18 de mai. de 2011

- poema da saudade


Cabe em um cinzeiro esse coração maloqueiro
Desvirado, enxergo tão novo esse mundo parado
Estabilizado para entender com calma toda atitude
Percebo cada vez mais, que meus tombos geram virtudes

Enlouquecido e pasmo,
Envelhecido nos termos
Cada um que sabe
Então tem informação a menos para explicar
E falar sobre, ou então decifrar
Milhares já existem e reclamam menos
Outros vivem a vida acumulados de problemas pequenos

No meu Asteróide não tem canhão
Arma de fogo ou esses trecos que vai munição
É só atração pro bem e distanciamento
Quando me vi triste, sorrir foi o melhor tratamento

Assim que penso quando me cabe tempo para pensar
Ilustrando mais lentamente para que não venha errar
Expresso e curto, como café de máquina
Pesado e quente tira poeira dessa quina
Escondida no canto, mas não é o mesmo tanto
Preciso arrumar tudo por aqui, tem peso demais
Me segura tão lerdo que não consigo voar mais

Questão de se concentrar, procurar abrigo e depois melhorar
Levantar vôos bem altos, dificultando a tristeza chegar
Estranhando os problemas do mundo adulto
Que pede tanto que faça de conta que já é um menino culto
Esperto em sua gratidão
Elegendo presidente para essa multidão
De crianças desesperadas errando a milhão
Desenfreadas das curvas, descarrilando seu vagão

Na fila para o trem percebi o meu amor
Escondi-me por vergonha, me rosto emitiu o pavor
Fica com calma Coração
Ela só quer o seu bem e a sua consideração
Erramos todos também

E aumentar um problema, pode ser coisa somente da sua imaginação
Deita com calma e percebe que é sonho
Às vezes existem coisas na vida que deixa tudo muito estranho

Concentre-se mais.

Depois de pensar, só conclui uma coisa

Eu te amo tanto e cada dia dessa história, são vinte páginas muito amadas e desejadas
Quero muito estar ao seu lado pelo tempo que for possível estar
E se desejar mais ainda, tenho um monte de histórias para te contar
E quando pegar no sono

Você sabe em qual mundo vou te encontrar.


Te vejo no mundo dos sonhos.


Gordinho.

17 de mai. de 2011

#BASICNUMBER - Treinando novos verbos

Escova os dentes que eu preparo o café. Duas colheres de açúcar e meio mamão pra cada um. Tem um pelinho no seu paletó meu amor. Tem que ficar esperta hoje meu amor, parece que vai chover e nosso filho tem futebol. Tomaremos cuidado juntos. Qual melhor hora para nos encontrarmos para o almoço? Conheci o melhor restaurante da zona oeste. Pulando e flertando apaixonados. Acostumado com o amor que abençoa a luz de cada manhã. Percebo em terceira pessoa a realidade dos fatos. Seguindo. Avisto os dois caminhando pela manhã, cada um partindo para os seu detino pessoal, de segunda até sexta, no batente, contente. Levando como pode cada passo dessa imensidão. Na missão de fazer renda para viver como a necessidade dessa sociedade  que implica tanto. Pedindo produção constante, como se fossemos lâmpadas ou motores em combustão. Fervendo e borbulhando pontos de vistas controversos para aqueles que preferem os dias mais calmos. Melhor estar em dois, são mais mãos para construir. Mais idéias, mais conselhos e opiniões a serem discutidas. O interessante da vida é ter problemas, cada vez mais. Evoluindo a cada um, faz sentido se pensar assim. Logo cedo devemos nos preocupar somente com problemas pequenos, como tomar um bom banho e colocar a quantidade exata de açúcar no seu café e não me importo com dependência. É dependência demais achar que tudo é dependência também. Por isso, prefiro aliviar e assim que devemos fazer sempre.

- construíram em sorrisos unificados o diálogo que sem a necessidade de verbos ditos, somente em atração visual, já disse tudo que precisava, acalmando e levitando todos os sentimentos bons possíveis. Que estranho me separar daqui e sentindo a calma do universo que chama para abraço com muita pressa, acolhendo os medos que me passaram pela vista nos últimos dias.

