o tédio a partir de agora, não se culpe e não reclame. Faz parte do trânsito. Faz parte do domingo, da segunda e da terça também. Roteiros diários de uma mesmice. Fazer o que? Se fosse escolha, pularia uns dez capítulos, mas como é obrigação, os faço do desse jeito. Baterista de jazz que sola no meio da música e chama atenção para suas mãos. Coloco o cérebro acima e penso de um jeito diferente do normal. Penso do jeito que quiser nesse momento. Estar longe, ser de longe, enfim... Não sei!

Preciso escolher pelo fazer ou deixar de fazer. Arrepender do dia que dormi demais e achar ruim por não ter dormido. Estar sempre em dúvida. As cores são bonitas, mas nenhuma agrada tanto. Olha no espelho e vê barriga. Querer ser criança e afinar o rosto seria uma opção boa para aqueles que sempre desejam parecer mais novos. Impossível! São rugas, marcas, expressões fixas. Esse é o formato adulto do ser que foi criado pelos pais. Talvez tenham imaginado um ator ou coisa parecida. Virou cidadão. Médico, doutor e advogado. Dentista, instrutor e atleta. Cantor das noites perdidas da zona oeste da cidade. Perdedor de amores e vencedor das cantadas sem nexo. Amor que amou e se foi. Casamentos que acontecem nos dias mais claros. Se chover? Vai dar azar com certeza. Perderá a cabeça e ganhará peso. Querer o que não queria e deixar o que não deixaria. Subir, descer, crescer, ser, estar e conseguir.


Capaz será
Custa tentar
Custará e mesmo assim não adiantará

Dias acabarão
Terão sempre outros para continuar
Segue a seqüência

Conhecerá e esquecerá
Paixão se foi
E voltará

O coração uma hora amolece
Vira de paz
Vira de uma nova pessoa
Por quem
Apaixonar-se-á

Tristeza passa
Felicidade também
Não chore
Não reclame

Amanhã...

Só a Deus pertence




Leonardo Tatsuo Arima da Fonseca

11 de out. de 2008

Estudo. Parte dois (deixando cada vez mais complicado)

Estudo da falta do “eu, seu, meu, teu” em textos de assuntos diversos

Objetivo: Não usar de forma alguma “eu, seu, meu, teu” em todos os textos seguintes. Os textos vão se referir a assuntos diversos, passados, novos e possíveis redundâncias. Quero ver se realmente consigo anular algumas palavras e ainda assim manter uma possível concordância em tudo que escrevo.

Tema: Traição e coisas parecidas.


Diz te amar todos os dias, quando acorda, antes de dormir e sempre liga para saber onde você estava e com quem passou parte do tempo que esteve longe. Quer saber tudo que ocorre e tudo que ocorrerá durante as próximas horas. Se estiver chovendo, vai pedir para que fique em casa, se fizer sol, também vai pedir para que fique em casa. Prefere que não veja o mundo, talvez assim não se apaixone por um rosto perdido nos corredores das grandes lojas. Talvez não encontre uma conversa melhor para se perder durante alguns momentos, vendo o sol baixar e tudo escurecer. Vai virar noite e vai buscar na porta de casa. Leva ela para ver o filme que está passando no cinema, novo sucesso de público e muitos efeitos especiais. Não vão comentar o filme e vão lanchar algo que seja suculento. Acho que vão fazer sexo mais tarde. Tudo igual, mesmo corpo, sem novidades, as mesmas voltas, curvas iguais. Sabe sempre onde reduzir a velocidade e veracidade de cada futuro ato. Tudo de novo, nada muda. Às vezes muda alguma coisa, um detalhe, uma lingerie, mas sempre é a mesma pessoa. Quem ama não liga. Quem gosta não liga, mas não é algo para se pensar muito no decorrer do dia.


