19 de dez. de 2008

Drogados não tem coração

Maldito coração que bate no meu peito. Queria ter te esquecido, queria ter te vendido. Queria ter ido embora para um mundo que não existe sentimento. Lembrei tarde demais desse escudo que não funciona mais. Lembrei tarde demais que sou humano, que sou você, que sou como ele, que sou como qualquer um. Não queria ser assim. Queria sorrir a falsidade das coisas escrotas da vida. Queria ser escroto. Queria ser idiota. Queria ser tudo aquilo que realmente deveria ser. É confuso. É confuso demais, mas penso menos de hoje em diante. Vou andar nas manhãs e vou me cansar até esquecer tudo que não quero dentro da minha cabeça. De tanto querer o oposto de você, preferi me internar sozinho. Não é amor, não é alegria e muito menos compaixão. Sou eu sozinho aqui, levando a vida como um samba sem enredo. Vou cantando e seguindo a linha que me parece ser melhor e vou me perder. Perdendo-me, encontro! Encontro a paz que não veio me ver hoje e tudo aquilo que já foi motivo para festa.


Bebo e esqueço teu nome em alguma boca perdida. Envolvo-me em algum corpo sem nome. Estou pouco preocupado com os detalhes da vida essa noite. Quero só esquecer tudo e voltar limpo para casa. Mesmo que a minha cabeça gire mais de mil vezes antes de sentir dor de cabeça. Bebo água e ligo a TV. Acabo com a minha hiperatividade com algum programa de sábado de manhã. Alguma criança idiota deve apresentar as mesmas babaquices que me fizeram ser o que sou hoje. Vão ter vários bonecos como eu em um futuro próximo. Cuidado! A festa acabando e minhas pernas estarão cansadas. Será tanta dor que não serei capaz de dizer seu nome mais alguma vez.


Escondo dentro meu nariz, não sou inteligente. Sou um drogado disfarçado de bom moço. Sou um perdido bem educado. Sou mendigo de casa coberta e alguns pares de roupas normais para serem utilizadas no dia-a-dia. Não sou o garoto mais legal do mundo e tenho costumes diferentes dos que você vê em seus amigos. Mas não se preocupe! Não escrevo para você e muito menos para ninguém. Não se vanglorie, não é tão importante assim. Para aquele que somente lê e não usa do seu coração, não entende, passar despercebido e só conclui com uma idéia banal, todas essas palavras que vou acumulando no decorrer de todas essas linhas. Se os teus olhos se sentirem cansados, por favor, pare por aqui! Pois mesmo que não queira, vou dizendo e vou dizendo para mim mesmo. Não me importo com a sua falta de entendimento ou coisa parecida. Odeio me explicar e odeio dizer as coisas de maneira clara. Sou complexo!



Tyler Durden!

11 de dez. de 2008

Só mais um estudo.

Não utilizarei: eu, você, ele, ela, nós, alguém, não, sim, talvez, então, dele, dela e nenhuma possível variação no plural.


Tema: Tristeza (momentânea, passageira, derradeira, minha)


Saudade dói. Diria-te em voz alta todas as vezes que senti o aperto desse sentimento dentro do coração. Parece a dor de agulhas farpadas que adentrando a alma e jogam para baixo tudo aquilo que deveria estar de pé. Diversão vira marasmo e mar deixa de refrescar verão. Virou tédio e esqueceu-se de banhar criança feliz. Pulou onda e hoje pulo acontecimentos. Tento encontrar entre os prédios alguns sorrisos que já se foram. Estão em algum outro lugar, diferente desse, longe, perto. Ninguém realmente sabe.


Explica-me a tristeza Deus. Fala-me o sentido correto de sentir tudo isso. Essa confusão mental que adentra os meus pensamentos e só sai quando durmo. Quando tento esquecer daquilo que sempre vai estar ali. Dor permanente, dor sem cura, dor eterna. Vejo-te em todos os corredores dessa casa ainda. Nem que se façam tudo diferente durante o roteiro dessa vida que levo, estaria ali. O seu rosto.