Contas espalhadas e faturas vencidas. Imposto de renda e treze por cento que não volta. Eu sou a soma inútil de todas as novidades sem razão que já te apresentaram. Tento fazer de conta que não, lendo revistas e tentando entrar de cabeça em assuntos ligados a moda. Mas é tudo a mesma coisa, clichê do mesmo. Durante as quatorze horas, minha cabeça pesou junto com a dela. Amor, perdeu a razão. É tanta dor que é melhor dormirmos esse amor que está dificultando tanto. À noite a gente se vê em algum lugar perdido desses sonhos tão lúcidos. Parecidos com os dias que senti medo ou pude voar.

Invadiram disparando balas de borracha para todos os lados, me joguei atrás do balcão de informação e vi te levarem. Corri o suficiente para perceber que não sou tão rápido quanto imaginava. Não eram balas de borracha. Borracha não fura, não corta o coração, não exclama com tanta violência assim. Não mesmo.


... tentei começar, mas não consigo continuar




Leo Fonseca

13 de mai. de 2011

#BASICNUMBER - Daquele todo borrocado, logo ali, em instantes

No corredor de congelados escolhendo a janta mais barata que fosse possível levar. Encarecido pelos juros, enriqueceu pouco demais na última temporada, desfavorecendo o lucro absoluto e abstraindo assim qualquer cédula que perdurasse em sua carteira desbotada. Envelhecida pelo desmerecimento. Tanto faz. Escolheu a mais rápida. Dez minutos de microondas e a perfeição reinaria. Eu vestido de palhaço, com meu jornal a tirar colo. Cintura fina e um sorriso do tamanho do Planeta. Desfavorecido da merecida beleza terrena e obrigatória, televisivamente falando. Me alimento bem, mas é que as vezes esqueço de comer. Muito normal entres os normais do lado de cá. Entretanto, descreio que essa explicação tornará sua conclusão mais plausível. Cabe aos confusos do canto de lá explicarem melhor suas opiniões sem esquentarem as suas costas com estresse e impedimentos colaterais de contas atrasadas. É tudo tão normal quanto comida barata. E me visto assim, como um palhaço triste, antigo e decadente, perdido de amor por amores que nunca existiram, mas de tanto adivinhar a hora que viria, viciei-me demais e enlouqueci. Pedra atrás de pedra. Reconheci o meu passado esmagando o meu presente momento. Mas que falha é essa, meu senhor? Que maneira mais rude de apresentar vossa senhoria para as pessoas que por aqui passam. És um palhaço triste, humilde em seus laços, acalmado pela lentidão de sua vida. Conformado, levando a devidos passos sincronizados.

Se fosse música, seria lenta, cantada por um vocal grave. Timbres rudes e guitarras envelhecidas, fitas k7 e vinis riscados. Tocando Tim ou Elis, disfarçado ainda assim, cantarolando a solidão de mais um dia, revoltado não podia estar. Entristecido por verbos encalhados em conversa que deveria acabar antes, mas a burrice não permite. Antes das seis é melhor ficar em silêncio, que saudade da sua voz. Sussurrando em dia de sábado, falando pro domingo demorar. Sou viciado em sentimentos pesados, por isso aqui estou. Com esse fardo pesado, de bolas de cores que já saíram da moda. Nariz vermelho, redondo, acabando com qualquer tipo de semelhança agradável. Chorei quando percebi que a única graça que daria ao mundo, era a de não existir,
Sem vocação para dançarino, era um menino tímido na infância.

Certa vez jogava futebol antes da aula começar, devia ter nove anos. Como não fazia parte da aula, improvisávamos bolas aleatórias. Pequenas, de borracha, menores que as de futebol convencional. Só pra passar o tempo que tinha demais pela tão pouca idade. E foi só um chute que me marcou muito e fez a bola voar pelo alambrado, logo, para fora do colégio. Home Run. Cinematográfico, mas o dono da bola não gostou tanto assim. Toda balança precisa de dois lados, francamente, faz muito sentido! Ele correu muito atrás de mim, como se fosse bomba na Faixa de Gaza. Sem saber, fugi. Deveria ter resolvido, mas não resolvi. Sai correndo sem parar.

