14 de set. de 2008

Por que não tenho mais férias?

Acordei com quinze anos ontem, a piscina estava totalmente lotada de gente e eu não tinha nenhuma tatuagem no braço, talvez, tivesse menos vícios, manias e coisas estranhas ao me redor. Sempre me convenci que o mais simples é sempre o mais legal. E não nego gostar de tudo que não necessita tanto trabalho, sou preguiçoso assumido e tatuaria isso no meu peito. Eu adoro me enrolar como um casulo, pego os edredons e me escondo em meu mundo, só meu e que não cabe mais ninguém. Pô! A cama é pequena demais para dividir sentimentos calorosos.


Como era bom não ter conta atrasada e cartão de crédito. Como era bom não ter chefe e como era bom fingir estar doente, só para perder aquela porra de aula chata. Matemática, física, química. Jesus não estudou em colégios com essas matérias, porque neguinho ainda não tinha tido tempo de descobrir nada disso que a gente sabe hoje. Ele devia ser nerd, com muita certeza, daqueles que adora saber da vida da professora. Professores no colégio são inimigos mortais e sempre esperava que algum deles quebrasse a perna no corredor, só para ter um motivo sincero para voltar mais cedo para casa.


Não me preocupava com paixões, sempre queria gostar de alguém. Me apoiar na idéia que esse sentimento vai ser eterno e nada vai abalar uma relação entre duas pessoas que não sabem o que é a vida. E digo para todo mundo que eu ainda não sei e não sei quanto tempo vai demorar para descobrir se realmente estou pronto para viver uma vida adulta. Vou descobrir devagar, eu sei bem, coisas acontecem toda hora e fazem com que os nossos mundos mudem por completo. Nada é mais igual depois de uma coisa que te marca por dentro. Senti na pele uma mudança brusca na vida e precisei mudar algumas coisas e o que eu nem reparei, fez questão de mudar sozinho.


Preciso levar mais a sério a vida, não que eu seja um grande vagabundo, que leva tudo na brincadeira, mas pareço estar em férias mentais absolutas e me perco dentro de viagens loucas. Muitas vezes não me reconheço quando me assisto no espelho. Canto, danço e aquele não sou eu, de jeito nenhum! Como fui parar ali? Não faz sentido algum. Seriedade é um pecado muito chato e poucos deveriam cometê-lo, é chato demais.


Ser repetitivo é um dilema muito forte dentro dessa minha cabeça de alta rotatividade de loucura momentânea. Daqui a pouco eu volto e acho isso totalmente ridículo. Vou rir de mim mesmo quando estiver barbado de verdade. Como fui inocente demais, ou não?!


Vivo a vida no meu tempo e não controlo com relógio, eles só servem para te fazer chegar atrasado em tudo. Ele corre mais rápido quando estou tomando o melhor banho do mundo e sempre, pelo menos comigo, ele resolve andar rápido demais nos momentos mais legais. O que você ganha com isso? Quero ter mais tempo para viver as minhas histórias e ter o que contar sempre.

Leonardo

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