Já me disseram que a gente aprende com tudo que acontece durante a vida. Realmente! Tudo tem um motivo, mas alguns motivos deveriam vir prontos de ser digeridos. Vindos de fabrica, no preparo inicial das almas. Pularia as aulas de terapia ocupacional para aproveitar os dias de sol e veria resultado em outros cursos. Mas faria de outra maneira tudo que fosse me ajudar neste momento.


Desenho teu rosto no espelho do banheiro. Uso o vapor que sai do banheiro quente e com a ponta dos dedos e me lembro de tudo que está guardado dentro de mim. Preferia viver mais e pensar menos, agitar mais os dias e ouvir grito seu pela casa. Xinga-me mãe, quantas vezes quiser. Fala de todas as minhas notas baixas e recrimina algum ato adolescente. Faz de novo e pode fazer quantas vezes quiser. Queria ter voz para combater essa vontade, mas preferia mil vezes agora estar chorando de culpa por toda revolta que já tive por idiotices na vida.


Molhe os meus pés onda, me trás sensações que deixei de sentir. Que me esqueci de sentir, que sonhei e vivi pouco. Adquiri grandes sonhos e escondi tudo que queria ter. Besteira minha, besteira jovem, besteira de todos os que preferem fazer do seu jeito e deixam de ouvir a voz que tem sempre a razão. Somos de realidades diferentes, mas somos daqui!


Queria ser poeta hoje e menos humano, menos quadrado e mais amoroso. Queria ser mais capaz e menos pensador. Queria pensar menos, pesar menos, esquecer mais. Queria mudar de nome na verdade, queria ser outra pessoa. Só queria ser por ser e mais nada, além disso. Explicar é para as pessoas pacientes e hoje só quero confundir.




Leonardo Fonseca

2 de dez. de 2008

Valsando sozinho

Eterno foi o seu sorriso, como é bom admirar essa extensão labial incrível! Fico preso, como um cachorro vendo o giro emocionante do frango na sua televisão enorme. De plasma e com alta definição de imagens, seu sorriso é maior que todo mar que eu já vi passar. Nessa minha vida de marinheiro sem mar, sem uniforme e diferente dos atores americanos. Talvez por ser um pouco alheio as coisas comuns, consegue ver nesse meu sorriso não tão gracioso, a graça do seu “boa noite”, mas juro que ainda tenho tanto medo de assistir esse programa e gostar demais.


Gostar é um esporte estranho e nem sempre compreendo muito bem as suas regras. Tem hora para começar e sem motivo algum, às vezes esse acaba. Como fim de campeonato sem time vencedor. Como se não tivesse uma taça para levantar no fim da temporada. Correu e cansou, mas não atingiu êxito, não tem o que contar para os amigos que te viram afastado do mundo. Treinou demais e não tem nem história para contar. Tem medo de lembrar e chorar no canto. Escondido de todos que condenam a sua tristeza. Se não chorar, tudo bem, o peito ainda está apertado demais para tentar em um próximo ano, se aventurar em mais um jogo qualquer. Está tão acostumado a perder que o congelou tudo por dentro de si.


Esse grito congelou tudo aqui dentro e parece estagnado esse tempo que não passa. Mesmice diária e assuntos repetidos. Não são tão sensuais e a não agrada muito continuar. A cerveja esquenta e os olhares se perdem em mesas próximas. Amanhã vai dizer que saiu com uma pessoa muito chata e que não quer ver até o verão do próximo ano bissexto. Acende um cigarro para falar menos, não está contente, não está feliz com aquilo que cerca o seu momento. Momento chato, cenas em câmera lenta. Queria ver em velocidade rápida, adiantando alguns capítulos só para ver logo o caminho de volta para casa. Provavelmente estará bêbado e caindo pelos cantos. Suas costas estão doloridas e quer esquecer todas as palavras que ouviu.

Mas vou contar um segredo em voz baixa, para só os mais interessados ouvirem. Não vou manchar a minha história com cores fora da moda de novo. Encontrei uma pessoa diferente no meio de todos esses rostos conhecidos. Encontrei um sorriso diferente, um caminho, uma vida, uma loucura e um monte de coisa nova que posso contar para todo mundo e sempre ter um assunto novo para agradar a roda de amigos. Cansei do futebol e cansei de todas essas festas com gente feia. Achei alguém para fazer minha noite virar dia e meu tédio parecer engraçado. Tropeço e vejo alguém rindo. Isso é motivo de felicidade e se aparecem várias palavras repetidas... Não ligue. Estou eufórico!