Triste Palhaço de passos contidos, ocasiões poucas e tantos sorrisos que cabem em poucas mãos. Três no mínimo, mas fracionado, pareceria menos do que é suficiente para garantir que está realmente feliz. Precisa só de silêncio na volta da maré, acalentando refrões simples de entender, para não confundir tanto essa audiência. Você sente comigo? Você consegue sentir isso que está aqui? Cada laço? Cada semelhança? No temor de ser igual, abafando o peso e isso é tão estranho.

-

Declaro derrota só por essa noite, volto pra casa calado e deixo alguma roupa por aqui. Só pra voltar amanhã, dizendo que esqueci. Seria motivo pra te ver, certeza que seria, mas atrás dessa cara lavada. Respiro a leveza e a gratidão de mais uma conclusão.

Palhaço vagabundo coração maloqueiro
Mal sabia em quanto tempo, mas hoje chamaria de primeiro
Sorrateiro, Traiçoeiro, Concordou,
Aceitou e disse que daqui pra frente seria diferente
Que coragem
e eu achando que dali só saía bobagem.
Convencido a milhão, percebi o merecimento dessa ocasião
Enfrentar desafios, completar lugares vazios
Eu sei que dá, é só acreditar, mirar e atirar
Encontra a ponta, do outro lado da lança
Fio de esperança, uma mudança
Faz tudo parte da nossa evolução
Dizendo que vale a pena essa situação
Se concordar, vou sim
Juro que eu vou até o Fim. [YO!]



Leonardo Fonseca


[Teste Criativo e Nada Além Disso]

5 de mai. de 2011

#SONHOSLÚCIDOS - Solenidade posterior aos gritos dados erroneamente.


Abençoada lua nova, coberta de sorvete e meninos voando. De um lado para o outro, numa inquietação que parecem minhas tias preparando almoço de dia de domingo. Inspiradas, cantando, entornando gargalhadas estridentes, lembrando dos casamentos da família, das uniões e compaixões que exaltadas, tornaram novo lar, habitação de sorrisos que nunca terminam. Quatro, na contagem humana, utilizando os dedos, era esse número que atingia observando a felicidade daqueles que com a novidade não paravam. Crianças são realmente hiperativas e possuem muito mais tempo para não pensar em problemas terrenos. Diversão que gera diversão, até mesmo uma bronca, que pode ser a forma mais trágica de concluir uma missão.

Giravam em torno de si, piruetas e rodopios. Double Kick Flip e mortal para completar a série, sem erros dessa vez. Pintura celeste, Capela Cistina e As Tartarugas Ninjas todas espalhadas para adentrar o combate. Destruidor de Sorrisos já pronto para acabar com nossos amigos, mas não é dia de se cansar, ainda mais quando só começa e embaralhado, precisa realmente organizar todas as funções para adequar-se a realidade do tempo. Esse que só se percebe melhor depois dos vinte, exercitando a rotina, as contas da casa e papeis acumulados. Essas dizendo que se não pagar até tal data, coitado, estará danado e ninguém mais vai querer andar com você. Preocupam-se em fazer durar, para conter cada emoção nova. Até então, é melhor se acalmar, para literalmente não confundir tanto as coisas, chamando de tristeza um simples sopro. Bolas de neve acumuladas causam dor de cabeça, faz frio demais lá dentro e isso não combina com a ligeira história dos meninos voadores da lua.

Estranha razão, fez com que um deles se afastasse do bando e voasse até o outro lado da lua. Ignorando-o, continuaram a dançar pelo ar. Brincaram por horas, excluindo a idéia de que lhes faltava alguém ali, pois a brincadeira fluiu necessariamente bem. Cansados, depois de horas, resolveram parar. Descansar, comer alguma coisa e propor outra atividade, onde fossem exigidos menos esforços físicos. Sentaram, respiraram com calma para que a corrente sanguínea acalmasse. Debateram assuntos corriqueiros, time de futebol, menina do colégio, brincadeiras diferentes, até perceberem que faltava alguém ali e isso incomodou profundamente. Funcionaram tão bem, mas estranho sentimento bateu, afirmando que ausência tornara-se um problema de solução inatingível.