Tenho um papo mais envolvente e falo tudo àquilo que ele nunca diz. Já disse um dia, mas esqueceu no passado. No momento da conquista onde tudo era novo. Agora ficou velho e faço parecer novela nova. Capítulos diferentes e um personagem proibido dentro de tudo isso. Não quero me parecer com um vilão, mas adoro esse cheiro proibido que circula perto das paredes desse quarto. Quando toca o telefone e diz estar longe, quando finge que nada daquilo está realmente acontecendo. Hoje você me prefere, me ama mais do que qualquer outra coisa. É diferente, sei conversar sobre os assuntos que ele nunca se interessou e sou bonito o suficiente para poder desfilar de frente as suas amigas. Se orgulhar dizendo que roubou um beijo, que foi sufocante, te deixei sem ar, deixei molhada a sua boca. Deixei vontade quente dentro desse corpo. Vontade que nunca quer deixar de ter, nunca vai passar, ato consumado é ato feito e nada apaga aquilo que já está registrado.


Toco as músicas que tanto gosta e ele nunca fez questão de entender. Sei quais são os cantores que te agradam e as drogas que é viciada. Vicio-te mais ainda, tiro nossos corpos do chão e aprendo a levitar. Elevo a nossa alma para os lugares mais loucos do universo. Faço diferente e isso já é o suficiente. Sou o drogado que não serve para namoros fixos, sou o descolado do colégio que as meninas admiram, mas tem um medo absurdo de chegar perto. Não mordo ninguém, a não ser que peça com muito carinho. Para tudo se dá um jeito. É só ser prático e único. Nunca vai esquecer-se de nenhuma palavra minha.


Não fica com medo de ver o próprio coração partido, sabe que por mim não pode se apaixonar. Sabe que não pode sentir amor pela minha pessoa. Já declarou isso a outro rapaz e sou a segunda opção, diversão dos finais de semana. Conversa escondida e sem histórico. Apaga todas as mensagens que mando, ninguém pode ver, ele não pode saber. Se souber o amor vai-se embora e parece dor antes de dormir. Vira lembrança chata e arrependimento. Não fico muito contente, mas entendi porque isso ocorre e continuo caminhando. Ilustro nosso livro com páginas pervertidas. Vai me ofender. Quantas vezes quiser. Chama-me por nomes que em sã consciência tem vergonha de dizer. Posso ser quem você quiser.


Vamos queimar juntos.


Leonardo

6 de out. de 2008

Estudo.

Estudo da falta do “eu” em textos de assuntos diversos

Objetivo: Não usar de forma alguma “eu” em todos os textos seguintes. Os textos vão se referir a assuntos diversos, passados, novos e possíveis redundâncias. Quero ver se realmente consigo anular algumas palavras e ainda assim manter uma possível concordância em tudo que escrevo.

Tema: Sexo (tudo aquilo que dá vergonha de pensar e mostrar aos pais)


Nunca se atreva a tocar no assunto durante o almoço com a família, pode assustas, pode constranger os mais velhos e até mesmo ocasionar uma briga fora de hora. Guarda só para você e se não quiser esquecer, anota em um caderno e esconde da própria vista. Deixa virar passado, sensações, seduções que nunca vão entrar em um lugar vazio dentro de sua memória. Cultive para si toda essa plantação de libido, tem coisas que é melhor não dizer. Não se vende na TV por diversos motivos. Ainda vivemos em uma sociedade quadrada demais para conversar abertamente sobre tudo aquilo que nos transmite prazer. Melhor não pensar tanto.

Danço com os seus cabelos e adoro repetir as mesmas palavras sempre. Essa é a minha forma de fazer o errado aos seus olhos. É a minha maneira, treinei assim, aprendi assim e assim vou fazendo. Não adianta dizer que não vai gostar, vou sentir em seu rosto cada gota de suor. Respirando pudor de uma noite sem dormir. Escolho um final de semana e declaro feriado nacional. Perco um dia inteiro, perderia uma vida repetindo tudo isso. Não pareceria velho, não pareceria com nada que já vi. Coloco todos os pronomes possíveis no subjetivo, no indireto, mas diretamente, caminho para cima do seu corpo e vou decifrando um mapa.

Tira essa camiseta pesada, está tão calor aqui. Vem fazer o seu corpo suar perto do meu. Coloca para fora essa sua vontade de mudar de nome. Coloca para fora tudo aquilo que desejar tirar de dentro de si. Saia de você e seja quem quiser. Seja atriz, seja cantora da minha noite. Faz disso tudo um show, vicioso. Orgulhoso em me ver aqui, nesse momento, por estar perto do acontecimento que sempre espero muito tempo para acontecer. Por isso não perco tempo. Abaixo as suas calças e te deixo com vergonha. É lindo te ver assim, é lindo sentir a sua vergonha me deixando arrepiado. É só para mim e para mais ninguém.