Sim! Ainda sei escrever, valsando sobre o teclado e falando tudo aquilo que está dentro de mim. Preso e esparramado. Como personagem gordo preguiçoso de filme besta. Daqueles que passam à tarde para agradar criança de férias. Mas vou deixando de cantar por aqui. Quieto e pronto para dormir, te ver em um sonho e talvez sonhar mais um pouco. Não é para entender, não é para pensar. É para ir bailando até a direção do seu próximo par. Navegue com as ondas e espere pelas novidades. Essa é a maneira mais eficaz de ver de perto essa pessoa que caminha dentro da minha cabeça tem uns dias.



Passar bem



Leonardo

29 de nov. de 2008

Mesmo sem te ver, já gosto tanto...

Como é bom apreciar um sorriso, fecho os olhos e não esqueço dele, nem por um segundo, a noite toda, só penso nisso, estou aflito pensando somente naquilo tudo que não saia da minha cabeça de forma alguma. Não entendo por que brincar assim comigo, coração sério, duro e de concreto, gelado como inverno em São Paulo, mas durante a madrugada, quando o vento bate frio no estomago, te deixa gelado de corpo inteiro, seu pé congela e seu cérebro quase não funciona. Acende mais um cigarro ou um do bom, daqueles bem verdes, perfeito para fechar em um close a deusa da sua noite, ou talvez da sua semana, não sabe explicar, acontece, não sempre, mas acontece.


Mas sou sincero dizendo que guardo dentro de mim muito medo de várias coisas, cair, se machucar, vejo perigo em algumas curvas desconhecidas ainda. Não entendo perfeitamente de onde vêm tudo isso. Se for algo que passei, se foi algo que não vi passar, mas marcou, foi rápido. Como resfriado de meio de semana, que só serve para matar um dia de aula ou trabalho, depende da idade e da obrigação. O importante é pagar todas as contas e ficar certo tudo, não dever, não falhar e sempre fazer a barba, parecer um ser social e mais um engravatado e de crachá de cidadão. Nasci diferente e isso já me causa muito medo. Não gosto do “tão normal” assim, gosto da diferença e das diversidades engraçadas. Risos que nunca ouvi e histórias que nunca se passaram pela minha cabeça. Gosto das novidades do mundo e também adoro ouvir sobre aquilo que passou. Vou adorando de palavra para palavra. Crio poesia dentro da minha cabeça e esqueço todas as coisas ruins do mundo. Sei, sei sim, amigos, eu sei! Já passei por algo parecido e cai, chorei e passei mal, mas o verão volta, graças a Deus! O verão sempre volta.


De verdade só queria que me explicasse como faz para me acalmar tão bem assim. Quem te ensinou a ser assim? Eu não entendo a perfeição. Talvez por não ser perfeita, por ter vários erros e medos como eu. Vi-me em você várias vezes e achei tão curioso tudo o que você diz. É bonito e às vezes soa como poesia. Poema bem contado de poeta experiente. Daqueles que sabe ganhar coração de gente que se esqueceu de nascer com um, ou esqueceu de vez onde ele está e deixou dormindo por muito tempo. É você e só você mesmo, do jeito que a vida preparou, desenhou caminhos diferentes e foi juntando aos poucos, só para não parecer tão padrão. Não acharia ruim desfilar ao seu lado, vendo sorriso em cada novidade que com certeza será você capaz de trazer para minha vida. E se estiver errado, por favor, avise! Porque tenho dentro de mim uma certeza tão grande que às vezes assusta. Parece certo e já tão correto. Sem falhas e uma história que pode não ter fim, mas se estiver, que demore um bom tempo. Só queria aproveitar a minha vida.