- como pode nos abandonar assim?

- tirou férias e resolveu deixar na mão?

- mas como assim, que desnecessário esse menino!

Apenas descansando suas idéias, encontrava-se em outro canto o menino que faltava ali junto ao bando. Foi refrescar sozinho, não falar, não pensar, não cogitar, às vezes gera o necessário para depois voltar. É o passo mais calmo que a corrida permite, para que passos mais largos tomem posse no decorrer da jornada. Idéias no lugar, cabeça mais fria. Pode soar como preguiça, dependendo da boca e do olho que o vê, mas diferente disso, é só respirar. Foi só isso e nada além.

Assistir os foguetes decolando, os cometas passando e as estrelas apaixonando todos os casais, que com seus corações abertos, permitiram saborear a vida com gostos mais atraentes. Necessitamos leveza nessa passagem, se não, não vale a pena. Correr demais só faz os seus joelhos desgastarem e com todo esse cansaço estampado em rostos tristes, a primeira solução é se incomodar com a paz de quem a permitiu tão bem.

Esvazia para caber mais, utiliza muito bem para sempre ter. Quando faltar, procure, pois se uma vez obteve, a possibilidade dessa chance estar presente é mais do que certa. Estranho é se desgastar e sempre ter um culpado, isso que é realmente estranho, mas quando desejo bater assim. Deixa-o respirar também e se a brincadeira tiver que mudar de rumo, ramo ou direção, que seja com ar de novidade e de esperança, pois cada passo novo é um passo de felicidade.

E os meninos ficaram lá resmungando, perdendo a imensidão da vida.

Deixa pra lá, melhor é o melhor pra si, para os outros, eu já nem sei mais.


Leonardo Fonseca

3 de mai. de 2011

#TREINO - Constância diária da leveza necessária Vl. 1

Proeza levitar, encadernando folhas impares de situações constrangedoras que durante a infância te fizeram tão mal, cicatrizadas tatuagens, estampadas pelo corpo, curaria com muito choro. O poder de cada lágrima caberia por curar o caráter dos que precisam de paz para respirar e aceitar a vida com mais calma. Aceitar a decadência dos dias mais entediantes, entendendo que dali dois dias o brilho tornaria aparecer. É de costume muito humano acreditar que nunca algo vai dar certo, mas é pessimismo extremo manter esse pensamento adiante. Desacreditando na positividade, na possibilidade de não estar perdido e sim dentro de um padrão diferente, onde pessoas sorriem com mais constância e independente dos seus antecedentes, ali, todos te cobririam de novos conceitos, lhe dando nova nomeação, o que pouco importa são os dígitos dos seus documentos civis, que compravam que seu nome não está sujo perante as leis idiotas de um governo que nunca governou, ordena com tanta falha, que passa por ridículo, ordenando tanto e podendo tão pouco perante todas as vontades do mundo.

Bendita introdução, aderindo gestos novos para explicar com mais aptidão o que se passa por aqui. Ouvindo música alta para ilustrar melhor as paisagens que passam pela janela deste ônibus, me levando de volta para a casa que não tem mais meu cheiro, mas fria, evito pensar no distanciamento que estou tendo do meu ser. Confuso em partes distribui obrigações nos dias da semana para perceber com mais jeito que a vida vai passando devagar e que a distância há de diminuir com cada risco nesse calendário. Dizendo que falta menos um dia para definir esse vagão que insanamente joga luz em meu rosto com tanta fúria.

Calma que sou menino ainda. Tenho tanto medo do escuro e de todos os gritos que não abandonam nem em dia de domingo. Onde a paz deveria ordenar melhor o que se passa por aqui. Tirei férias e percebi só quando meu joelho já está coberto de sangue, ardendo de cada vez que ralei tentando levantar de cada tropeço. Se acostumando com sorriso colado no nariz, dizendo que vai ficar tudo bem. Que só precisa ter calma e viver o momento presente com mais eficácia. Besteira seria, mas tão confortável a sua preocupação. Amor ganhou palavras diferentes, mas divididas entre os mais pesados, passou despercebido novamente. Quando esse deveria ser mais leve, mas o espaço curto impede que o estresse diminua e afasta de perto todos os seus amigos mais íntimos.