Cada curva desse corpo, cada pelo que arranco com a boca e vou marcando as partes que gosto mais. Adoro ainda mais quando parece proibido, quando fazemos escondido. Alguém vai chegar e isso precisa terminar logo. Não me preocupo com os tempos verbais e muito menos se estou certo em me expressar assim. Alguns cantam, outros desenham. Todos são explícitos dentro de suas artes. Na minha arte desenho com palavras e canto com a boca fechada. Dissertação, narrativa e algo que tenha outra denominação dentro do português, não sei. Ninguém sabe a melhor forma.

Não pretendo transformar as minhas ambições em um conto erótico. Entre os seios e o seu umbigo, uma mordida atrás, na nuca, localizando o seu prazer com um gemido gostoso. Gosto quando parece sujo, gosto quando usa toda sua força. Adoro ver meu corpo vermelho. Esses arranhões que desejo ver sempre em meu corpo, como se fosse tatuagem, como se fosse impossível sumir. Não suma, apareça no verão sempre que quiser. Tem um lugar só seu no meu quarto. No meu coração não, aqui não cabe mais ninguém. Mas o conforto da minha cama sempre te espera.

Faça-me adolescente mais uma vez, menino. Quero perder minha virgindade usando essas palavras e vai se lembrar para sempre. Hoje parece melhor que ontem e disso que você mais gosta. Não precisa assumir, existem outras mil maneiras de descobrir o que realmente está sentindo quando seu corpo está sobre o meu.

Quando quiser
Sabe onde me encontrar



Leonardo

5 de out. de 2008

Estudo.

Estudo da falta do “eu” em textos de assuntos diversos


Objetivo: Não usar de forma alguma “eu” em todos os textos seguintes. Os textos vão se referir a assuntos diversos, passados, novos e possíveis redundâncias. Quero ver se realmente consigo anular algumas palavras e ainda assim manter uma possível concordância em tudo que escrevo.


Tema: Amor (amores, paixões e tudo de clichê que se vende na TV em horário nobre)


Vou dizer por um bom tempo que é de você que tenho sentido mais falta. Ao dizer “boa noite” todos os dias antes do nosso sono de poucas horas. Conversávamos e o tempo não parava de passar e quando víamos já era quase outro dia. Sem programar nada, sem escolher assuntos, era peça sem roteiro e jornal sem pauta, tudo acontecia tão sem querer, que chegava ser impossível não ter uma paixão muito forte dentro desse coração. Acreditava que o mundo já havia parado de fabricar pessoas como essa que conhecia com muito mais gosto do que as outras. Outras que viraram parte de um passado sombrio, lá longe na memória, que a gente só lembra no almoço de domingo, quando revira toda vez o mesmo macarrão. Tudo igualzinho, sempre o mesmo começo e o mesmo fim, mas com você foi tudo diferente, do início e do precoce fim, não foi tua culpa.


Se estiver lendo isso, saiba com certeza, pense dentro de si, que sim, é para você e mais ninguém. Nunca escrevi tanto para uma pessoa só, escolhendo assuntos totalmente diferentes para dizer e impressionar um só olhar. Querer só para mim era um egoísmo muito grande, mais pessoas precisam se apaixonar por esse seu jeito. Puxe o “R” e faça rir outro ser que esteja triste, leve alegria, inocência e tudo que já me entregou de presente. E não posso ao menos reclamar, não tenho um mau dizer sobre essa personagem tão importante dentro dessa fase da história. Não há e nunca haverá, as páginas mais coloridas do livro são inspirações suas. Os risos em voz alta e uma forma mais clara de ver as coisas do mundo. Agradeço por ter me preparado para algumas coisas do mundo, obrigado por deixar participar por dois meses, uma eternidade dentro de mim.