Antes que me esqueça, estou vendo o dia começar agora, como tínhamos combinado, lembra? Falando um monte de besteira, bêbados e embriagados, falidos, porém, felizes até o fim de uma verdade que ainda não se conhece. Mas digo com muita certeza que conhecerei e serei parceiro, de dias, noites e tudo aquilo que você quiser. Falo sem dizer o nome, falo para quem quiser ler. Pode ser uma que ainda não sei o nome, ou aquela que já se encontrou em todas essas palavras. Essa é a minha nova maneira de ver uma relação. Se vai ser feliz, ninguém sabe, mas que seja eterno o dia seguinte e nada mais.


E o sol está nascendo lindo, entre todos esses prédios paulistanos que estão em minha frente. A janela é alta, a cidade é alta! Acendo um cigarro e vejo você, do meu lado e pedindo para o tempo parar, por favor. Só agora!


Gosto tudo de você

Medo, medo, medo

Não sei assumo

Sei lá se grito

Mas te vejo

E não demora

Bem perto de mim!


Tomara que aconteça.






Leonardo Fonseca

5 de nov. de 2008

Esse, eu fiz sem pensar...

Falando baixo pelos cantos, vai cantando até o começo da sua rua, vê menina bonita e se despede da cama. Fez tudo bem cedo, café, pão e margarina. Uma ou duas passadas pelo pão, tanto faz, gosta de um pouco de gosto ao amanhecer. Poesia que convence muito pouco ao que assiste, mas tudo bem, começa assim o dia, terminará não distante do mesmo, mas está tranqüilo por ver final de semana chegar.

Respirou tristeza por uma noite inteira, queria amor, queria um pouco de paz e talvez essa que ainda não encontrará no café. Procura sorriso, procura cochilo pesado no ombro, mas não encontra. Normal, muito normal. Os corações estão escondidos atrás de suas contas atrasadas. Preocupa demais e vive tão pouco. É de dar pena. Anda tão sozinho e os amigos estão todos ocupados amando suas namoradas.

Aos sábados consigo sentir solidão, só aos finais de semana. Quando o telefone deveria tocar, chamariam para o almoço de família. Reveza! Cada um em uma cada. Final se semana aqui. Final de semana que vem, lá! Vão alternando e revezando alegria então proporcionada. Dão risada de algum filme, se amam, se encolhem. Dormem e resolve-se que não vão acordar. Hoje é domingo e pouco importa a velocidade do mundo.

O relógio fica sem pilha e peço para Deus para o mundo não andar. Vá devagar vida, só hoje, amanhã, não sei! Capotado, caído e jogado. Com a mesma roupa e muito cheiro de preguiça. Preguiça que gosto, preguiça que amo essa que não precisa sair de mim ao final do dia.

Começa a semana assim, silenciosamente, com calma e devagar. Amei demais, cansei tão pouco e assim prefiro viver a vida. Como se todos os dias fossem domingo. Como se tudo fosse repetido, não me importo. Escrevo da maneira que me for mais cabível. Converso e sigo dialogando. Mesmo que seja um monologo. Não me importo com regras enquanto tento encontrar algo que me faça ficar concentrado.

Altos serão baixos e o domingo será sábado. Quando resolvo não por regra, faço tudo parecer ebulição. Tira à chaleira do fogo, ela começou apitar e isso atrapalha agora. Não quero ouvir voz alguma. Quero estar sozinho e repetir tudo que eu, eu e mais eu, quiser repetir. Cansei de tudo e de todos por trinta segundos hoje e não pretendo assustar ninguém. Vou parecer repetitivo e você vai detestar. Vai falar para todos que esse de todos, realmente, foi o pior. Mas não me importo. Não acordei para me importar e deixo tudo de férias, no seu lugar, para não parecer cansativo essa desordem. Para fazer alegria no olhar daquele quem o vê. Prefere não ver bagunça e seu coração pede sempre para que tudo esteja no seu devido lugar. Tenho palavras que adoro e gosto sempre da sua companhia. Vão aparecendo nesse par louco de mãos que tenho. Meus dedos não sabem a verdadeira ordem das letras, mas vão se encaixando como deve ser. Se ficar enjoado até aqui. Vejo agora, sim, agora! Uma nova chance de levar você até a última linha. Quando perceber que não leu nada e foi tudo obra de uma perfeita exatidão que realmente, é nula!


L. Fonseca