Dariam muitas linhas explicitas aqui se fosse explicar com mais detalhes tudo que estou tentando dizer e chegaríamos a conclusões simples demais. Seria fraco demais para retratar cada sentimento bom que devemos aderir, discutindo menos as relações inter-humanas dessas pessoas atrapalhadas que levantam suas vozes por costumes medonhos. Erguendo a raiva por time de futebol ou menina que encarou como sonho e quando choque apareceu, percebeu que era tudo muito real.


Devemos ser leves e mais calmos.


Questione menos o que foi, avalie, mas não canse.
Compare, mas não se cobre


-

Concluindo idéias, para continuar. Precisamos sempre renovar

LeoFonseca

2 de mai. de 2011

#SONHOSLÚCIDOS - Invasão B.


Menino invadiu a cozinha descalço, na ponta dos pés. Evitava qualquer tipo de som que pudesse fazer. Algum passo mal encaminhado que viesse a entregar tudo! Precisava estudar muito essa missão, pra só depois competir com a realidade.

Abrir gaveta, pegar faca, abrir armário, pegar chocolate, cortar chocolate. Esconder e fugir.

Passava novela e a costura acompanhava o casal que acabará de separar. Sugeridas emoções disfarçadas pelas maquiagens televisivas, eternizando antigos apresentadores. Sem o lucro de aproveitar uma aposentadoria. Escraviza-se a viver o discurso monótono de mentiras contadas uma atrás da outra. Prestava atenção como sempre. Ligada no botão das coletâneas oferecidas nos comerciais de TV a cabo. Repetindo as animações pra entreter telespectador.

Quando quisesse, poderia dar início à missão. Voltou do comercial e agora é a hora! Dois passos de leve, respiração controlada e o corredor virou cozinha. Seus olhos acompanharam todos os movimentos da mãe no sofá, enquanto seus membros inferiores deram conta de encaminhar os passos conforme o plano dessa missão. Estava pronto para adentrar o ponto B. Acendeu a luz. Foi até a pia e fez movimentos de quem estava a beber muita água. Enquanto a torneira fazia a função de sonorizar falsos movimentos, abria lentamente a gaveta e escolhia a faca mais afiada. Daquela que cortam tudo. Muito cuidado quando abrir pacotes com ajuda dessa aí.

Em conspiração momentânea a gaveta fez um barulho simultâneo à possível movimentação na sala. Sua mãe desligará a TV e parecia caminhar até a cozinha. Isso fez com que a possibilidade de abortar a missão se tornasse realidade, antes mesmo do segundo passo. Frustração.

O menino caiu de joelhos na cozinha e chorou muito. Gritando o horror da derrota. Levemente chutou para fora a última tentativa nos pênaltis. Desclassificou seu time e humilhou toda a torcida.

Vaias e muitas vaias. Gritos dizendo que era realmente não era capaz.

Abaixou a cabeça para dar-te de presente, erguer a sua vergonha

E a TV voltou a fazer barulho na sala. Programas de auditório e o Delegado que atirou no condenado por que ambos estavam dez anos atrasados. Descontentes, desligaram-se da moda e das tendências, mas discutiam ali, de frente a mulher que engravidou do vocalista daquela banda lá.

Jogador vestiu a camisa verde camuflada, fez uma listra preta embaixo de cada olho usando o indicador direito. Olhou agachado no vão da porta se a movimentação da área da sala permitia que a missão continuasse. Partindo do princípio que ações deveriam ser repetidas com mais calma e ênfase sonora.

Fez o truque da água novamente.

Gaveta, Faca, armário, chocolate, apoiar, cortar.

Voltar, armário. Fechar.

Beber último copo d’água. Finalizar a missão voltando para base.

Na leveza de quem não fez nada.


-


Pequenas situações, algumas anotações. Devidas, exageradas, retrospectivas. Incluídas em histórias acumuladas.


Leonardo Fonseca