Ofereço para você canções de amor, mesmo que esse já esteja dormindo. Do lado aqui, jogado nessa cama, edredons de lado e uma saudade grande do calor que ela já sentiu. Transformei em roteiro tudo isso e quando quero lembrar, aperto o “play” e vejo como foi lindo, cada momento, cada passo na areia da praia. Dias de calor, dias de chuva, dias de paz. Dias ao seu lado, perto e às vezes um pouco longe, mas sempre bem perto da retina. Essa que nunca deixou de enxergar nada do que passou, está tudo vivo ainda e acho que sempre vai estar. É um amor para nunca ser esquecido. História para contar escondido para o filho. Episódios bonitos dos seriados americanos da TV paga.


Quando tocar uma música com a minha voz no rádio, por favor, aumente muito o volume. Faça com que todas as pessoas ao seu redor ouçam e canta comigo o refrão, fiz para você nas noites que me esqueci da responsabilidade que é dormir, descansar o corpo. Esqueci de tudo e tornou um vício constante, daqueles que só clínica especializada consegue curar. Trazer de volta a normalidade dos fatos e conseguir fazer com que o cidadão em chamas, consiga não sentir tanto calor dentro do seu corpo e relaxar por alguns instantes com algum remédio que não se vende em farmácia.


Hoje consigo respirar com mais calma e não choro mais. Falo de você para alguns amigos e eles dizem para não lembrar mais disso. Falam por saber que o amor dói. Por não querer ver um amigo chateado, meio de lado, com saudade de uma pessoa que nunca mais vai aparecer. Não adianta esperar pela janela ou por mais um recado. Não adianta sonhar, não adianta querer. A novela já acabou e o final foi esse mesmo. Ainda fui capaz de errar quando não podia, falar aquilo que não é da sua boca e sim do ódio de uma derrota. Fiz errado, sei muito bem! Não adianta brigar agora e não adianta repetir a cartilha. Estudei-a por inteiro e decorei tudo, sou capaz de decifrar tudo que foi feito e até o que não podia ser, mas fiz.


Espero que esteja bem agora, queria te ver em cenas minhas novamente, mas tenho a capacidade de saber que agora não pertence mais a essa história. Mudou de canal e vive com um outro mocinho. Sei que não me tornei um vilão nisso tudo e muito menos o bandido da história. Acredito que sou aquele que, mesmo que às vezes, você gosta de lembrar antes de dormir. Por alguns sorrisos que ficaram e um pouco do que deixei escondido ai perto de ti. Chorei, confesso e não foi só uma vez. Durante todas às vezes acreditei que iria ler uma mensagem assinada com o seu nome, não com palavras feias e muito menos copiadas de um livro de fim de relação. Queria ver um incentivo a não afogar minha vida em um mar de lágrimas. Mas já passou, virou primavera.


Continuo caminhando e cantando, esperando por um dia de sorte. Por uma incerteza que ainda é possível. Um presente surpresa dentro de um momento festivo e vou festejar. Chamarei todos os meus amigos e cantarei por minutos o hino da vitória de um coração que vai prometer ser teu por uma vida inteira. Não é só promessa, é palavra minha. Assino embaixo e mostro onde vou estar no próximo fim de semana. Esperando no mesmo lugar que sempre marcamos os nossos encontros. Falaremos de tudo que aconteceu no mundo nesses meses todos. Algumas foram às medalhas na olimpíada e fiz alguns trabalhos nesse tempo. Está passando na TV até, clipe meu no “top” da MTV. Tem até desenho que fiz pensando em você.


É utopia e não me engano assim. Mas que seja sem querer, como gosta. Que seja sem combinar, na procedência de uma semana perdida, depois do carnaval falido. Não sambei, mas te encontrei tão bonita, só para mim e valeu esperar cada dia. Lembro de todos. Ansiedade e contagem de segundos. Foi tão rápido. Se pudesse, teria colocado tudo em câmera lenta, mesmo que fosse cansativo para quem assiste. Mesmo que desse sono, não me importaria mesmo. Conheceria-te em todas as vidas possíveis, em todas as idades possíveis. Seria paixão atrás de paixão, reprisando sempre. Colocaria teu nome em uma filha. Motivo esse para nunca esquecer, de nada e sempre ter por perto, um pedaço da história que nunca vou esquecer.



Leonardo